O fio que me liga aqui

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VEGAS

Havia algo de muito errado ali: 1) Lee estava na missão que Korn havia mandado para si; 2) como aquele homem sabia o local exato onde estaria? Só havia uma resposta para aquilo.

— Ficou com saudades e me seguiu? — Vegas questionou sarcástico.

— Eu também estou aqui por causa de uma missão, mas garanto que não vai acabar bem para você, Vegas. — Lee sorri.

— Quem mandou você aqui? Você tem alguma relação com os Theerapanyakul da família principal?

Vegas pergunta dando um passo à frente, mas os guardas miram suas armas para ele, deixando-o parado. Ele teria que pensar de forma cuidadosa, pois estaria sozinho ali. A arma em suas costas não seria de nenhuma serventia por enquanto.

— Você trabalha para quem? — Vegas insistiu na pergunta, querendo confirmar o que desconfiava. Lee apenas os questionamentos.

Se Pete chamou por Vegas no hospital, e Lee foi atrás de si, significa que Saengtham não era um cidadão comum. Uma coisa parecia ligar à outra e ele se perguntou:

Korn o jogou em uma armadilha para se livrar de si?

— É realmente uma pena você não lembrar de nada, pois se soubesse de tudo aposto que não iria gostar. — Lee sorri — Mas não se preocupe, eu fico com o Pete de prêmio.

Vegas fecha a cara. O sangue ferve enquanto seu pescoço e rosto ficam quentes. Ele sente raiva e nojo pela forma que o outro alfa se referiu ao ômega. Estava tratando-o como uma espécie de recompensa. O que lhe dava o direito de fazer isso? E por que tudo que se refere àquele ômega o incomoda tanto?

— Cala essa boca imunda!

— Você não tem interesse em saber?

Vegas ri sem humor. Seus olhos estavam escuros e opacos.

— Você parece muito animado com esse assunto, Khun...

Lee apenas atira em Vegas, que rapidamente desvia. Os guardas mal encarados avançam em direção ao Theerapanyakul com suas armas empunhadas. Vegas consegue correr para trás de uma das mercadorias empilhadas uma em cima da outra, formando uma grande parede de sacos brancos — durante esse movimento, uma bala atingiu sua perna esquerda, a qual olha para a ferida aberta com os dentes cerrados e um sibilo baixo sai de sua boca —, saca sua arma e atira em direção dos inimigos de maneira impetuosa. Uma bala atingiu o pescoço de um dos homens. O sujeito pressiona o local antes de cair cuspindo sangue com as roupas sendo manchadas de vermelho.

O som dos tiros do lado ofensivo parou quando Lee ergueu a mão num sinal silencioso de cessar fogo. Logo em seguida, Vegas também parou, mas ainda permaneceu com a guarda levantada.

— Vamos lá, Vegas. Vai ficar escondido o tempo todo? Pensei que fosse um alfa, não um rato. — houve uma pausa. Lee parecia de bom humor — Tudo bem, temos a noite toda para conversar.

Aquele homem era tão jovem, porém tão vil, maldoso e ganancioso. Não tinha dó, nem piedade, além de que era ótimo ludibriando pessoas. Por isso Korn costumava estimá-lo. Aquela noite seria quando receberia elogios do chefe pela missão realizada e um bom bônus no pagamento. Ele estava confiante no momento que decidiu usar seus feromônios para forçar Vegas a se render. Os outros alfas possuíam um lenço tapando os narizes.

Vegas soube que morreria sem saber o porquê de sua vida estar toda errada quando foi dominado pelos feromônios. Sua família inteira estava a sete palmos do chão e agora seria sua vez de morrer pelas mãos daquelas pessoas. Seria a maldição de ter nascido como um Theerapanyakul? Justo na segunda família? O quanto o universo odiava Vegas? Afinal, tudo que tocava morria ou se afastava; ou melhor, era afastado, ele só não sabia dessa última parte. Mas Vegas não expressou nenhuma reação de medo ou temor da morte porque, na realidade, não tinha medo de morrer.

Kill Your Darlings - VegasPeteOnde histórias criam vida. Descubra agora