Cap 3-

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Narrando :Alice

Consegui. Criei um rascunho de vestido perfeito. Agora preciso testar nas minhas modelos. Precisamos de alguma inovação, ainda tenho a idéia dos anos 30, mas não é o suficiente. Eu quero que minhas clientes olhem pra isso e diga "uau". Tudo que eu, Alice, faço, é com muita dedicação e trabalho duro, e é por isso que na maioria das vezes obtenho sucesso completo. Me considero um tanto criativa, e de todas as profissões que já tive em 3 séculos, style guide é a minha favorita, tanto que nem me imagino mais trabalhando em outra coisa.

-Que tal tentar colocar tule nas mangas? - com vários croquis espalhados sob uma mesa, Giulia aponta para um e resolve falar algo depois de uns 30 minutos calada. Ela anda bem quieta ultimamente e me questiono se ela esconde alguma coisa de mim desde a última reunião na qual eu não disfarcei nem um pouco minha saída de escape.

-Vou colocar no segundo modelo, acho que sim, cai bem, e acho que você, deveria criar alguns modelos. Pouparia tempo para mim e seria um ótimo investimento.

Giulia fica vermelha.
-Você acha que eu consigo?
-Vamos tentar. Crie um modelo que transmita poder, magia, elegância e sofisticação. É seu teste surpresa. Se for bem, eu mesma falo com a chefe pra te dar esse cargo especial.
-Ai meu Deus, ok, quando eu começo?
-Agora vai, agora.

Giulia começa a pensar, pega papel, caneta, e começa a rabiscar looks femininos por cima de desenhos de diferentes tipos de corpos pra combinar com nossa variedade de clientes. É bom ver ela assim, tão empenhada. Ela tem um potencial enorme.
Estou observando-a quando batem na porta.

-Entra.
-Licença, eu posso entraaar?

É Alannis. Faz três dias que não vejo ela desde que voltei da CIA.
-Por onde você estava hein?
Ela vem me abraçar.
-Ah, eu estava.. por aí. Eu aproveitei pra conhecer a cidade enquanto você estava fora, sabe com quem eu dei de cara ?
-Hm?
-A sua irmã.
-O que?! Dervina tá aqui?
-Sim. Nos trombamos sem querer na calçada da sua casa, ela tem a chave ?
-Sim, ela tem uma chave. Meu Deus ela não me disse que vinha pra cá. Provavelmente quer ficar um tempo comigo.
-Tudo bem, eu vou procurar um lugar pra ficar.

Ah não, me esqueci completamente que Alannis está dormindo lá em casa. Mas desde que ela chegou parece que a casa está criando vida de novo, não quero que ela saia de lá.

-Não, você pode ficar lá em casa, a gente se ajeita, dá pra todo mundo.
-Tem certeza?
-Claro que tenho, meu apê é como ônibus público, sempre cabe mais um.

Ela me abraça de novo.

-Eu prometo que eu lavo a louça de hoje.
Aliás, está quase na hora do almoço, o que você vai comer?
-Eu vou finalizar algumas coisas aqui e vou passar no restaurante aqui perto, vai pra casa, eu levo o almoço.

Alannis sai do escritório e eu olho para Giulia. Ela está tão concentrada que parece que nem viu que alguém entrou aqui. Termino o que tinha que fazer e vou para o restaurante.
Chego em casa, respiro fundo, meu coração acelera por que vou ver a minha irmãzinha de novo depois de algum tempo, e viva. Abro a porta do apartamento esperando folia das duas meninas, mas está quieto demais.

-Meninas? - chamo por elas.

Entro devagar, guardo as chaves do quarto, caminho devagar esperando ouvir alguém. Vou até a cozinha, coloco as marmitas em cima da mesa e...

-SURPRESAAA!!

Elas duas aparecem gritando, fazendo a maior algazarra. Dervina me abraça forte e me dá beijinhos no rosto.

-Meu Deus, vocês são loucas, pra que isso?

Dervina pega uma caixinha preta da mão de Alannis e me entrega. O que é isso? Me pergunto.
Abro devagar, e vejo um colar dourado com uma pedra vermelha. Rústico eu diria, parece antigo.

-Ai que lindo, é pra mim?
-Claro que sim, comprei no caminho da viagem pra cá, numa loja de artefatos antigos, você gosta dessas coisas.
-Sim, eu gosto, mas nem é meu aniversário.
-E desde quando precisa ser seu aniversário? Vamos comemorar!!

Alannis coloca som em uma caixinha e as duas ficam dançando juntas. São farinha do mesmo saco. Eu não curto a música, mas logo me sinto obrigada a remexer os esqueletos pra entrar na onda.

-Perainda? Quando você chegou aqui? Alannis não estava em casa quando eu cheguei, nem você. - paro a música e pergunto. Dervina faz uma cara de desapontada por ter parado a música e Alannis continua dançando como se a música não tivesse parado.

-Eu cheguei hoje. Eu estava indo comprar café quando encontrei Alannis, ela meio que me reconheceu. Andamos a cidade juntas, e fomos pra sua casa, eu tenho a chave, você me entregou quando foi me visitar na CIA mas eu não sabia a sua localização.

-Ah, e vai ficar quanto tempo?
-Uns dias aí, Hosana pediu pra todos irem pra outro lugar, caso os caçadores voltem atrás do que ficou preso lá, e vou te dizer, está uma bagunça das grandes por lá..
-Ai, que bom que você está bem Dervina. - falo lembrando do acontecido.
-Eu tô legal, mas fiquei assustada sim, confesso.
-Tudo bem, tudo passou, estamos bem de novo.

Alannis então ignora nossa conversa e liga de novo a música, só que dessa vez 3 vezes mais alta.
Começamos a dançar. Sou muito desengonçada, mas Dervina e Alannis levam jeito para a diversão.
Sentia falta de me sentir assim, feliz, junto a minha irmã e a minha melhor amiga. É tão... Normal. É tão estranho esses momentos de normalidade. Que o universo me traga mais momentos assim...

Na CIA de monitoramento Sobrenatural •

-Ouvi boatos de que sim, Yeloah está viva, e dois dos nossos homens a encontraram. São os homens 001 e 003 senhora.
-O que eles querem com ela? Não tem minha autorização para perseguir essa mulher. Eu a vi morrer, não tem como ela estar viva!
-Mas está Hosana, ela já forjou a morte dela uma vez, por que não fazer de novo?
-Quem tanto sabe disso?
-Somente os guardiões eu acho, na verdade não sei até onde essa conversa foi, mas creio não ter se alastrado ainda.
-Ótimo, vamos desmentir qualquer coisa que disserem, essa mulher deve continuar morta. Ela já nos causou problemas demais.
-E os agentes? Eles fugiram.
-Procurem-os, quero os dois sob minha custódia. Eles começaram isso, agora terão que terminar.

The SI - Em Busca de PoderOnde histórias criam vida. Descubra agora