The SI - Em Busca de Poder

cap 11

Narrando: Dervina Morgan

Sinais vermelhos. É bem comum ver isso na tela dos vários computadores do setor de segurança de dados, mas um me chama a atenção. Um sinal repetitivo fazendo um barulho irritante.
Fico hesitante de abrir, de mexer em algo que não é próprio para mim, mas não posso fazer outra coisa senão abrir.

Não. Eu não posso.
Talvez eu deva, mas...
Talvez eu.. não!
Clico ou não clico?
Clico?

Tá, eu tenho que clicar.

Clico no grande botão vermelho na tela e aparece uma imagem assustadora, uma pessoa, usando uma máscara que tampa todo o rosto, sapriscada de sangue em frente a uma de nossas câmeras de segurança por trás dos muros, aqueles que nos divide da cidade.
Tomo um susto. Meu corpo se retrai para trás e sinto meus cabelos ficarem em pé.

-Tenho um recado. Me escute, não vou repetir duas vezes. Eu sei o que você tem aí, e eu quero, pra hoje!
-O que?! O que você quer ?
-O Amuleto. O colar. Estarei te esperando no final da rua, no porão do açougue, você sabe onde é, as 18:00 horas em ponto, ou cabeças vão rolar.
-Para com isso Leyah, já sabemos o que você quer. - digo aterrorizada.

Um silêncio.

-Leyah? Eu não sou Leyah.
-Eu não sei quem você esconde por trás dessa máscara, mas se não tem coragem de se mostrar, não posso te entregar coisa nenhuma!
-Não se precipite ainda.

Na frente da câmera então, ela mostra uma foto pelo celular, um vídeo que me faz tremer as pernas. É Renaly, e está presa, toda ensanguentada, está gritando meu nome com dificuldade, pedindo por ajuda.

-O que você tá fazendo? Meu Deus, solta ela, ela não te fez nada!

Começo a chorar desesperada. A pessoa vai embora sem dizer mais nada e tudo que eu penso nesse momento é gritar por Alice.
Saio correndo pelos corredores, o mais rápido que consigo, esbarro sem querer em duas mulheres que estavam conversando, mas nem olho para trás.
Alice não está na cozinha, não está no quarto dela, não está em lugar algum. O desespero toma conta, e eu não aguento mais correr. Paro, puxo o ar bem forte e grito mais uma vez.
Já ouviu falar que tudo que um gêmeo sente, o outro sente também? Parece que estou sentindo toda dor que Renaly está sofrendo.

-Ei, que gritaria é essa, doida?
É Cristina. A bendita sempre dá um jeito de aparecer do nada em qualquer lugar e nas situações em que ela deveria estar bem longe. Não esperava ver ela aqui, solta.

-Viu Alice por aí? Eu preciso dela.. meu Deus.. meu Deus.. eu preciso...
-Eu não vi não. Mas o que foi com você? tá com cara de quem atropelou uma gazela.
-Renaly.. ela foi capturada.. eu não sei o que fazer agora! - percebo a aflição da minha voz.
-Quem é Renaly?
-Minha irmã! Pode me ajudar a achar uma solução e deixar de fazer perguntas?
-Não. Perguntei só por perguntar, não me importo com sua irmã..
-Então sai da frente... - eu passo por ela e saio andando procurando por Alice em algum outro lugar.
-Quem pegou ela? Os caçadores? - Cristina pergunta enquanto me segue. Que garota insistente.
-Não disse que não se importava?

Cristina bufa.
-Você deveria estar presa. Você é perigosa. -digo.
-Ei, eu tô tentando me comportar. Quem pegou sua irmã?
-Eu não sei. Uma pessoa mascarada. Bruxa com certeza.

Cristina segura meu braço me fazendo parar e olhar nos seus olhos bonitos de dar raiva.

-Yeloah, sem sombra de dúvidas! - ela diz.
Agora o pânico aumenta. Esse nome tem estado nos nossos ouvidos na CIA desde o último ataque. Yeloah pra cá, Yeloah pra lá..

-Tá de zuera comigo? Se você estiver...
Cristina pula de alegria. E eu sinto vontade de dar um tapa naquela cara perfeita e lisinha dela.

-É verdade! Geralmente ela vai de cara limpa mesmo, mas Yeloah já fez isso outras vezes, ela gosta de usar máscara quando não quer ser identificada. Ela é tão.. maravilhosa. Ai, amo o poder daquela mulher.