Poemas espelhados

A doença

me sinto limpo
o ar escorre lentamente
enquanto a morte ecoa em minhas narinas
o peso na consciência de que posso virar só mais um número
ou só mais um exemplo

palavras altas
doem quando caem
perfura meu crânio
como desejado seria

oh metamorfose
doença ao novo mundo

não vejo sua beleza
não se esconda atrás dessa máscara
veja o quão lindo é aqui
entre as estrelas que viajaremos
e músicas que ainda não cantamos

preciosa seja sua vida
que a noite é substituída
e a manhã desprezada

ouço o canto dos pássaros
que alegram a morte com lindos assovios
e trazem com si
a falta da observação.