até que me ame

7. Ela

Dois anos atrás

Seus olhos não paravam quietos, ela estava a busca “ dela ".

Seu coração parecia que a qualquer momento iria saltar da sua boca, " ela " fazia aquilo.

Suas mãos suadas , seu sapato batendo no chão também era culpa " dela "

Tudo era culpa dela.

— acho que você é a mais animada aqui — A herdeira dos Tanaka provocou para logo oferecer um cigarro a Wednesday — como sabe que ela está aqui?

— sonhei que ela estava

Yoko e ela cresceram juntas,a garota foi a única que sobrou de amiga e do ciclo social de Wednesday. Todos diziam que ela foi afetada pela tragédia da família - não era mentira -, várias vezes psicólogas foram ao seu encontro para tentar entender o que passava na cabeça dela. Desde o ocorrido com a sua família e tio, Wednesday nunca agiu como se tivesse pedido a eles. No próprio enterro a garota não derramou qualquer lágrima, ou deu indício de tristeza. Seus olhos só mostraram confusão.

Desde aquele dia algo tinha mudado e Yoko tentava entender o que foi, através daqueles olhos escuros como a noite.

Algum tempo depois da morte dos pais e irmão, Wednesday passou a procurar ela. Como qualquer outra pessoa em seu lugar, Yoko não fazia ideia de quem era essa " ela ", a mesma até tentou tirar alguma coisa da amiga. Mas era inútil.

E lá estavam elas, na faculdade de moda procurando ela.

— e o que vai acontecer se ela estiver aqui ? — questionou a garota de óculos escuros

— você vai se aproximar dela — A outra riu — algum problema?

— não,não. Nenhum — Se quisesse ver o próprio diabo em sua frente, só bastava ir contra uma decisão de Wednesday, apenas questioná-la já era um sentença de morte. — eu no estudo aqui, querida

— isso é o de menos pra mim.

Yoko concordou.

Havia mais alguns motivos para estar ali. Dinheiro era o motivo principal.

Sua família era uma das mais ricas,até descobrirem que seu traficava droga, sonegava impostos e algumas vezes contratava pessoas para fazerem trabalho sujo para ele como destruir concorrentes. Isso acabou com o nome da família em todos os sentidos possíveis, principalmente no mercado. Desde então,  Yoko vivia com Wednesday, vivia para ela.

— e depois? — Wednesday encarou a outra confusa — e depois que você encontrar ela, Wednesday, o que vai fazer.

— Vou mostrar para ela que ela nasceu para mim.

Yoko murmurava para si mesmo que aquilo era loucura, mas lá estava ela, se aproximando “ dela ”

Não foi difícil fazer amizade com “ ela ", não foi difícil entrar na vida “ dela ”

Os primeiros seis meses foram de introdução para que Yoko entrasse na sua vida. Mais três meses depois foram as câmeras em seu apartamento, Wednesday só precisou comprar o prédio para aquilo. Elas foram instaladas na sala, cozinha e quarto. Wednesday fez questão de fazer isso, ela ficou até hesitante em colocar no banheiro. Pensou duas vezes se colocava ou não, por fim, decidiu não colocar.

Não queria invadir a privacidade “ dela ”

Mais seis meses, agora Wednesday colocou seu mordomo para seguir em lugares, só Yoko não seria o suficiente. Não foi difícil botar um rastreador em seu carro para saber qual caminho ela pegava toda vez para ir a Jericho.

Depois de um ano, Wednesday passou a construir o quarto embaixo da sua casa, fez questão de erguer cada parede.

Comprar uma casa em Jericho também não foi problema. Descobrir o passado “ dela ” muito menos, pessoas de cidade pequena costumavam cuidar da vida alheia para passar o tempo. Wednesday sabia o que sua “ amada ” fazia todo tempo, menos quando estava na casa do seu pai, e como sempre. Não foi difícil entrar lá também.

O grande dia havia chegado.

Lá estava ela, Yoko tinha o trabalho de trazê - la para uma festa que nunca existirá. Era a primeira tentativa, mas como Wednesday pensou, " ela " negou. Seu pai em primeiro lugar sempre.

Wednesday teria que trazê-la, não foi difícil chamar atenção com o carro parado. Também não foi difícil esconder o carro no lago próximo com ajuda do seu mordomo.

Depois de tudo feito, só restava esperar a polícia fazer o seu trabalho. Todos estavam procurando sua " amada " fora da cidade e o mais importante, eles estavam procurando um homem. Tudo estava saindo como ela planejou.

Até ter que lidar com " ela " no quarto. Os primeiros meses foram o próprio inferno, para sorte de sua " amada " , Wednesday morava lá.

Mas valeu a pena, tudo valeu a pena. Agora ela estava lá.

Vendo algum filme sobre romance que sua " cara mia " escolheu em seu quarto. Deitada sobre seu peito, algumas vezes recebendo beijos doces em seus lados.

O seu pai tinha razão, ela só precisava achar o amor da vida dela.

Presente

— qual é o seu filme preferido?— perguntou Enid ao desligar a televisão nova do quarto cheio de cor agora. Para quem começou só com uma cama, Enid estava no paraíso.

Livros, televisão, jogos. Era que ela havia ganhado por ter dado algo para Wednesday.

— A Bela ea Fera

— Deus! Por que não estou surpresa com essa escolha — a outra riu — porque ele é o seu preferido?

— ela queria alguém que ouvisse ela, ele queria alguém que olhasse pra ele — explicou puxando a garota pelo braço para sentar em seu colo como sempre fazia.

— e como a Fera..

— Adam — Enid encarou Wednesday confusa — ele tem nome

— Desculpa, certo, eu apenas não sabia — explicou um pouco nervosa.

— tudo bem, poucas pessoas sabem disso.— Wednesday tratou de acalmar sua amada, acariciando suas coxas expostas pelo vestido curto. — as pessoas tem um costume de enxergar aquilo que elas só querem ver, aquilo que elas só querem saber — Esse tempo todo que passou com sua sequestradora, Enid tinha uma única certeza, Wednesday era a pessoa mais fodida psicologicamente do mundo e com vários problemas mentais. — Qual era sua pergunta, querida?

- Como ele, como o Adam. Você vai me deixar ir ? — Era horrível a sensação de não saber se teria mais um dia de vida, era horrível a sensação de não saber como ser livre.

Wednesday apenas encarou fixamente, talvez, nem ela sabia daquela resposta.

Ela iria deixar sua amada ir embora?

Venho no dia de hoje para comunicar que o próximo capítulo será o último dessa história estranha e que possivelmente, a pessoa que escreveu ela, tem algum problema mental não descoberto.

merci