Aquilo só podia ser sacanagem, porque aquela demônia me odiava tanto? Funcionário exemplar, melhor modelo da empresa, fácil de trabalhar, versátil, eleito 5 vezes o homem mais bonito do Brasil, 8 vezes o solteiro mais cobiçado, um portfólio de dar inveja a qualquer outro modelo, e de quebra ainda ajudava com os relatórios de vários setores. Nunca faltei ao respeito com ela, ou insinuei qualquer coisa, a única coisa que eu podia pensar que ela tinha contra mim era meu pai, o que nem faz muito sentido, já que ela vivia puxando saco do chefe.
Joguei o convite da festa de halloween na gaveta. Já tinha avisado o RH que eu não iria. Não que não achasse divertido, mas não queria encontrar com ela em um ambiente neutro, já era o suficiente ter que aturar a miniatura de mulher no trabalho, definitivamente não precisava me expor em um evento com tanta visibilidade. Mas é claro que o convite naquela gaveta mudava tudo.
No ano passado teria adorado o tema da festa, mas esse ano até mesmo aquilo era apenas mais uma provocação dela, e nem podia ir ao RH reclamar da perseguição, meu pai jamais permitiria que fizesse algo contra sua "garota de ouro", ele gostava tanto da nova estilista que começou a pensar na aposentadoria, como se já tivesse decidido que ela era digna de substituí-lo. E quem estaria ainda pior nessa história? Euzinho, se sob os olhos do chefe ela implicava comigo, quando ela fosse a chefe então, minha vida seria um inferno.
- que cara é essa, Reizinho? Parece que viu um fantasma... - Reizinho, só pelas costas do chefe ela me chamava assim, na frente dele não fazia piada com nosso sobrenome.
- não é nada, Chen. - me forcei a responder ao projeto de gente que era a estilista - Você não deveria estar naquela reunião? Ou não consegue achar o caminho aí de baixo?
- eu sei perfeitamente bem o caminho, não precisa ser um poste para achar a sala de reuniões, se você fosse alfabetizado poderia decifrar as placas. - Um único erro de digitação e a maldita implicava comigo todo dia, e os projetos nem eram minha função.
Ela saiu sem esperar minha resposta, que seria idiota, e com certeza referente ao seu tamanho, porque a desgraçada era linda e incrível, e todos a adoravam. Aparentemente a única pessoa com a qual ela tinha problemas era comigo, já que toda a equipe babava o ovo da Diaba versão de bolso.O convite naquela gaveta era uma das poucas provas que eu tinha contra ela, mais especificamente a foto dentro do convite, uma foto maravilhosa por sinal, que valorizava muito bem minhas pernas, mas que era o início dos meus problemas no trabalho.
Eu mesmo não tinha nada contra ela até três meses atrás, achava a novata divertida, era alegre e inteligente, além de muito, muito bonita. Não fazia o meu estilo, afinal, meu padrão é mais modelos altas super gatas em roupas provocantes (meio normal quando convivo com garotas assim diariamente), definitivamente meu tipo não era baixinhas em vestidos fofos e perfume de morango.Até aquela maldita festa que me convenceram a ir, e a maldita roupa ridícula que tive que usar por perder uma aposta mais ridícula ainda. Se não fosse uma festa a fantasia eu teria o direito legal de me recusar a cumprir a aposta, afinal, por contrato, não podia fazer nada que prejudique minha imagem. Mas a maldita máscara guardaria minha identidade, e Nino fez questão de arrumar uma que combinasse com a roupa que a namorada tinha escolhido para mim.
Apesar dos meus protestos sobre o exagero daquela brincadeira, tive que vestir a roupa, sob ameaças de que fariam isso por mim, e logo trouxeram Milene para fazer a maquiagem, quando terminaram de me arrumar a pessoa no espelho facilmente passaria por uma garota, não fosse minha altura, poucas mulheres chegam a 1,80, meus ombros largos também me denunciavam, mas o modelo da roupa disfarçava até que bem as curvas pouco femininas.
Não era minha primeira vez usando saia, ou salto, mas definitivamente era a primeira fora de uma passarela, e me sentia ridiculamente confortável naquilo, estar de saia, e não de calça, dava uma sensação gostosa de liberdade, apesar da boxer que firmava meus... atributos.
Até mesmo a máscara era um acessório digno, estar em um ambiente público sem me preocupar com paparazzi, sem muitos fãs me rodeando, era libertador. E ainda assim houve várias fotos, que tirei com naturalidade com várias pessoas desconhecidas, que estavam interessadas apenas no cosplay que eu estava usando, não na pessoa por baixo da máscara.
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Contos Indecentes
Short StoryCONTEUDO ADULTO Compilado de contos eróticos. Todos de minha autoria, alguns adaptados de outras histórias minhas, publicadas aqui ou em outra plataforma. Todas as histórias aqui são para maiores de 18 anos, caso não goste deste tipo de conteúdo, n...