Voo

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Levantaram do chão e Natasha assumiu o controle do helicóptero depois de Yelena dizer que precisava de ajuda, sem olhar para nenhum dos dois. Ela colocou os fones abafadores de ruído e entrou em contato com Yelena por meio do microfone. Já Wanda, conseguiu focar seu olhar apenas em algumas caixas ao fundo e não ouviu a conversa dos outros. Alexei xingou os outros colegas da prisão que provavelmente foram soterrados pela neve.

Alexei estava de volta, a presença dele incomodava Natasha e Yelena. Ter ele ali fazia com que elas se lembrassem d

e como era conviver com ela quando pequenas. Fazia com que as lembranças de Cuba voltassem em sua mente.

Aquele dia em específico fazia parte de uma dos piores da vida delas. Foi ali que tudo dera errado, ou que havia piorado. Foi o evento em que levou elas para um caminho trilhado por sangue, sangue que elas mesmas derramaram e isso era terrível.

- Ai isso foi empolgante. - ele disse, mas nenhuma das duas ouviu - Ah que orgulho de vocês meninas - ainda não p ouviam porque ele não usava o fone. - Não tão ouvindo né? Já entendi - falou empolgado e pegou outro fone que arrumou para falar com as duas no comando do helicóptero - Uau...

Assim que Yelena conseguiu ouvir a voz irritante dele, depositou um soco em seu rosto. - Por que a agressividade, hein? Tá naquela época do mês?

- Não fico menstruada, imbecil. - ela respondeu - Eu não tenho útero.

- Nem ovários - Natasha completou.

- É o que acontece quando a sala vermelha te dá uma esterequitomia obrigatória. Meio que eles entram lá, - ela começa a gesticular com as duas mãos para que fique claro de entender. Não por educação mas pra o deixar desconfortável com isso - e arrancam todos os seus órgãos reprodutores. Eles simplesmente vão lá, e cortam tudo fora - faz um gesto de tesouras cortando o vento. - Sai tudinho. Então não podemos ter filhos.

- OK OK não precisa ser tão nojenta nos detalhes. Mas... significa demais para mim vocês teram voltado por mim.

- Não, não - foi a vez de Natasha o responder - Não viemos por sua causa, só queremos que nos diga como chegar a sala vermelha. - ele ri irônico.

- Olha só você toda focada.

- Acredite, não é nenhum prazer.

- A pequena Natasha... toda trabalhada na agenda ocidental. 

Wanda que estava no fundo volta a realidade e percebe que os demais que estavam ali com ela falavam sobre alguma coisa. Foi nessa hora em que ela saiu dos fundo, pegou um dos fones que estavam mais arrebentados no chão e os colocou para participar de certa forma daquilo ali.

- Eu escolhi ir pro ocidente para me tornar uma vingadora. Eles me trataram como família. - Wanda olhou para ela e pode ver que o rosto da ruiva desviou para o lado, como se lembrar dos vingadores unidos doesse dentro dela, o que de fato acontecia.

- Sério? Família? E aonde é que eles estão agora? - Alexei segurou o pequeno microfone e repetiu a última pergunta pausadamente para dar mais efeito, o que só irritou Natasha.

- Está aqui. - Ele se virou para a Wanda, que resolveu falar depois de perceber como aquelas palavras afetavam a ruiva mesmo que ela não demonstrasse. - Eu sou uma vingadora, sou parte da família dela. Ela não está sozinha. 

Natasha virou a cabeça para trás e pode ver que Wanda já olhava na direção dela e lhe oferecia um sorriso acolhedor e discreto, como se dissesse para ela que estava tudo bem de uma maneira silenciosa. Uma maneira que era para ser perceptível apenas para as duas ali. Sem que Alexei ou Yelena pudessem perceber.

- Nem disfarça... - Yelena falou baixo, como um resmungo.

- Me mostra onde fica a sala vermelha. - Ela voltou a realidade, olhando para frente e retornando ao assunto principal.

- Eu não tenho ideia! - Yelena o xingou mentalmente e bufou irritada. - Ok?

Natasha tirou os fones com raiva e se levantou indo até ele e tirando seu fone também com força.  Ele reclamou e puxou o fone pelo fio. Romanoff se sentou ao lado de Wanda, na frente do homem de barba.

- O que é isso? Você e o Dreykov eram...

- Dreykov? O general Dreykov? Era meu amigo é? - ele pergunta indignado e se move no assento de um jeito que apoie suas costas no banco do copiloto e se agarre a outra perna que botou em cima do assento. - Na União Soviética fui o único e o primeiro super soldado, eu poderia ter sido mais famoso que o Capitão América. Aí ele me escondeu em Ohio naquela porcaria de missão...

Yelena olhou para ele. A missão ao qual ele se referia foi fingir uma família com ela e Natasha, e ser chamada de porcaria era... mesmo sendo uma viúva Yelena tinha sentimentos, e isso os feria. 

Wanda se lembrou da história que Yel tinha contado no bar aquele dia e quando viu a mão de Natasha se fechar em um punho, se viu ali estendendo a sua própria e segurando a da ruiva tentando transmitir o que nem ela sabia ao certo. Alguns segundos depois de sentir o toque quente de Wanda contra ela, mesmo que estivesse com luvas que apenas não cobriam os dedos, relaxou a mão de novo e pode se permitir que Wanda levasse sua mão até o colo e a deixasse ali, fazendo um leve carinho com o polegar. 

- Três anos! Foi tão tedioso, dava vontade de chorar - Ele olhou para Yelena e conseguiu ver o olhar de reprovação e mágoa dela para ele - Sem ofensa tá. - ele disse depois de uma pausa. - Aí me botou na prisão pelo resto da minha vida, por quê? - ele começou a listar motivos para ter ido para prisão mas ninguém deu importância. - E olha que nem fui eu que matei a filha dele - ele aponta para Natasha.

O que fez Wanda apertar mais a mão dela.

- Podemos jogar ele pela janela agora? - Yelena pergunta falando sério.

- Vamos esperar até atingir mais altitude. - a ruiva responde.

- Por que não perguntam para Melina onde fica?

- Pera aí, a Melina mãe de vocês? - Wanda pergunta olhando para Natasha que confirma. - Não mataram ela?

- Não se mata uma gata dessas fácil assim.

- Que nojo.

- O que? Ela era cientista a estrela estrategista, eu era os músculos. Ela trabalhou diretamente com o Dreykov muito mais do que eu.

- Está falando para mim que a Melina tá a serviço da sala vermelha até hoje? - Natasha pergunta largando a mão de Wanda de forma mais bruta do que ela queria e se inclinando para frente. Apoiando os cotovelos  nos joelhos.

- Ela trabalha remotamente perto de São Petersburgo.

- Não temos combustível para chegar em São Petersburgo. - Yelena afirma olhando o visor do tanque de gasolina.

- Tá tranquilo vamos conseguir.

- Então tá. - Dez minutos depois o helicóptero cai, um pouco mais perto de onde queriam chegar mais ainda sim caiu no meio de uma estrada cercada de plantas verdes e flores roxas.





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