Capitulo 19 🏒

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Taehyung



Fiquei no hospital por mais um dia só para fazer alguns exames. Tiraram sangue tantas vezes que sonhei com vampiros vestidos de enfermeiros.
Então tive que passar mais uma noite neste lugar. Tentei pegar no sono, mas eles vinham tirar minha temperatura a cada hora. Agora estou com uma tosse seca e entrecortada que me impede de dormir mesmo quando os enfermeiros não estão me furando.

Pelo menos convenci jungkook a ir para casa esta noite e dormir na nossa cama. Ele vai perder o jogo em Tampa à toa, só porque continuo neste lugar. Quero sair daqui e vestir minhas próprias roupas.

"Oi, lindo!"

São umas dez da manhã quando ele aparece para me ver, parecendo descansado e cheio de vida. Já eu estou derrotado, fedendo e com a barba por fazer. Pelo menos um de nós está bem.

"Trouxe um croissant de chocolate e um cappuccino duplo", ele diz, beijando minha têmpora antes de se jogar na cadeira. "E boas notícias. Parece que vão te dar alta em algumas horas."

"Ótimo", digo, tentando acreditar nele. "E obrigado." Pego o café que ele oferece e dou um gole, mas meu estômago protesta um segundo depois. Merda. Coloco o copo na mesa. Se não consigo tomar nem café, é melhor me dar logo um tiro.

O sorriso dele se desfaz. "Qual é o problema? Você precisa de alguma coisa?"

Estou cansado de ser a pessoa cheia de necessidades. "Só de um banho e da nossa casa."

À porta, a enfermeira Bertha estala a língua. "A febre tem que passar antes que você possa usar o chuveiro. Sou grande, mas não o bastante para te segurar se você cair."

"Você ainda está com febre?", Jeon pergunta, levando a mão à minha testa.

Tenho que me segurar para não a tirar de lá. "Baixa", resmungo. "Nada de mais."

"Posso trazer uma bacia e um pano para te limpar", Bertha oferece. Ela bate uma unha vermelha brilhante contra os lábios sorrindo. "Ou posso fazer um intervalinho de trinta minutos antes. Então volto pra te ajudar."

"Mas vou pra casa hoje, né?", suplico. Porque é só isso que importa. Em casa posso fazer o que quiser.

"Claro, docinho. O médico vai passar ao meio-dia, então você vai estar liberado. Mas te vejo em meia hora." Ela sai e eu suspiro, então começo a tossir. Ótimo.

Jungkook atravessa o quarto para fechar a porta. "Tá bom, levanta!", ele diz, tirando a jaqueta. "Hora do banho."

"Quê?" Tusso de novo, porque é difícil parar, ainda que minha barriga esteja doendo por causa do esforço.

"Meu Deus, Kim." Jungkook me lança um sorriso espertinho por cima do ombro, como faz desde que tínhamos catorze anos. "Regras existem pra ser quebradas. Não tem tranca na porta, mas que se dane." Quando ele vira, vejo que está desabotoando a própria camisa.

"O que está fazendo?"

"Não quero molhar minha roupa", ele diz, com a tatuagem já aparecendo. Jungkook joga a camisa na cadeira e então baixa o zíper do jeans.
Hesito, com as mãos no lençol que me cobre. As palavras estão na ponta da minha língua: Vamos nos meter em muita encrenca por isso.

"Você quer tomar banho, não é?" Seus olhos indicam que ele está achando isso divertido. "A água quente vai ajudar com essa tosse feia. Temos menos de trinta minutos. Vou ligar o chuveiro."

Ele vai para o pequeno banheiro, onde só entrei uma vez. Ontem à noite, em vez de pedir o papagaio, cambaleei até lá para mijar. O que percebo que tenho que fazer de novo quando ouço a água correndo.
Bom, chegou a hora.
Saio da cama e ponho os pés no piso frio. Odeio o avental do hospital. Não consigo nem olhar para o troço sem me indignar.
Preciso me lembrar de nunca mais ficar doente. Este lugar é péssimo.
Vou cambaleando até o banheiro. A febre está baixa, mas não tenho comido muito nos últimos dois dias. Quando chego, me seguro na barra de metal parafusada na parede, como se eu fosse um velho.

O Felizes Para Sempre  (Taekook / Vkook)Onde histórias criam vida. Descubra agora