☆Cap. IV☆

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Doutor: ele vai ter que ficar em observação até amanhã de manhã, mas só por precaução. Sabe que nesses casos ele acaba desenvolvendo outros problemas. A senhora é a mãe?

S/n: aham- Anna me olhou repreendendo, mas simplesmente a ignorei.

Doutor: ah sim, me desculpem, eu achei que era aquela outra moça.. bom, acho que é isso por enquanto. Permitimos um acompanhante só.

S/n: Claro, muito obrigada!- ele seguiu o corredor.

Anna: você não é a mãe dele!

S/n: mas a irresponsável não vai vir até aqui, então o que quer que eu faça? E como se você nunca tivesse mentido, eu conheço teu passado.

Anna: mentir é pecado!

S/n: ah, já fiz coisa muito pior. Já tenho meu lugar no inferno reservado, não se preocupa.

Anna: bom, eu vou pra casa, obviamente está nervosa. Qualquer coisa você sabe que pode contar comigo.

S/n: obrigada... Como você vai? Tá bem tarde...

Anna: uma amiga veio me buscar.- me despedi dela e fui até o quarto, vendo meu menininho deitado dormindo.

Passou a madrugada super tranquilo, dormindo como um anjo, ao contrário de algumas crianças que dividiam o quarto com ele... Sempre tive pavor de hospitais, me dão medo. Não de pegar alguma doença, tá disso também, mas é um lugar bem sombrio se você observar. Pessoas sofrendo, quase morrendo, te lembrando que não somos uma fortaleza...

As 7 horas da manhã o médico pediu para assinar alguns documentos e nessas horas eu agradeço a Deus por saber falsificar a assinatura da minha irmã. Precisavam do leito para casos mais graves e eu também não via a hora de chegar em casa.

Usei os documentos falsos, me passando pela minha irmã pra poder levar o Theo pra casa.

Enfermeira: prontinho senhora s/i, já estão liberados. - falou pegando os papéis que assinei.- ele ainda tá um pouco sedado. Podem esperar o seu marido lá na frente, aqui já vai ficar lotado.

S/n: a gente vai de ônibus mesmo.

Enfermeira: de salto?

S/n: olha, do meu sapato cuido eu, obrigada por tudo que fizeram pro meu pequeno, mas a gente já tá indo.- entrei na sala e fui pegar meu menino.

Theo: tô com sono.

S/n: eu sei meu amor, vamos pra casa e você dorme na sua caminha quentinha.- olhei para a janela e vi a chuva que começou de madrugada ainda caia forte. Quando uma coisa tá ruim sempre pode piorar.

Tirei minha jaqueta, que cobria a pouca quantidade de roupa que estava, afinal não deu tempo de trocar de uniforme, e coloquei nele. Anna é uma ótima babá, mas quando fica nervosa não pensa direito, trouxeram o menino com uma regata e short. Tirei o sapato alto, a meia calça pra não rasgar o resto e coloquei na bolsa, peguei Theo no colo pra tentar me esquentar nele.

Tentei sair rápido dali pra não perder o ônibus e sair daquele lugar com energia tão pesada. Quando finalmente cheguei a parada de ônibus fui olhar o horário 7:15 da manhã, o ônibus que vai direto pra casa tinha passado a 5 minutos.

S/n: você tá bem meu amor?

Theo: tô com frio e sono. Vai demorar muito pra chegar em casa?

S/n: abraça mais a titia, a gente já vai chegar. Tenta dormir um pouquinho.- dei um beijo na testa dele e tentei embalar um pouco.- aproveita que hoje você tá de folga, não vai pra creche hoje.

As pessoas ao redor começaram a me encarar por estar com aquela roupa, toda molhada, maquiagem borrada, e descalço, com os pés todos sujos e com uma criança de três anos no colo.

Esposa De MentiraOnde histórias criam vida. Descubra agora