Cap 16

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-Você precisa mesmo ir?
   Pergunto em um tom triste.
-Eu tenho que voltar para os mutanimais, eles precisam de mim
   Suspiro triste até que ouso meu celular tocar.
Eles não desistem não?
Para de me ligar porra!
   Reviro meus olhos preparado para recusar mais uma de várias ligações dos meus irmãos, até que Leathehead pega meu celular e atende a ligação.
O que ele tá fazendo? Ele vai.... me entregar?
-Mikey?! Me desculpa, perdoa a gente, nós vamos melhorar-
   A voz do Léo praticamente gritar do outro lado da linha.
-Não é o Mikey
   Ouve um segundo de silêncio até que um som de uma fungada é emitida do outro lado da linha.
-Eu achei o celular dele ontem, desculpa não ter te contatado no dia
-Ah, é você Leathehead
   Ele fala em um tom decepcionado.
-Aconteceu alguma coisa?
   O Léo suspira do outro lado da linha.
-O Mikey fugiu de casa, estamos procurando ele mas não o encontramos
-Faz tempo que encontrei esse aparelho, ele já deve estar muito longe
-Você pode nos ajudar a procurar?
-Claro
   Consigo ouvir uma pequena risada nasal.
-Obrigado
   E assim se encerra a ligação.
   Eu sorrio para ele o abraçando logo em seguida.
É dele que eu preciso
Eu preciso de pessoas como ele
   Ele me abraça e eu o aperto mais forte, com o coração ficando cada vez mais quente.
-Agora eu tenho que ir
   Ele fala se soltando do abraço saindo do metrô logo em seguida.
   Horas se passaram e eu nunca me senti tão entediado na vida.
Eu não aguento mais!
Eu já tô criando raizes aqui
Mas ainda tá muito cedo pra subir para a superfície
Meu celular descarregou e eu nem posso sair andando pelos esgotos, o Donnie provavelmente colocou alguma coisa no esgoto pra me achar
   Olho ao redor e vejo algumas latas vazias, arames e pedras, uma lâmpada se acende na minha cabeça e eu sorrio.
   Pego as latas as organizando em um triângulo, depois pegando as pedras e o arame, formando discos com os mesmos.
-Vamo lá
   Me sento do outro lado do metrô e tento acertar as pedras dentro das latas, obviamente não acertei de primeira, só lá na terceira, quando acabava as pedras eu jogava os arcos.
-Acertei!
   Eu grito colocando a mão na boca logo depois.
-Ae, não pode gritar
   Eu posso estar sozinho, eu posso estar sem celular e Wi-Fi, mas eu estou realmente feliz, talvez ficar longe dos meus irmãos me faça bem no final das contas.
   Um longo tempo depois eu enjoei do de jogar pedras nas latas comecei a empilha-las, fazer uma torre só para destruir jogando uma pedra e etc, mas chega uma hora que eu não aguento mais e procuro a tampa de bueiro mais próxima, a retirando e vendo que era finalmente noite.
Finalmente!
   Saio fechando o bueiro pra ninguém cair, subo num prédio pela escada de incêndio com cautela.
Tenho que tomar cuidado
Os outros já devem ter saído
Tenho que ir pelas sombras
   Vou até o prédio combinado e fico esperando ela aparecer.
Eu tô tão animado! Não acredito que vou vê-la pessoalmente!
   Eu dava pulinhos de alegria enquanto girava em círculos animado, até que ouvi a porta que dava acesso ao teto se abrir, me viro, é lá estava ela, segurando alguma coisa que não consegui ver, o soltando em um estrondo e correndo em minha direção, me dando um abraço, com um sorriso que mal cabia no meu rosto eu abraço de volta, a tirando do chão a girando.
-kkkkkk
    A jogo um pouco pro alto pra deixá-la mais confortável, a fazendo rir ainda mais.
-Eu tô tão feliz! Finalmente!
   Ela fala com a bochecha colada a minha.
-Eu também! Ainda não acredito que isso tá acontecendo!
   Ouvindo minha voz tão perto do seu rosto ela nota a nossa proximidade e se afasta me dando um empurrão.
-E-é p-pois é!
   A cacheada fala vermelha desviando o olhar, é assim se inicia um silêncio constrangedor, corro meu olhar pra onde ela entrou e vejo que tem algum coisa lá.
-O que é isso que você trouxe?
   Regina olha pra trás e pega duas malas, olho pra ela confuso.
-Então.... eu..... tava pensando..... será que eu posso.... ir com você?
   Ela fala desviando o olhar ainda um pouco corada.
Como assim ir comigo? Nem eu sei pra onde eu vou
-Regina acontece que-
-Regina? Você está aqui em cima?
   Eu congelo, antes que eu tenha tempo pra me esconder vejo uma mão da cor da terra encostar em seu ombro.
Fudeu, fudeu, fudeu, FUDEU!
Que que eu faço agora? Ele já me viu!
Não adianta me esconder agora!
   Quem tocava o ombro da garota era um garoto, alto, negro, com cabelos negros raspados dos lados e um pequeno rabo de cavalo no cabelo liso, foi como se gliter aparece do nada, eu congelei, e acho que por alguns microssegundo meu coração também.
   O garoto coloca Regina atrás de si e fica frente a frente comigo, mas pra minha surpresa ele não me olha com medo ou nojo como as pessoas sempre fazem, me olhou com curiosidade e duvida, dou um sorriso largo pra ele.
-Oi!
   Ele da um pequeno sorrisinho de volta.
-Muito prazer, meu nome é Michelângelo!
   Falo animado segurando suas mãos.
Ele não tá com medo de mim! Ele não gritou!
Ele é tão.... uau! Olha pra ele! Caramba....
   O garoto da risadinha nasal aumentando o sorriso.
E NOSSA que sorriso
-Luca, prazer em conhecê-lo tartaruguinha mutante
-Luca o que você esta fazendo aqui?
   Regina da um empurrãozinho nele pra ficar na frente do mesmo, com cara levemente irritada.
-Ouvi você saindo
-Você não deveria estar na festa com o papai e a mamãe?
-Eles não me deixaram ir, você sabe..... por causa do que aconteceu ontem a noite
   A cacheada suspira revirando os olhos.
-Posso fugir com você?
Fugir? Quem vai fugir? A Regina?
-Fugir? Como assim?
   Regina me olha um pouco sem graça.
-Então.... eu tava planejamento fugir de casa....
   Demorou uns 3 segundos pra a informação chegar no meu cérebro.
-Então.... eu meio que fugi de casa também
   Foi a vez de Regina demorar 3 segundos pra reagir, ela suspirou alto.
-Não sei se fico feliz por você dá uma lição neles ou triste por não poder um tapas neles
-O que a gente faz agora.....?
-Vamos dar um jeito! Deve ter outros lugares pra se esconder!
   Penso por um instante.
Tem lugares escondidos nos esgotos que meus irmãos não devem conhecer
Mas é arriscado, o Donnie deve ter botado alguma coisa nos esgotos para me achar
Mas será mesmo que ele colocou? Me pergunto como eles estão agora....
   Balanço a cabeça para afastar esses pensamentos da minha cabeça.
Melhor parar de pensar nisso antes que eu comece a chorar
-Até tem um lugar no esgoto que meus irmãos não conhecem, mas é arriscado, não tem lugar na superfície não?
-Superfície?
   Luca pergunta.
-Aqui em sima, tipo, foras dos esgotos
-Você morava no esgoto?!
   Sorrio sem graça acenando com a cabeça, ele arregala os olhos surpreso.
-Tem uns galpões abandonados mas seus irmãos podem olhar la
Acho que todo lugar é arriscado, então é melhor nos esgotos mesmo que eu já estou familiarizado
-O que você escolhe?
   Pergunto para Regina que coloca os dedos no queixo pensando.
-Esgoto, a polícia vai me procurar aqui em cima
   Luca faz uma careta de nojo.
-Tudo bem então
   Falo com um sorriso.
Isso tá acontecendo mesmo? A gente vai mesmo morar junto? Se isso for um sonho, por favor não me acorde
Mas e esse Luca em...? Ele vai morar com a gente?
   O olho de cima a baixo, mas quando chego em seu rosto vejo que ele também estava olhando pra mim sorrindo, desvio o olhar rapidamente.
Ele percebeu
Tenho certeza que ele percebeu!
Aí que vergonha meu Deus!
   O olho de canto de olho e ele ainda está olhando pra mim, desvio meu olhar novamente sentindo meu rosto ficar quente.
-E-enfim, vamos logo, já sei de um lugar
   Falo já pegando as malas da Regina, que me olhava desconfiada.
-Eu vou com vocês, só vou pegar minhas coisas
   Ficamos esperando até que ele voltar com uma mala, as arrumo nos meus braços.
-Eu vou nos braços!
   Luca fala empurrando a irmã, que o olha indignada, ele praticamente pula em meus braços, segurando no meu plastrão com o mesmo sorriso de antes, desvio o olhar.
Que sensação estranha.....
-Não é justo! Nem deu tempo de eu falar nada!
-Problema seu
   Os dois ficaram gritando um com outro sobre o quanto aquilo era injusto ou justo.
-Será que a gente pode ir logo? Tô com medo dos meus irmãos me acharem....
   Os irmãos param e Regina vai em direção as minhas costas com um bufo e um revirar de olhos.
  Foi um inferno chegar ao lugar, além de estar muito pesado eu tinha que tomar muito cuidado pra meus irmãos não me verem, indo sempre nas sombras. O lugar não era tão ruim, era vazio, não tinha tanto mofo, é espaçoso.
-É, acho que da pra dar um jeito
   Regina fala descendo das minhas costas e olhando ao redor.
É, talvez isso de certo

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