Fugitivas

Pretty

– Nat, espera. – a Maximoff falou antes que a ruiva saísse do quarto e ficando feliz quando a viu se virar novamente. – Eu... eu só queria agradecer por ontem, por não ter me deixado cair no chão.

– Ah, não tem problema. – Ela falou se virando de novo e fazendo questão de sair do quarto.

Wanda abriu a boca e segurou a toalha com um pouco mais de força e deu longos passos na direção de Natasha. Com a mão que não segurava a toalha, segurou o pulso da ruiva e a virou pra ela.

– Eu também não te agradeci por ter me levado com você. Eu podia estar presa, sendo torturada, ou fugindo sem nenhuma noção de nada, mas por sua causa eu tô aqui... E eu agradeço de verdade pelo que fez por mim, por ter essa preocupação comigo.

Natasha não a olhou nos ou para ela em si, ficou olhando para o contato pele á pele que estava tendo com Wanda. Com a mais baixa ainda segurando seu pulso.

– Eu me importo com você, Maximoff.

– Eu sei... É que você começou com essa preocupação do nada, e eu não sei se lidei muito bem com ela no começo mas agradeço por ela existir... é como se fizéssemos parte de um time. – ela falou olhando para baixo evitando o olhar de Natasha.

– Não foi do nada, Wanda. – ela altera um pouco o tom de voz, ficando perceptível para a garota de cabelos molhados. – Por favor termine de se arrumar para que possamos ir.

– T-tá bem... – falou em um sussurro deixando de olhar para Natasha e virando de costas para ela.

Wanda andou até a bolsa com suas roupas e se sentiu a vontade para largar a toalha no chão quando ouviu o som da porta sendo fechada.

Natasha do lado de fora apenas encostou na porta e fechou os olhos por um instante, se permitindo pensar no que Wanda fez ontem. Se perguntando se ela tinha alguma consciente, se aquele beijo no canto da boca tinha sido ao acaso ou apenas um erro de cálculo.

"Maximoff nunca me beijaria! Não tem motivo para isso" seria mesmo?

Ela se lembrava do momento em que Wanda passou de uma desconhecida para a garota que Natasha queria conhecer mais do que qualquer pessoa no mundo.

Ela lembrava de Wanda nos treinos, não necessariamente apenas com a Romanoff, mas quando ela ia para a sala de treinamento e tentava melhorar seus socos e chutes com o saco de pancadas... Natasha observava ela; se preocupava com ela em missões, mas nunca demonstrou essa preocupação.

Ela foi contra a ideia de Tony de deixar ela trancada na torre, mas Natasha não queria que ela se envolvesse em nada grave. Devia ter sido ela ajudando Wanda desde o início com a perda do irmão, com a dor que ela sentiu todo dia por não se sentir bem consigo mesma e quando ela explodiu um prédio.

"Eu devia ter ficado lá com ela" mas ela não podia se culpar pelo passado, principalmente pelas coisa que não aconteceram. O importante agora era seguir em frente, e Wanda estava com ela lá.

Natasha quase caiu para dentro do quarto novamente quando sentiu a porta ser aberta e seu apoio ser tirado de si.

– Tá aí parada mas estava cobrando da gente né? Coisa feia... – Yelena disse passado por ela e indo para um carro.

Wanda parou logo na entrada, ao lado e Natasha. – Ela está certa, não é justo você cobrar e ficar parada.

– Não estou parada. – Virou de costas e começou a andar para o carro e entrando pela porta do motorista. 

Deixando Wanda apreensiva pra trás, mas ela ignorou isso e foi para o carro também.

[...]

– Pedi um jato e você me traz essa lata velha? – Natasha pergunta para Nick olhando para o projeto de helicóptero que estava em sua frente.

– Você me deu pouco tempo e nenhum dinheiro, não sou um mágico esse foi o melhor que arrumei... Não consegui um dos jatos dos Vingadores mas pelo menos esse aí voa – ela disse sorrindo e apontando para o helicóptero.

– Tem certeza que isso voa? – Wanda perguntou surgindo ao lado de Natasha, que descruza os braços e sai de perto dos dois entrando para ver se por dentro do helicóptero estava tudo certo.

Uma desculpa para não ter que ficar perto de Wanda.

– O deu nela? Está mais estranha que o normal – ele pergunta a Wanda.

– Acredite, você deve conhecer ela melhor do que eu...

– Ela sente mais por você do que por mim, isso é certo. Ninguém conhece ela tão bem assim, mas você ela deixaria.

– O que quer dizer com isso? – Wanda olhou para ele com as sobrancelhas franzidas e muita curiosidade em sua cabeça.

– Antes dela me explicar tudo eu achei que vocês eram namoradas, mas ema explicou a situação e aí eu entendi.

– Que situação?

– Olha se você não sabe não sou quem vai te contar. Pergunta pra de cara amarrada ali. – Ele apontou para Yelena que discutia com Natasha sobre um pacote de carne seca que achou no helicóptero. – Ou pergunte a Natasha, mas não é certo que ela vá te responder.

– Po-por que achou que éramos namoradas?

– Sei lá, o jeito que ela te olhava e falava de você me fez pensar isso. Até questionei se você era solteira pra ter certeza, mas em vez de me responder ela virou de costas e não falou nada.

– Ela tem essa mania.

– Viu, por isso! – ele explicou – Vocês sabem o que a outra faz e o que significa. Se ela faz uma coisa específica você sabe o que ela tá sentindo e vice versa e acho que ela se preocupa com você um pouco mais do que ela se preocupa com os outros.

– Wanda! Vamos logo! – Yelena gritou da porta do helicóptero, e a Maximoff logo se despediu de Nick e entrou.

Wanda se despediu de Nick e foi em passos rápidos até o helicóptero. Yelena fechou a porta quando a Maximoff entrou e se sentou ao lado de Natasha na cadeira de copiloto.

Wanda sentou nos bancos da parte de trás e se concentrou em tudo que a levou até ali. Em tudo que viveu no complexo, com Viz, com os outros membros e ou pouco -quase nenhum- dos que viveu com Natasha. Os treinos e as noites em que ela não conseguia dormir e saiu do quarto para andar um pouco torcendo para que o sono votasse, aí ela passava pelas salas e as outras áreas do complexo e via Natasha encostada na varanda.

Mas a única coisa que conseguia pensar em quanto Natasha pilotava o avião era em como ela deveria ter ido um pouco mais para o lado e beijado Natasha direito.

- Wanda? - Natasha chamou por ela, que virou a cabeça olhando para ela com aqueles olhos verdes semiabertos - Wanda chegarmos lá você fica aqui entendeu.

- Claro... -"Linda" passou pela cabeça das duas no exato momento em que deixaram de se olhar.