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     Ding Dong.

A campainha estava tocando, mas desta vez Ravi abriu a porta.

- Finalmente abriu a porta para sua irmã – Ela disse –, que cavalheiro!

Ai como eu queria que essa casa caísse em cima de nós dois agora! Ele pensava. Vamos conforme o plano!

- Fiz uma surpresa pra você na cozinha – Ele disse.

- Ui! Sinto-me lisonjeada!, Seja lá o que isso seja.

- Vamos!? – Ele disse, com um sorriso falso e estendendo uma mão trêmula para a porta do cômodo.

- Primeiro as damas! – Ela disse, repetindo o gesto, só que sem tremer e com um sorriso genuíno.

Ravi engoliu a tentativa de insulto socando seu orgulho masculino (aquele instinto idiota que nós, homens, temos e que nos faz querer parecer "homens de verdade") no chão e atravessou a porta.

Lá, Marlett encontrou uma espécie de "tentativa de banquete" feita por ele, que eram apenas alguns pães com hambúrguer (queimados) e achocolatado. (Homem de verdade. Uhu).

- Que isso? – Perguntou Marlett, encarando a mesa e depois Ravi numa expressão de profunda confusão.

- Eu fiz comida pra gente! – Ele disse, como se não fosse óbvio.

Eles se sentaram e Marlett continuou encarando seu irmão, com um olhar de: "cê bebeu, né?"

- Não tá envenenado não.

(Não está, mas bem que podia!)

"Pode comer!" Ele disse.

- Eu sei, mas... Eu sinto tanta dó da vaquinha que morreu pra virar essa... Coisa...

- Vaca é você! – Seja gentil, idiota!

- Muuuuuuuu! – Fez Marlett, e riu em seguida a sua mesma risada de criança. Ela cutucou um pouco o pão com uma expressão de nojo –Ughl! Sombra, transforma isso aqui em pudim pra mim?

A sombra atendeu o pedido.

Ela comia com os cotovelos na mesa, sujando o rosto e segurando a colher de um jeito engraçado.

- Desculpaaa! – Ela continuou – Não é que você cozinhe mal, quer dizer, é sim!, Você cozinha mal pra dedel!, Mas é que não dava pra comer aquele troço nãooo! Que isso!? Mas agradeço a preocupação! Te matar várias vezes é meio cansativo mesmo e dá fome.

- De nada... – Ele respondeu.

Marlett girou o indicador e transformou o pão de Ravi em um enorme sanduíche de carne bovina.

- Viu? – Ela disse – Eu sei fazer melhor que você! E nem preciso de fogo! Fogoooo!

Ravi segurou o hambúrguer na mão, confuso. Aquilo foi um gesto de gentileza? Não foi ela que o matou mais de 20 vezes? Mas que...

- Ei, posso te perguntar uma coisa? – Ele arriscou.

- Não! Tô brincando, fala!

- Por que você tá fazendo isso?

- Isso o quê? O lanche? É porque... Porque eu querooooo... Quero mostrar que cozinho melhor que você!

- Não, não. Por que você não para de me matar? Eu sei que a gente brigava de vez em quando, mas... Eu nunca faria isso!

Se Estrelas Não Fossem EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora