A casa de Lis era enorme. De longe você conseguiria perceber o lindo jardim recheado de rosas e outras lindas flores que nem arrisco falar o nome: as cores eram vibrantes e tenho certeza que ficariam mais belas durante o dia; o cheiro delas também era marcante, deixando todo o ambiente com carinha de campo. Fiquei boquiaberta com aquela recepção das plantinhas, mas nada se comparou a linda varanda. Ela era simples mas perfeitamente adorável, com alguns bancos na cor branca e uma mesinha feita de pneu de carro. Por longos minutos fiquei imaginando que aquela era um cantinho ideal para ler e deixar a imaginação fluir, porque nenhum outro seria um ambiente melhor.
Será que era aqui onde ela lia suas histórias?
— Eu sei, é bem bonitinho, né? — Ela me abraçou de lado, passando seu braço ao redor da minha cintura e segurando-a, parecendo querer me guiar para conhecer o restante da casa.
— É incrível! Sua casa acabou de se tornar meu lugar favorito de toda essa cidade!
Ela sorriu. Eu sorri. Se antes era incrivelmente bom ficar ao seu lado, agora ninguém poderia nos separar. Era como se todo o clima do lugar estivesse nos afetando, nos conectando e nos fazendo querer ficar mais próximas uma da outra.
— Vem, vamos nos trocar e levar algumas comidinhas lá para o quintal.
Todos os cômodos eram sofisticados, com cores neutras e vasos de flores. Quando entramos em seu quarto, foi como uma explosão de cores, bem diferente do restante da casa. Tinha as paredes em tons de lilás, semelhante ao vestido que ainda usava; deveria ser sua cor favorita. Ela me olhou com atenção, parecendo contente por me ver fascinada por tudo que me mostrou até agora. Vi que também colava pôsteres de alguns personagens e cantores antigos — como os Beatles, o primeiro que bati o olho.
A verdade é que eu estava me sentindo no parque de diversões.
— Pode se trocar aqui no quarto, enquanto isso vou arrumar algumas coisas lá fora. Fique à vontade, tá bom? — Ela me deu outro selinho, depois outro e mais um. Depois saiu do quarto e meu deixou sozinha, toda abobalhada.
Me troquei e depois de alguns minutos ela retornou, segurando um pacote de salgadinhos e outro com balas de goma. Ela já estava com seu pijama e eu não poderia achá-la mais atraente: ele era todo rendado de branco, o tecido parecia de cetim e era bem brilhante e fazia conjuntinho de blusa e short. O meu era bem mais simples, mas era confortável e tinha desenhos de galáxia.
— Quer? — Ela ergueu os dois pacotes e eu aceitei os salgadinhos, porque estava um pouco enjoada e porque o gosto da torta ainda estava na minha boca.
— Sua prateleira de livros é tão fofa. Mas você não é nem um pouquinho organizada, Lis! - Ela espremeu os olhos até parecerem duas linhas e depois soltamos uma gargalhada, que depois de alguns segundos tive que parar ou minha barriga iria doer.
— Que audácia toda é essa, hum? — Ela sentou na cama e me puxou para seu colo. O mais engraçado era eu ser mais alta que ela, então ela parecia tão pequenininha comigo daquela forma. Quis rir ainda mais, mas controlei tanto minha risada quanto meu coração agitado.
Eu nunca estive pensando seriamente o que eu queria da minha vida, sabe? Depois que terminei o ensino médio, meio que fiquei largada em casa e ainda não consegui um emprego ou consegui escolher um curso para me formar. Também nunca estive pensando em namoros, acho que a coisa toda era difícil demais de aceitar. Era estranho o fato de sentir um amor tão grande por alguém ao ponto de querer fazer qualquer coisa por ela, era assustador. Também não acreditava em destino, universo, vidas passadas... mas depois do que aconteceu comigo e Lis, era impossível não levar em consideração. Eu estava apaixonada. Eu estava me amando e amando Lis.
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Balinhas de Goma & aqueles fodidos brincos!
Romance[concluída] |+16| [gl] Qual probabilidade Ellie tinha para encontrar um brinco no formato de seu doce favorito e, ainda no mesmo dia, encontrar a dona do seu achado? Definitivamente era um emanado de forças do universo para que pudesse se perder em...