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A vida toda fui motivo de piada, nunca tive amigos, alguns ficaram pouco tempo, eles se diziam ser meus amigos e eu acreditava, sempre fui o alvo por ser ômega macho.

Aos 13 eu e alguns alfas, betas e ômegas frequentavam um lugar para aprender sobre modos, costura, bordado, instrumentos musicais, lutas dentre outras, ia eu e Chae, ela já frequentava a uns 4 anos antes de mim entrar, quando entrei ela fazia o possível para se distanciar, eu era motivo de vergonha pra ela.

Todos ali me olhavam torto, e eu era obrigado a ouvir coisas desagradáveis, Chae havia espalhado fofoca a meu respeito na época em que eu não frequentava aquele lugar, falava de como seu irmão era defeituoso, com um cheiro desagradável, mal vestido e que eu já beirava alfas mesmo estando novo.

As coisas estavam ficando pesadas, passaram de agressões verbais para físicas, e com isso tudo piorou.

Há 3 anos atrás...

Eu estava a sair de uma das salas um pouco desgastadas, gostava de ser o último a sair depois das aulas.

Passava pela porta com um pequeno caderno embolado no meu peito segurando contra mim.

Ia diretamente para os fundos da casa onde estudávamos para encontrar Bae, ele era meu único amigo ali.

Ao chegar não o vejo, estranhando já que este sempre chega primeiro que eu, sento me escorando em uma das árvores dentre muitas que tinham ali já que ao fundo tinha uma grande extensão de árvores e mato.

Foi bem rápido quando senti uma mão sobre minha boca á tampando e assim fui puxado para trás, começando a me debater.

Ouço risadas ao meu lado, Bae passa por mim se juntando a eles, e ele sempre dizia ser meu amigo, meus olhos se encheram de água, estava desesperado sem saber o que viria a acontecer.

Logo fui puxado para trás, olhei pro lado e Byio me segurava, ele que me virou pra frente me forçando a andar rumo a floresta, eu me debatia em lágrimas, quando tiraram a mão da minha boca pedi por ajuda, eu gritei tanto mais tanto, mas estamos no meio de uma floresta, ninguém me ouviria mas senti um chute ser desferido contra minhas costelas e me calei gemendo de dor.

Eram em média um grupo de 15 pessoas ali, me vendo ser humilhado sem fazer nada, não me surpreendi.

–Bae...por favor, somos amigos, não somos?- Me direciono a ele, que solta uma risada.

–Nunca fomos amigos, sempre tive que lhe aturar agora não serei preciso mais. - Lágrimas descem pelo meu rosto, eu confiava tanto nele.

Fui empurrado ao chão caindo de bruço, senti meu rosto tocar as folhas secas e um outro chute ser desferido ao lado de minhas costelas, e outro e mais outro.

Meu rosto se encontrava completamente vermelho e sangrando, todos ao meu redor riam, apenas riam.

Levei minhas mão para cima a fim de tentar sair dali me arrastando, fui puxado de forma bruta, grunhindo de dor.

– A putinha quer sair antes de brincarmos primeiro? Anh mal começou.- Diz um dos alfas presentes ali.

Prontamente sinto minhas calças junto a peça íntima serem retiradas com toda força de meu corpo, entro em mais desespero ainda.

Mãos são passadas com fúria pelo meu corpo, me remexo tentando impedir mas não resolve muito, fui virado de frente ficando totalmente exposto.

Um dos alfas se abaixou pegando meu membro o apertando, doía tanto, tinha uns quatro ao meu redor enquanto o resto ficava ali rindo falando coisas horríveis, dando sugestões do que fazerem comigo, eu que só negava, e pedia para pararem.

Seguro a mão do alfa para para-lo, que logo é tirada à força dali, vi Byio pressionar um dedo contra meu orifício, sentindo uma dor que nunca senti antes.

–Para, para por favor, tá doendo muito- digo. Mas quem disse que eles pararam?

–Mas é esse o intuito, a putinha é nova demais para sentir prazer, quando estiver mais velho quem sabe não lhe experimente.- grito de dor ao ter seu dedo todo dentro de mim, seguro seus braços tentando tirar as mãos nojentas de mim, eu estava todo machucado, mas ainda lutava.

– Mas o que está acontecendo aqui??- Ouço uma voz, era Olivia, uma de nossas professoras, minha preferida, uma bela moça, ela seria minha salvação.

–Olivia me ajuda por favor....- minha voz estava bem fraquinha, mas implorei por ajuda.

Ela vinha em passos largos em nossa direção e prontamente as mãos foram afastadas de meu corpo.

– Jimin? O que vocês fizeram??? Passaram de todos os limites!! Ele é uma criança, enquanto vocês são uns adolescentes cavalões de quase 18 anos!! ‐ lágrimas escorriam pelo meu rosto, eu já não era capaz de enxergar muito, mas fui capaz de ouvir a voz de Olivia embargada pelo choro, ela se encontrava desesperada.

–Ahh, ele é um puto, é isso que queria, vive dando em cima da gente.- Todos riram concordando menos Olivia e eu.

– Não é verdade, não é, não é.... - Nem era possível ouvir minha voz, só minha boca se movendo.

Tento me levantar mais é impossível, para piorar minha situação Byio vem em minha direção, fico em choque tento pedir por ajuda, mas este logo deixa um chute pesado em minha cabeça, fazendo eu ficar mais fraco, não aguentaria ficar acordado por muito tempo, meu corpo pedia por descanso.

Vejo vários passos pesados nas folhas, eles corriam de perto me deixando ali.

Sinto as mãos passarem em volta do meu corpo, era Olívia, era possível ouvir os fungos do meu choro, e ela se juntou a mim.

‐Você vai ficar bem, você tem que ficar.

Depois disso fecho os olhos,perdendo a consciência , agradecendo por isso.

𓃠𓃠𓃠𓃠

Depois daquele dia me senti tão culpado, não deveria sei que não deveria.

Olivia cuidou de mim, e implorei para que ela me tirasse dali, meus pais não se importaram comigo, disseram que eu era caso perdido e que nem se importariam caso eu saísse das aulas, foi o pior momento de minha vida e ainda sim eles nem ligaram, eu era o oferecido e tinha que aprender a lidar com alfas segundo eles.

Me afastei muito mais das pessoas ao meu redor, tento esquecer o que aconteceu, mas desenvolvi diversos traumas, quando algo de ruim acontece a ponto de chegar ao meu limite parece que minha mente traz a tona todas as coisas que passei, e começo a chorar e me sentir nervoso, puxando os cabelos e me arranhando como forma de alívio.

Os alfas que me machucaram andam por aí como se nunca tivessem feito nada, eles devem estar no auge dos 21 e 22 anos, a vida é injusta com muitos, devo ter feito algo de muito ruim e não me lembro.



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End OF Harvest - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora