Capitulo 2

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Era quase 12h10 quando sai para o meu horário de almoço. Atravessei a rua concentrada no celular e a primeira coisa que fiz foi entrar para saber se Johanna havia dado algum sinal de esperança, mas, exatamente como cedo, ela apenas visualizou e não respondeu. Então estava ao Deus dará. Eu me sentei em uma mesa disposta para duas pessoas e fiz de tudo para que o outro lugar ficasse vago alegando estar esperando uma pessoa.

Pedi dois drinks de abacaxi e hortelã frescos. Mesmo ela não tendo "visualizado" a mensagem, ela tinha chegado. Bastava que Johanna tivesse um mínimo bom senso e viesse até mim por consideração a nossa amizade.

Como foi horrível ver aquele olhar de decepção em seu rosto tão bonito.

Ela não devia estar pronta para me reencontrar. Claro, seu ego já estava machucado demais só por ter ido até a IMS falar comigo. Sabe que se fui a culpada, era eu quem deveria ir resolver o assunto, mas ela resistiu aos impulsos e ao orgulho e foi até a IMS e lá deu de cara comigo.

Uma moça loira retorna com o meu pedido, eu recolho um papel e uma caneta em um suporte sobre a mesa e escrevo algo simples como: "Te amo, volta para mim", mesmo que já tenha usado tal estratégia nas redes sociais e o resultado tivesse sido o mesmo; ignorada.

Deixei o papel sobre a mesa e o ajustei mil vezes para ter certeza de que estava certinho e visível de qualquer posição que estivesse.

— Ceci? — Nowa se aproxima.

— Sim?

— Por que está ai sozinha? Não quer ir almoçar com o pessoal? — ele olha sobre a mesa e recolhe o meu bilhete. — Te amo, volta para mim? Que piegas!

— Eu sei, é brega, mas não deixa de ser uma boa tentativa! — tomo de sua mão olhando-o feio e tento ajusta-lo na mesa novamente. — Vai lá, seu bobo. Quero ficar sozinha com ela quando chegar!

— Acha que ela vem? — ele cruza os braços.

— 49% de certeza. Agora vai, qualquer progresso eu te aviso! — Foco meu olhar na entrada do pub próximo as portas de acesso principal já que estávamos sobre a estrutura coberta no lado de fora.

— 49%? — voltei meu olhar selvagem sobre ele que apenas recuou. — Ok...

Eu chupo a minha bebida através do canudinho e ajusto meus óculos com o dedo, arrumo o bilhete sobre a mesa novamente.

* * * * *

Como se fosse novidade, Johanna havia me deixado plantada, e dessa vez por seus próprios motivos e nenhuma explicação se fazia necessária. Ela não queria me ver, e isso feria ainda mais o meu íntimo e até o meu orgulho, visto que quanto mais necessitada ou "arrependida" eu aparentava estar, mais ignorada estava sendo.

Não consigo duvidar da sua paixão por mim.

Não consigo me fazer esquecer de Johanna; da sua presença, do seu toque, das suas palavras, dos doces beijos que sinto na minha boca e nada me faria desistir.

No começo da noite quando estou me preparando para sair, eu sigo para o vestiário e um plano parece estar completamente estruturado na minha mente — mesmo que fosse uma perda de tempo.

O meu corpo e o meu coração lutavam entre si a cada instante que passava, um pedia para mim não ir ou voltaria com mais lagrimas, enquanto que o outro já não conseguia mais resistir a tal dor que era ficar distante dela.

Então decidi seguir o meu coração.

Olhei em meu armário e peguei as minhas roupas de casa, segui para o biombo e troquei primeiro a camisa pela preta sem mangas e depois a calça pela saia rendada e as meias que chegavam a altura da coxa. Ajustei tudo e peguei as botas no canto, mas então, ouvi um barulho no lado de fora e parei tudo o que estava fazendo; esperando ouvir de novo, e então ouvi novamente.

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