Cap 01

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Bem vindos ao terceiro livro.

Vou deixar uns avisos aqui pra você.

Primeiro que pode conter erros nesse livro, mas erros de gêneros, porque a personagem da Sarah no livro é um homem, então pode conter erros.

Não vou postar capítulos todos os dias, vou ver os dias que ficam melhores para mim postar, talvez eu poste 3 vezes na semana.

É isso, boa leitura.

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POV Juliette 

Os taxistas de Nova York eram criaturas singulares. Destemidos ao extremo, arremessavam-se em alta velocidade pelas ruas abarrotadas com uma tranquilidade excepcional. Para preservar minha sanidade mental, eu havia aprendido a me concentrar na tela do meu celular em vez de ficar vendo os carros passarem ao meu lado a milímetros de distância. Sempre que cometia o erro de prestar atenção ao tráfego, eu me via o tempo todo apertando o pé contra o chão, instintivamente tentando acionar um pedal de freio imaginário.

Mas, pela primeira vez em muito tempo, eu não precisava procurar nenhuma distração. Estava grudenta de suor depois de uma aula de krav maga das mais intensas, e minha cabeça ainda estava a mil em razão do que a mulher que eu amava tinha feito.

Sarah Andrade. Só de pensar em seu nome eu já sentia uma onda de calor por todo o corpo. Desde a primeira vez em que a vi, quando notei o lado obscuro e perigoso que havia por trás de uma mulher fascinante e inacreditavelmente linda, senti uma atração irresistível, que só poderia ter acontecido porque eu havia encontrado minha alma gêmea. Eu precisava dela assim como precisava do meu coração batendo, e ela por sua vez arriscou tudo o que tinha para ficar comigo. 

O barulho de uma buzina me trouxe de volta ao presente. Pelo vidro do carro, vi o sorriso de um milhão de dólares da minha colega de apartamento estampado em um anúncio publicitário na lateral de um ônibus. Os lábios sedutores de Camilla de Lucas e seu rosto fino e alongado estavam bloqueando o cruzamento. 

O taxista buzinava sem parar, como se isso pudesse liberar o caminho. Sem chance. Camilla se manteve imóvel, assim como eu. Estava deitada de lado, descalça e sem camisa, com a calça jeans aberta, a fim de mostrar a langeri que ela usava. Seus cabelos pretos estavam sugestivamente despenteados, e seus olhos brilhavam com malícia.

Só nesse momento, de repente, me dei conta de que seria obrigada a esconder da minha melhor amiga um segredo de enorme importância.

Camilla era meu porto seguro, minha voz da razão, meu melhor ombro amigo, uma irmã para mim em todos os sentidos. Eu odiava a ideia de não poder contar a ela o que Sarah tinha feito por mim.

Eu precisava desesperadamente conversar sobre aquilo, procurar ajuda para tentar assimilar melhor o fato, mas nunca poderia abrir a boca para ninguém. Nem mesmo o nosso terapeuta poderia saber a respeito, pois se tratava de um caso em que a regra do sigilo profissional não precisava necessariamente ser seguida.

Um guarda de trânsito corpulento, vestindo um colete fluorescente, apareceu e mandou que o ônibus voltasse para sua faixa fazendo um gesto autoritário com a mão coberta pela luva branca e um grito que não deixou dúvidas de que estava falando sério. Ele fez um sinal para que atravessássemos o cruzamento pouco antes de o semáforo fechar.

O trajeto entre a cobertura da Sarah na Quinta Avenida e o meu apartamento no Upper West Side era bem curto, mas dessa vez pareceu ter durado uma eternidade. A informação que a detetive da Polícia de Nova York, Shelley Graves, havia compartilhado comigo poucas horas antes tinha transformado minha vida para sempre. E me obrigava a abandonar a única pessoa com quem eu precisava de fato ficar.

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