77 motivos pelos quais eu terminei com você (Parte 1)

Capítulo 2 || 77 motivos

2- Você sempre se menospreza

Imagina namorar com alguém que fica o tempo todo se menosprezando, fica dizendo que é feio só para eu falar que ele é bonito (menti tanto que fiquei feia), mas isso não é apenas uma suposição, você já admitiu. Admitiu que fazia essas coisas para chamar atenção, ALGUÉM CHAMA A BABÁ DESSA CRIANÇA. Eu sei que pode ser que você não recebeu atenção adequada na infância, eu tentei entender, juro que tentei. Mas chega um momento que basta, como em um certo dia, você me disse que me beijava perto dos meus amigos para eu te dar mais atenção do que para eles, meio doentio, meio não, total. Quando estamos em um relacionamento, tanto tóxico como saudável, precisamos de tempo fora dele, seja com os amigos, com os pais ou até mesmo sozinho (a). Precisamos de tempo fora do relacionamento para sermos melhores dentro deles, não me entenda mal, não estou falando para terminar, ficar com outros e depois voltar, não é bem assim. O que eu quero dizer é que não precisamos ficar grudados 24 horas por dia com o namorado(a).

Mas só eu sei como foi me sentir dentro desse relacionamento, onde o meu namorado não tinha auto estima e eu ia acabando perdendo a minha, eu tinha que ter para mim e para ele, e, de tanto ele "precisar" eu ia dando a minha auto estima para ele e ia ficando sem (mas ele era um posso sem fundo, se a pessoa mais narcisista do mundo desse todo o amor próprio para ele ainda não ia ser o suficiente). Cansei de passar meus dias ouvindo que ele não era bom em nada, que tinha gente melhor do que ele, que nada para ele era o suficiente, que os amigos dele não preferiam ele, que os amigos deles já trocaram ele por 50 centavos, essa história é engraçada. Vamos lá a "triste história do garoto que foi deixado pelos amigos por 50 centavos".

Em um belo dia de sol solar, estava ele saindo com os amigos depois da aula, foram em uma lojinha onde vendia sorvete, o tal sorvete custava R$ 2,50 mas ele só tinha 2 reais, então os amigos dele foram comer o sorvete sem ele.
(alguns detalhes da história foram trocados por causa da autora não ser processada, mas a moral da história permanece a mesma).

Até os dias atuais eu não entendi de onde diacho ele tirou que os amigos dele o deixaram, se a história fosse comigo seria mais ou menos assim:

Em um belo dia de sol solar, eu estava saindo com os meus amigos para irmos tomar um sorvete, pois estávamos suando mais que porcos. Chegando lá descobrimos quê o sorvete custava R$ 2,50 e só tínhamos 5 reais e estávamos em 4, então tivemos a brilhante ideia de dividir o sorvete (uau, descobrimos um novo mundo, chora Pedro Álvares Cabral, o professor de matemática se orgulharia da gente pela primeira vez).

Os amigos dele não o deixaram, mas ele teve apenas autopiedade a história toda, não teve apenas essa história, demais outras, outras histórias que me fizeram querer desistir, de todos os modos eu tentei compreender, tentei ajudar mas eu estava me perdendo dentro daquele relacionamento, se eu estivesse com ele agora, não teria feito coisas maravilhosas que já fiz, como:

Dançar sozinha na chuva
Escrever um livro
Andar descalço na areia da praia
Chorar por um filme triste (na verdade foram por vários filmes)
Conversar por horas com minha amiga
Tudo isso foi bem melhor que ficar com ele, eu me encontro todos, quase, todos os dias ao invés de me perder, e essa sensação, essa maravilhosa sensação me faz querer viver todos os dias.