Capitulo 13 🏒

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Jungkook

Algo mágico acontece esta noite. É como se toda a minha frustração e angústia pela relação estremecida com Taehyung fosse para o gelo, me transformando em um filho da puta agressivo, determinado e imbatível.
Marco três gols. Três gols, porra. Os torcedores de Toronto na arena gritam até não aguentar mais quando o jogo termina e ganhamos de Nova York na casa deles.

A animação é palpável no vestiário, e quase todos os caras do time vêm me dar um tapinha nas costas ou, no caso de Eriksson, me pegar no colo e rodar como se eu fosse uma criança. "Porra, moleque!", ele exclama. "Nunca vi ninguém jogar assim!"

Sorrio. "Três gols não são nada. No próximo jogo vou marcar quatro."
Ele gargalha. "Te amo, Jeon. Pra caralho."

O técnico aparece para um discursinho rápido sobre como acabamos com eles, o que é desnecessário, porque já estamos superanimados, curtindo o prazer da vitória. Então vários repórteres entram no vestiário para cobrir o pós-jogo, que é a parte de que menos gosto do trabalho. As entrevistas ficam cansativas depois de um tempo. Esta noite, no entanto, uma repórter me encurrala com algo um pouco diferente. Becky não sei o quê. Ela cobre os jogos de Toronto com frequência.

"Temos um quadro novo no Sports Tonight", ela explica com um sorriso enorme. "Chamamos de Rapidinha. Cinco perguntas divertidas para que os fãs saibam quem Jeon Jungkook realmente é."

Tenho certeza de que os fãs não querem saber quem eu realmente sou.
"E aí?", ela insiste.

Não é como se eu pudesse recusar. Sou obrigado por contrato a falar com a imprensa.
"Manda", digo.

Becky aponta para o câmera e de repente tem um microfone na minha boca enquanto ela me apresenta aos telespectadores como "Jeon Jungkook, a nova sensação".

"Vamos lá!" Ela diz isso como se fosse a coisa mais divertida do mundo. "Café ou chá?"

"Café", respondo, esperando que todas as perguntas sejam fáceis assim.

"Rock ou música eletrônica?"

"Rock. Óbvio. Ando ouvindo muito Black Keys."

"Legal!" Ela sorri. "Praia ou montanha?"

Como se fosse uma opção. Jogadores não têm folga. "Praia", digo, porque sei que Tae gosta de praia, e quero levá-lo a uma. Mas é claro que quero um monte de coisas que não posso ter.

"Cachorro ou gato?"

"Hum... nenhum dos dois, acho. Nunca tive bicho de estimação."

"Nossa", ela diz, como se fosse uma confissão escandalosa. Se ela soubesse... "Última pergunta: loira simpática de olho azul ou morena misteriosa?"

"Hum, cabelo loiro e olhos castanhos", digo rápido, feliz em me livrar dela.

Becky assente devagar, como se eu tivesse acabado de dizer algo fascinante. "Escolha interessante. Não deve ter muitas mulheres assim por aí."

"Bom, talvez seja por isso que estou solteiro."

Ela dá uma risadinha, e a entrevista finalmente acaba.

Quando a repórter me dá as costas, noto que Blake está me observando, com uma sobrancelha levantada. Então faço aquilo que todo gay no armário faz por instinto: repasso tudo o que acabei de falar, procurando por qualquer coisa incriminadora. E me repreendo por dizer ao mundo que gosto de loiras com olhos castanhos.

Hum. Mas de jeito nenhum que Blake fez a relação. Só deve estar pensando se seria mais fácil encontrar um velociraptor de mais de cinco metros na praia ou na montanha.

O Felizes Para Sempre  (Taekook / Vkook)Onde histórias criam vida. Descubra agora