O que nasce sem pé
cresce sem cabeça
não me devoro por completo
pois nem sei se estou inteiro
acreditei que algo mudaria
mas como afirmo, o que nasce sem pé
cresce sem cabeça
e desde então, meu pescoço vive só
o que nasce por completo
permanece em seu eterno tédio
que nunca há de conhecer o querer
ou a falta de ter
como posso afirmar que nasci
se ao menos sei o que quero
o que desejo talvez seja o desejo
nada mais justo do que querer o óbvio
e aqui continuo sem saber o fim.
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Poemas espelhados
PoetryPoesias devolvidas ao seu ambiente natural, cujo aquele que nos pertence.