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     Fim. Palavra engraçada. Passamos mais tempo mortos do que vivos, e a única certeza que a existência traz é de que um dia ela voltara a não existir, deixando apenas uma sombra, uma memória, uma marca.

Tudo termina, e Ravi precisou ser terminado outras 17 vezes para que sua vontade de viver também chegasse ao fim. Afinal, se tudo termina, então que diferença faz as ações e atitudes que tomamos? Ou será que é justamente por isso que deveríamos nos preocupar?

Impotência;

Frustração;

Aquele relógio maldito continuava a fazer Tique e Taque, mas aquela merda nunca terminava.

Tique e Taque. Outra morte, dessa vez com uma agulha, costurando sua dor e seu ódio em cada linha, cada pensamento, cada resquício de sua existência. Ravi queria morrer, mas ele sempre morria; Ravi queria não ter existido, mas ele continuava existindo.

Por que temos que carregar um fardo que não pedimos?

Por que aqueles sorrisos parecem tão sádicos?

Por que as pessoas se matam?

Por que elas matam umas às outras?

Por que uma mulher é estuprada a cada 11 minutos e ninguém faz nada a respeito?

Por que estes porquês não acabam nunca?

Foi no meio desta crise existencial queRavi teve uma ideia. Uma ideia irônica e clichê que ele odiava mais do quetudo, mas mesmo assim, essa ideia ascendeu uma faísca de esperança naqueleuniverso de inexistência.

Se Estrelas Não Fossem EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora