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     O Mustang parou a 5 centímetros de acertar o rapaz, que protegia o próprio rosto contra os faróis e a carroceria quadrada.

A porta se abriu e um homem alto saiu de dentro do carro. Ele era parecido com Ravi.

O garoto abriu os olhos e viu aquela criatura gigante se aproximando, veloz como uma montanha nunca seria. O homem abriu os braços e abraçou o rapaz, chorando.

- Meu Deus... Meu Deus! – Ele repetia – Você... Você está vivo!

Nem tanto... Pensou Ravi.

- Meu Deus! – Dizia o homem – Eu vi o seu corpo! Como você pode estar aqui!? Como!? Digo, você está aqui, não está? Ou sou eu que estou ficando biruta? – Ele riu – Você voltou! Meu filho voltou dos mortos! Eu mal posso acreditar!

O homem voltou a se acabar em lágrimas enquanto Ravi não fazia ideia do que estava acontecendo. A única coisa que ele sabia é que com certeza aquele não era seu pai, mas se ele estivesse disposto a levá-lo pra longe da bruxa, tanto faz se fosse pra ele ser o filho zumbi de um homem rico, um peregrino numa terra perdida ou o próprio Stephen King. Tudo o que importava era ele estar bem longe daquela psicopata!

- Hélio, Hélio! – Prosseguiu o homem, secando suas lágrimas e morrendo de felicidades – Eu estou tão feliz com você! Me conta, como é que você está vivo? Por que não voltou? Por onde estava esse tempo todo? Fala alguma coisa por favor!

- Eu... Eu... Eu dei meus pulos – Respondeu Ravi.

- E por que não voltou para casa?

- Porque eu... É que...

- Você não se lembra, né?

Ravi abaixou a cabeça.

- Não moço...

A palavra moço o machucou. Estava acostumado a ouvi-lo usar a palavra Pai. Ele passou as mãos pelo cabelo do rapaz, fazendo carinho. Aquilo seria difícil, mas Deus, que importa que seria difícil, o filho dele voltou dos mortos!

- Tudo bem. – Ele disse. – Eu te conto tudo no caminho. Temos tanto o que conversar!

Se Estrelas Não Fossem EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora