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Sinto meu corpo pesar, como se uma pedra gigantesca estivesse em cima de mim, me pressionando mais e mais. Minha cabeça dói e me sinto tonto. Abro os olhos lentamente, mas não enxergo nada, está tudo um breu, uma escuridão total.
"Ei?", falo, mas, estranhamente, não consigo ouvir minha própria voz, apesar de ter certeza de que falei. "EI!?", grito.
Nada.
Isso é maluquice e bizarro. Eu tenho total certeza de que estou falando! Só que... Não ouço nada. Engulo em seco e tento me levantar, ao menos me sentar nessa escuridão, mas parece que a gravidade não quer que eu me movimente nem que seja um pouco.
Me viro com dificuldade para o lado, consigo me pôr de joelhos, sentindo uma dor intensa na cabeça e falta de ar, como se o ar estivesse sendo sugado diretamente dos meus pulmões; não consigo processar nenhuma informação sem ser "ar", porque não o tenho.
Isso é loucura. Porra, caralho! Onde infernos eu tô?! Por que não vejo ou escuto nada? Inferno!
Espera. Inferno?
Tento respirar fundo e me engasgo. Começo a tossir violentamente, sentindo algo sair da minha boca. Penso ser sangue, porém, não tem um gosto metálico, é amargo, parece ser pegajoso, sei disso porque coloquei a mão na minha boca e grudou em meus dedos; e não é vômito porque saiu tão... Naturalmente com a tosse - ainda está "vazando" pela minha boca, mesmo eu estando com ela fechada agora. Realmente, não é vômito porque não fiz força, não senti o estômago embrulhar ou doer, minha garganta não arde ou senti qualquer enjoo, ou ânsia. Que porra é essa? Eu morri? Estou no inferno?
Não, isso é loucura. Caralho, o inferno para mim é a porra da Terra, sobrevivi anos e diversas vezes nela apenas para morrer e vir para esse... Lugar bizarro e sem sentido?
Limpei minha boca com a costa da mão. Acho que essa coisa parou de sair.
"Que porra tá acontecendo comigo...?!", grito. Isso tudo é...
"Loucura? Você já disse isso umas quatro vezes. Ou pensou. Bom, tanto faz", uma voz debochou de mim. "Que...
"'Que porra?' Sério? Você só sabe falar palavrão, Haruchiyo?", ela me interrompeu. Franzi a testa. Filha da puta. Odeio que me interrompam.
"Quem é?!"
"Para que gritar? Estou bem aqui."
"Aqui?", repito, procurando pelos lados, mas continuo não vendo absolutamente nada. Espera, estou ouvindo? "Ei!", reconheço minha voz, apesar de estar um pouco diferente... Mais afinada, eu acho. É, estou ouvindo novamente agora, isso é um bom sinal, eu imagino.
"Aqui embaixo", ela repete. Não reconheço de quem seja essa voz, mas, não me é nada estranha. Parece muito familiar.
" Em... baixo?", inclino a cabeça para baixo, não sei bem o que fazer, então comecei a passar a mão no que eu acredito ser o chão, porque não vejo nada. "Bem que podia ter um pouco de luz aqui, hein, voz maldita?", ela me ignorou, pelo que parei. Foda-se, quando eu achá-la, ela vai ver. Continuei tateando ao meu redor até tocar em algo pegajoso. É aquela coisa que senti sair da minha boca.
"Me achou, Haruchiyo! Finalmente!", a voz informa, alegre.
"Ãn?"
De repente, surgiu um clarão tão forte, como se eu olhasse diretamente para o sol; fechei e cobri meus olhos com minhas mãos. Fiquei encolhido e protegendo meus olhos por algum tempo, esperando o clarão intenso diminuir e, surpreendentemente, funcionou. Descobri meus olhos e pisquei várias vezes até me acostumar com a luz repentina.
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Control
FanfictionSanzu tem pesadelos constantes e reais demais com os eventos de sua vida. De todas elas, de todas as linhas do tempo. Sua mente é seu próprio inferno particular por se lembrar de tudo. Pobre Haruchiyo Sanzu. Amaldiçoado Haruchiyo Akashi.