𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 02: Memórias e Ruinas

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Mansão Malfoy, Inglaterra, Mundo Bruxo

20 de fevereiro de 1998
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Draco Malfoy estava em um estado de torpor, afundado em um abismo de culpa e desespero. Após dias de sofrimento desde o julgamento, ele se encontrava imerso em seu quarto, onde as paredes pareciam apertar-se ao redor dele. Sem comer ou beber, seu corpo e mente estavam drenados de energia. A lembrança do tribunal ainda o assombrava, e o peso da acusação pairava sobre seus ombros como uma sombra opressiva.

Finalmente, Draco decidiu sair de seu isolamento auto-imposto. Descendo as escadarias de mármore, ele entrou na sala de estar da Mansão Malfoy. O espaço, antes repleto de esplendor e grandeza, agora parecia opressor e frio. Seu pai, Lúcio Malfoy, estava sentado em sua poltrona favorita, a expressão no rosto uma mistura de cansaço e irritação. Narcisa Malfoy, sua mãe, estava em pé próximo à lareira, observando-o com um olhar preocupante.

Lúcio ergueu os olhos do jornal em que estava imerso, e ao ver Draco, a expressão de desdém tomou conta de seu rosto.

- Draco, o que você está fazendo aqui? -  sua voz era carregada de frustração e desprezo.

Draco baixou a cabeça, sentindo o cheiro pungente de álcool que emanava de seu pai. A vergonha e a culpa estavam quase visíveis, pesando-lhe como uma carga física.

—  Não lembro de nada. Eu já te disse que  não matei Astória. Eu a amava!

Narcisa se aproximou, sua presença era um contraste suave com a hostilidade de Lúcio. Ela colocou a mão no ombro de Draco, oferecendo um gesto de conforto.

— Nós sabemos, Draco. Sempre estaremos ao seu lado, aconteça o que acontecer.

Lúcio, no entanto, não parecia disposto a aceitar o consolo da esposa. Ele levantou-se da poltrona com uma expressão carrancuda e furiosa.

— Você está manchando o nome da família, Draco. Não percebe isso? Mostramos provas e você ainda continua a nos envergonhar.

Draco, sentindo o coração apertado, tentou se defender.

— Eu não fiz nada, pai! Você não quer enxergar isso por conta do seu próprio orgulho!

Lúcio cruzou os braços, sua postura firme como uma muralha intransigente.

— Você não tem provas de sua inocência. Seu julgamento será um escândalo para toda a família Malfoy. Seu avô estaria envergonhado de você agora.

Um nó se formou na garganta de Draco. A menção ao avô, que ele tanto admirava, aumentou ainda mais a sensação de culpa e desespero que sentia.

— Eu não queria isso para a família. Só quero provar minha inocência.

Lúcio fixou o olhar no filho, sua expressão não suavizando.

— Espero que você esteja dizendo a verdade. Caso contrário, não tenha dúvidas de que as consequências serão severas.

Draco engoliu em seco, sentindo a gravidade das palavras do pai. Ele sabia que, além de lidar com a própria angústia, tinha que enfrentar a desaprovação de sua família. Sentia-se mais sozinho do que nunca, lutando para provar sua inocência e temendo as repercussões para o nome Malfoy.

— Como você pode ser tão tolo, Draco? — rugiu Lúcio, a voz cheia de raiva. — Você manchou o nome da nossa família! Agora todos pensarão que somos assassinos! Isso é inaceitável!

Draco balançou a cabeça, sentindo-se encurralado. A desaprovação do pai parecia incompreensível e cruel, mas ele sabia que não podia mudar a opinião dele.

𝐖𝐇𝐎 𝐊𝐈𝐋𝐋𝐄𝐃 𝐀𝐒𝐓𝐎𝐑𝐈𝐀 𝐆𝐑𝐄𝐄𝐍𝐆𝐑𝐀𝐒𝐒? ( PAUSADA )Onde histórias criam vida. Descubra agora