The SI - Em Busca de Poder

cap 13

Dias depois...

É tempo de celebração. É dia de festa na CIA. É o dia da comemoração do milênio. Os guardiões, os mais velhos, abençoam os mais novos, fazem um ritual e unem suas forças para a criação de um novo cristal. Tudo é feito graças a uma grande estrela brilhante que passa sobre a terra de mil em mil anos. Nasce um novo cristal e um novo guardião. O Cristal é a fonte do poder, o símbolo da criação, o começo de uma vida imortal. Significa força, esperança e segurança.
Dizem que o cristal é um pedaço da estrela que caiu em um rio seco e de lá, do pó, surgiu o primeiro imortal. Um homem de carne e osso que deveria cuidar do cristal como se fosse sua própria vida. Existem histórias diferentes sobre esse homem. Mas ele foi chamado de guardião. Protetor e primogênito. Seu fim ainda é uma grande interrogação, mas sua linhagem continua (até quando?).

•••

Narrando: Elon Walthari

-Não é incrível Dervina? Justo em meus dias de líder tenho que preparar o ritual da chegada.. tudo tem que ser perfeito. Como andam os preparativos?
-Todas os jovens de 18 anos acima estão se preparando. São tão sortudos em poder se transformar durante a estrela milenar.. Também cuidei de deixar os guardiões descansarem ao máximo, e revisei a segurança dos muros, só preciso de ajuda na hora de carregar o altar, não quero que qualquer pessoa ponha as mãos nele..
-Muito bem Dervina, tá dando de conta de tudo, estou um pouquinho satisfeito. - digo e digo com firmeza. Dervina tem feito muito pela cia, é sua obrigação, claro, já que ela ganha pra isso, mas eu quero dizer que ela tem estado bem mais ativa.
Ela ri e sai orgulhosa com o elogio que lhe fiz.

Hoje é um dia perigoso. Por mais que todos estejam em festa, é um dia em que estamos vulneráveis e com uma pulga atrás da orelha. Durante o ritual, nada pode ser interrompido, é criado um cristal de mil em mil anos, dependemos disso mais que tudo. A estrela Milenar era um mito quando estudei sobre ela, e hoje, não é mais. Até onde o mundo pode parecer louco? Saiba que ele não é. Loucos somos nós de não conseguirmos enxergar metade de seus mistérios.

Alice vem até mim andando rápido.

-Já.
-Já? Muito rápido. -falo
-Foram só alguns ajustes finais. Confie em mim.  Esse novo Cristal estará bem seguro no novo sistema de segurança. Renaly fez o projeto, ela fez curso de engenharia nos anos 80.
-Se for anti magia tem minha aprovação.
-Mas é claro que é. Não teremos mais nenhum cristal roubado. Não enquanto estivermos aqui.

Puxo Alice pelo braço e peço para que ela se sente na poltrona confortável do meu escritório enquanto eu fecho a porta atrás de nós.

-Alice.. tem um tempo pra falar coisas de meninas? -pergunto e Alice levanta as sobrancelhas.
-O que é? Você está sentindo cólicas? Um remédio dá conta.
-Não, besta. Não é sobre mim. É Eleonor. Preciso investigá-la. Ela anda conversando sozinha, e está agressiva demais. É claro que ela tem suas crises, mas agora está saindo do controle. Você sabe.. o transtorno de personalidade..
-E o que você quer que eu faça? Ela é sua irmã, sua responsabilidade.
-Conversa com ela. Eu sei que vocês não são próximas, mas tenta saber o que tá rolando. Eu aposto que não é tpm.
-Eu posso tentar, mas não garanto conseguir nada. A essa altura ainda não consegui manter uma conversa sólida com Renaly, que é minha irmã.
-Renaly tem algo que não me entra, sabia?
-Ah que bom que você fala isso logo pra mim.. admiro sua sinceridade sabia?
-Eu tô falando sério. Outro dia eu estava comentando com Cristina sobre o colar, ela parecia muito interessada no assunto. Tipo.. muito mesmo.
-Renaly é historiadora e arqueóloga. Ela gosta de estar por dentro dos assuntos, e mais ainda quando se trata de bijuterias da idade das cavernas criado por bruxas. Para de colocar coisa onde não existe.
-Eu não sei.. não a vi ajudar em nada além de perguntar coisas sobre o colar. Colar esse que não temos mais o domínio. Aliás, por que Dervina está tão obcecada em ler os livros da biblioteca velha do porão? Tem alguma coisa sobre o colar por lá?
-Tem alguns escritos sobre nossa mãe. Ela está querendo desenterrar do fundo do baú algumas lembranças, mas isso faz mal pra ela. Eu tenho medo que ela mexa em coisas que não deve.
-Eu acho que o máximo que ela vai conseguir é uma rinite. Aqueles livros estão desatualizados.
-Hosana foi a mais próxima de nossa mãe. Era tipo o braço direito dela, e fazia de tudo pra não falar de nossa mãe, é normal ela querer saber mais sobre ela. Até eu fico intrigada com a morte dela as vezes. Não é justo sabe?
-Eu sei.. Amaris não precisava ter se entregado. Quero dizer.. Cara, sempre existe outra opção.
-Eu não acredito em nada do que falam. Existe outra versão da história, eu tenho certeza.