cap 18 - antídoto para a dor

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Narrando: Alice Morgan

Salamanca, noroeste da Espanha. Está ensolarado, diferente do tempo que imaginei. Estamos em uma casa que Leyah conseguiu com seus contatos, é uma casa acolhedora.. diferente das casas mexicanas, ou americanas.. nunca estive na Espanha antes, mas pra mim não é problema nenhum comer rosquillas de ledesma no café da manhã. Comia muito quando morava no México, lá tinha uma cafeteria de comidas espanholas e francesas que nossa..

-Me ajude com as malas. Ora essa.. está parada aí Alice. - Leyah me tira dos pensamentos e então vou até as malas dela que estão pesadíssimas.
-Caramba, quanta coisa. São roupas de frio? Acho que não vamos precisar nem tão cedo.
-Só trouxe a do corpo. Não gosto de me apegar a bens materiais, mas se precisarmos compramos aqui.

Abro uma das malas e está cheia de dinheiro, tipo, muita grana mesmo. A outra está cheia de armamento, de todo tipo de arma que eu nunca nem imaginei ver. Estou surpresa, Leyah não parece tão mortal, mas eu estou muito enganada. Olha só, estou numa caçada imprevista de bruxos e em uma casa cheia de armas, não poderia estar em uma situação menos estranhas a essas alturas.

-Seríamos presas na hora se vissem isso. - Dervina diz assustada e revira a mala olhando as armas. Ela gosta desse tipo de coisa. Ela pega uma com uma corrente dourada dependurada e aponta para mim. Mas o que essa menina tá querendo?

-Cuidado, essa não mata, mas causa dor. Essa outra, também não mata, mas imobiliza. Essa terceira aqui é a minha preferida, perfura e mata.
-O que seria isso? - ela pega uma máquina e sem querer deixa cair no chão.
-Cuidado, esse é o dispositivo. O mesmo que usaram contra vocês.

Então eu estava certa. É criação de uma bruxa. Lobisomens, bruxos.. tem uma forte ligação entre eles.

Dervina pega o dispositivo e pede pra dar uma analisada. Ela pode descobrir algum botão de desligar.

-O que fazemos agora? -pergunto.
-Não temos nada a esperar. Vamos fazer uma visita a Yeloah.

•••

Não esperava ter que pegar uma rota limpinha e fácil, mas Leyah me conduz por uma trilha que leva até uma cerca de arame farpado, provavelmente elétrica para afastar animais e pessoas indesejadas daquela zona. Não sou garota de campo, então tropeço umas 5 vezes durante o percusso. Odeio a quantidade de pedras e lama que tem por aqui.

-Vê? Passando dessa cerca andamos mais um pouco e chegamos na casa abandonada do governo.
-Do governo?
-Por que você acha que teria uma casa no meio do nada em um local com mata fechada e protegida por cercas? É uma casa de verão de biólogos preguiçosos. Eles com certeza vem uma vez por ano fingir que estão dando de conta do local.

Leyah pega um instrumento e corta a cerca, e ela sabia por algum motivo que a cerca não estava com eletricidade. Ainda olho para Leyah e me pergunto se a conheço 0,1%. Com certeza não. Mas ela segue destemida como uma verdadeira caçadora levando uma mochila preta com duas vezes o peso dela.

Encontramos a casa. Não está deteriorada, mas não é tão bonita aos olhos. É igual ao desenho que Kily fez, impressionante.

-Você quer ficar aqui fora? - ela pergunta e consigo invadir sua mente, que pensa que eu esteja com medo. Não estou com medo. Eu nem estaria aqui se estivesse com medo.
-Jamais. Vou entrar.
-Então segure isso, não atire ainda - ela me entrega a arma com a corrente dourada e eu tento me lembrar o que essa faz.. mata, causa dor ou imobiliza? Droga, não lembro.

Sinto meu bolso vibrar. É Dervina, tentando fazer contato pelo rádio comunicador.
-Oi, vamos entrar, cambio - falo avisando.
-Pegue o microfone e use para grampear as conversas, coloque em algum lugar não visível. Tomara que Elon não tenha visto que eu peguei isso.

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⏰ Última atualização: Jul 02, 2023 ⏰

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