Capítulo 15

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Zhao Meifen


Kuanyin não respondeu a nenhuma das cartas que eu enviei, eu pedi para que ela me escrevesse quando estivesse lá.

Mas minha cabeça estava girando, o fato de ela não responder a última fazia com que dormisse e acordasse com dor de cabeça.

Minha mãe, Zhao Lan havia falecido nos meus braços, não sabia o que ela tinha, mas foi uma das visões que eu mais odiava na minha vida, começar a sentir uma vida se perdendo em meio ao universo não era o que eu queria.

As vezes agradecia por Kuanyin nem Jie e seus filhos estarem ali para verem o que aconteceu, olharem os olhos castanhos revirando e as últimas respirações sendo feitas, enquanto Huain ficava agachada ao nosso lado tentando ajudar, mas ela estava nervosa demais, eu estava nervosa demais.

Porém minha mãe me encarava, querendo me dizer coisas que eu não sabia, eu tive a impressão de que ela estava querendo perguntar de Kuanyin, de sua Jie, de mim, de Huain, de Alex e Guang.

Mas quando ela fez a passagem, eu sabia que agora ela havia reencontrado a paz que a vida lhe tirou.

–O que você vai fazer?– Huain me pergunta sentando ao meu lado na varanda, estávamos utilizando o qipao rosa claro, enquanto olhava as pessoas passando e vivendo a sua vida como se não tivéssemos sofrido uma dor, como se o universo não houvesse me tirado mais uma pessoa.

–Não veio nenhuma carta?– Pergunto desviando os olhos para minha irmã, que negou, respiro fundo e passo a mão no meu rosto. –Vamos a Inglaterra–

–Não quero sair daqui Meifen...–

–Então eu vou sozinha, sem enviar nenhuma carta– Me levanto entrando em casa e caminhando para o quarto, a casa já havia perdido o cheiro de Zhao Lan, a casa havia perdido o cheiro de jasmim da minha filha e estava perto de perder o meu também.

Entrei no quarto de Kuanyin e o analisei, as pinturas de deuses e lendas estavam por todo lugar, mesmo com ela tendo me dito que havia arrumado, os pincéis estavam guardados no potinho, enquanto o tinteiro estava fechado, me ajoelhei e peguei um papel, então comecei a escrever, iria pedir para uma amiga nossa tomar conta de Huain enquanto eu estivesse fora e avisaria Jie.

Apesar de já ter feito isso e não ter recebido nenhuma carta em resposta, o que era estranho.

Quando terminei, me levantei e saí do quarto da minha filha.

Visitar aquele lugar me dava enjoo, sentia vontade de vomitar apenas pensando naquele reino, mas precisava recuperar a minha filha e não seria um reinozinho aqueles e aquelas pessoas idiotas que impediriam. 

Escândalos em sedaOnde histórias criam vida. Descubra agora