The SI - Em Busca de Poder

cap 16

A muito tempo atrás...

Monarca: Não adianta mais me procurar, procure investir seu tempo em alguma coisa realmente útil minha filha.
Leyah: Eu tenho praticado o bem mamãe, tudo que você me ensinou eu tenho feito desde a minha infância, não é justo comigo!
Monarca: Os espíritos da natureza estão enfurecidos comigo, os rituais de renovação e purificação estão sendo em vão, tudo por que não tenho controle nem mesmo da minha família!
Leyah: Eu posso te ajudar mãe! Por favor, confie em mim!
Monarca: Cresça primeiro. Mostre honra, hoje e sempre.

•••

Narrando: Leyah

Péssimo dia. Estou enfraquecendo, faz anos desde o último ritual de purificação e renovação. No linguajar de hoje, estou como uma base craquelando. Tanto tempo cuidando da vida das minhas irmãs quase me fez esquecer da minha.
Quer dizer, se um dia eu pensei que teria vida, estava redondamente errada, Libna e Liana nunca me deram esse prazer.

-Centenários e mais centenários, você vem de uma linhagem Scarlet longeva Leyah. Mas, parece que sua história vem sendo soterrada em cartas no porão da CiA agora.. quer me contar alguma coisa que eu não sei? Tem que se abrir comigo, se vamos ter essa parceria, temos que confiar em você.

Prometi contar tudo sobre minha família a Alice. E cá estou, folheando as páginas cheias de memórias que eu jurei esquecer.

-Essas cartas não valem mais nada. Os espíritos tem inovado suas formas de deixar registrado as desgraças que nossa existência acarreta. As estações por exemplo, percebe que estão cada vez mais descontroladas ?
-Os espíritos que escreveram essas cartas então? Eles sabiam o que sentia?
-Há uma conexão que foi quebrada a muito tempo entre os monarcas e os espíritos. Eles sim, poderiam sentir o que sentíamos, mas não podem mais.
-O que aconteceu com sua mãe?

Alice tem muitas perguntas. É uma garota realmente esperta, que pega as coisas no ar. Que questiona, junta informações.. ela me impressiona por ser tão parecida com sua mãe.

-Por que se interessa na minha mãe? - pergunto.
-Eu sei que ela era uma monarca, uma espécie de líder. Temos algo em comum pelo que parece. Ela tinha importância, pra onde ela foi?
-Minha mãe tinha um título, nada mais.
-Dado pelos espíritos. Eu acho que ela não era apenas uma rainha dos bruxos, ela tinha uma ligação com os imortais. Histórias como as dela não são contos para contar para uma criança dormir, quem me contou sabia que eu iria ter que descobrir isso alguma hora.
-Contavam a história dos bruxos pra você dormir? Credo. - Falo e ela ri.
Continuo.
-Monarcas naquele tempo não era um título de nobreza, era uma responsabilidade, um passo para os bruxos conseguirem ter um acesso aos espíritos e receberem as reprovações pessoalmente. Os espíritos não davam moleza. Minha mãe era a maior das monarcas, mas ela teve problemas por ter que carregar o fardo sozinha. Ninguém deveria ter que carregar uma cruz tão pesada sozinha, então ela optou por dividir com um imortal.
-Foram vocês quem deram origem à linhagem de líderes da CIA... Agora faz sentido.
-Quando ela começou a dividir o peso com uma imortal, as coisas se abalaram. Bruxos e imortais estavam em paz, mas isso ia significar a mistura. Logo não haveria mais bruxos puros, e nem imortais puros. O poder dos bruxos iria enfraquecer, iria se extinguir com o tempo.

-Então foi criado os protocolos? Raças separadas, sem nenhum tipo de envolvimento, e as punições.
-Minha mãe pagaria caro se não obedecesse os protocolos. Foi um pacto de sangue entre os espíritos, os bruxos, e os guardiões. Entende por que até hoje somos assim?
-Eu confesso, eu nunca tinha recebido uma explicação assim. Mas por que esses protocolos seguem falhando tanto?
-Ninguém quebrava os protocolos até que as filhas da Monarca quebraram e não sofreram punição alguma.
-Libna e Liana?
-Foram diversas, diversas vezes. Elas nem se davam ao luxo de esconder suas indisciplinas. Minha mãe escondia debaixo dos panos, mas todo mundo sabia. Logo, começaram as revoltas, bruxos que eram apaixonados em imortais, em humanos, começaram a sair das sombras. Muitas mortes começaram, e minha mãe se via obrigada a punir a todos, menos suas próprias filhas.