Capítulo - 008.

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Lauren Jauregui



Acordei muito mais cedo do que de costume, antes mesmo das 05:00 estava acordada virando de um lado para o outro na minha enorme e chique cama. Apesar de ser sábado, Christopher acostumava trabalhar normalmente, as vezes ele ia para a empresa ou trabalhava no próprio escritório de casa. Dependia muito do humor dele que nunca estava bom. E eu estava sempre presente, até mesmo nas reuniões na casa dele. Mexi no meu celular
por um tempo e fiquei em dúvida se descia até academia ou ficava mais um tempo na cama, a preguiça venceu. Em relação as atividades físicas eu era muito preguiçosa.

Até demais!

Bufei.

As cinco horas decidi levantar e caminhar até a cozinha e colocar uma cápsula de café na maquininha, peguei uma xícara no armário luxuoso e coloquei o líquido quente nela, em seguida, peguei a xícara e fui para sala sentando no sofá. Observei com atenção o quanto o enorme e extremamente luxuoso apartamento era vazio, afinal, somente eu morava ali.

Eu não tinha família.

Cresci num orfanato e quando fiz dezoito anos sai de lá empregada numa fábrica de móveis e com os primeiros três meses de uma kitnet paga pelo orfanato, era uma forma deles nós largar na vida sem peso da consciência. Graças a isso pude tentar começar minha vida adulta. Lá consegui fazer algumas amizades e passei numa faculdade particular para Bolsa integral em jornalismo, me formei mas não encontrei o emprego na área e também só tinha me formado por formar mesmo, não tinha amor pela profissão, apesar de achar bonito. Então, continuei na fábrica e comecei a fazer vários outros cursos para acrescentar no currículo. Claro que várias oportunidades de ser modelo ou até mesmo garota de programa apareceram pra mim, porém, nunca pensei sobre. Então, uma das minhas amigas me apresentou uma tia dela quando um dia me queixei que queria mudar de emprego e que eu me via mais no ramo empresarial, como secretaria, por exemplo. Ela tinha feito um processo seletivo para ficar no lugar de uma amiga que era assistente pessoal de um ceo de um grande conglomerado porém, não tinha passado. O processo seletivo era muito rígido e nem mesmo por indicação da própria amiga ela conseguiu passar.

No começo eu neguei, se ela não conseguiu passar, eu ia conseguir? Mas depois de tanta insistência acabei ao menos indo tentar fazer o processo seletivo. Ela me apresentou essa amiga dela que me explicou tudo, muitos assistentes pessoais tinha passado pelas mãos desse ceo, porém, ninguém o aguentou. Nem mesmo ela conseguiu. Esse homem era arrogante, esnobe, frio, mesquinho e várias outros adjetivos. Mesmo com medo fui fazer o processo seletivo e passei, fui para a experiência e no começo foi assustador, não é todo mundo que consegue conviver com Christopher. Ele também me irritava ao extremo e pensei em desistir várias vezes, porém, o salário era muito bom, com o tempo fui me acostumando e o trabalho foi ficando mais fácil. Só tentei me demitir mesmo uma única vez por causa dos assédios de terceiros em eventos, foi aí que me surpreendi com atitude dele. Nunca ia imaginar que ele fosse no fundo, mais lá no fundo uma pessoa sensata e boa.

Verônica, sua antiga secretaria era uma fofa, tínhamos nós dado bem quando nós conhecemos meses atrás e quando soube que ficaria no lugar dela ficou contente, ela só ia sair de lá por causa da idade realmente, tinha chegado a hora de se aposentar e apesar de ter trabalhado por mais de trinta anos, ela não se vestia ou se comportava como uma secretaria executiva. Ela parecia mais uma madame rica. As roupas caras, o carro de luxo, um apartamento luxuoso e uma aposentadoria que eu diria que passaria até para os seus bisnetos. Que tipo de secretaria tinha uma vida tão luxuosa? Era estranho demais. Os requisitos para ser a nova secretaria executiva do conglomerado Carey era ter um diploma universitário, falar no mínimo 3 idiomas, sem filhos, solteira, sem vícios e que seja discreta. Ou seja, eu estava totalmente apta ao cargo.

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