Capitulo 12 🏒

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Taehyung

Quando a sexta chega, Jeon viaja para um jogo em Nova York. Sinceramente, fico aliviado de novo. Me odeio por me sentir desse jeito, mas foi bem difícil tentar parecer feliz esta semana. Não estou conseguindo isso hoje também, porque minha equipe está um desastre total.

Enquanto o time de Jungkook ganhou seus dois jogos esta semana, o meu perdeu quatro seguidos desde o torneio em Montreal. O moral está mesmo baixo. Os garotos estão frustrados e irritados, o que reflete no jogo.

Apito pela terceira vez em dez minutos, então patino na direção dos dois adolescentes de rosto vermelho que estão trocando palavras nada educadas antes de recomeçar a partida. "Parem com isso", digo quando um deles solta um insulto particularmente pesado envolvendo a mãe do outro.

Barrie não parece arrependido. "Foi ele quem começou."

Taylor protesta. "Que mentira!"

Eles dão início a uma segunda rodada de uma briga acalorada, e preciso de alguns segundos para entender do que se trata. Aparentemente, Barrie acusou Taylor de ser o motivo pelo qual perdemos o último jogo, por ter feito um pênalti completamente desnecessário que levou a um gol no tudo ou nada. Taylor se recusou a aceitar a culpa (e por que faria isso? Perder um jogo envolve muito mais do que um erro isolado de um jogador) e retrucou falando que a mãe de Barrie, que é solteira, curte uns novinhos.

É óbvio que meus jogadores não estão lidando muito bem com as derrotas recentes.

"Chega!" Corto o ar com a mão, silenciando os dois. Olho para Barrie. "Culpar os outros não vai ajudar com os jogos perdidos." Olho para Taylor. "E falar da mãe dos outros não vai te ajudar a fazer amigos."

Os dois ficam carrancudos de imediato.
Apito de novo, fazendo-os pular. "Um minuto fora por conduta antiesportiva. Pro banco. Os dois."

Enquanto patinam para fora do gelo, noto a expressão infeliz no rosto de seus colegas. E entendo. Também odeio perder. Mas tenho vinte e três anos e sou um ex-jogador da liga universitária com uma série de derrotas no currículo e a casca grossa que isso causa. Eles não passam de garotos de dezesseis anos que sempre foram excelentes no hóquei, os melhores dos times de ensino fundamental de que foram recrutados. Agora estão nos juniores, competindo com outros garotos que são tão bons quanto eles ou até melhores - coisa com que não estão acostumados.

"Pelo amor de Deus", Danton murmura pra mim uma hora depois, quando entramos no vestiário dos técnicos.

"São todos umas bichinhas..."
"Não fala assim", corto. Mas é como gritar ao vento. Ele nem interrompe sua linha de pensamento.

"... mimadas, é por isso que só perdem", Danton continua. "Não têm disciplina ou ética de trabalho. Acham que as vitórias vão ser entregues em bandejas de prata."

Faço uma careta e sento no banco para desamarrar os patins. "Não é verdade. Eles trabalharam duro por anos pra chegar até aqui. A maior parte desses garotos aprendeu a patinar antes mesmo de andar."

Ele solta um ruído irônico. "Exato. Foram meninos prodígios do hóquei, que recebiam enxurradas de elogios dos pais, professores e técnicos. Acham que são os melhores porque todo mundo sempre disse que eram."

Eles são os melhores, quero argumentar. Os garotos têm mais talento no mindinho do que a maioria dos jogadores sonha em ter, incluindo alguns que estão jogando na liga profissional no momento. Só precisam aprimorar esse talento, desenvolver suas habilidades naturais, descobrir maneiras de melhorar a própria performance.

Mas não adianta discutir com Danton. O cara é um bom jogador, mas estou começando a desconfiar de que sua ignorância é uma doença sem cura.

Frazier me disse na outra noite que Danton cresceu numa cidadezinha provinciana mais ao norte onde o preconceito e a ignorância são meio que passadas de geração em geração (palavras dele, não minhas). Não fiquei surpreso ao ouvir isso.

O Felizes Para Sempre  (Taekook / Vkook)Onde histórias criam vida. Descubra agora