Dois meses depois...
Tudo estava mais calmo. Aquele momento de extrema calmaria de quando seus olhos se abrem pela primeira vez depois da melhor noite de suas vidas. Era assim que Natasha se sentiu quando acordou com a luz do sol entrando pela janela e batendo direto em seus olhos.
Por mais que isso pudesse visto como algo incomodo para muitos, aquele momento era perfeito. Era o melhor de todos se ela pudesse ser sincera. Sentiu o cheiro do perfume de Wanda vindo do seu lado, e aquilo fez ela sorrir por se lembrar da noite anterior.
Haviam se passado dois meses desde que tinham resolvido os problemas com a sala vermelha, e dois meses de uma calmaria reconfortante e de certa forma estranha. Natasha não estava acostumada com aquele tipo de cenário, em que ela tinha alguém com ela... em que ela sentia coisas por outro alguém.
E elas estavam bem. Continuaram todos na casa de Melina, não tinham para onde ir e fugir de novo não estava no seus planos. Faziam coisas juntas e Wanda parecia realmente interessada em ficar perto dela, o que deixava Romanoff feliz.
Nesse meio tempo, Natasha tingiu os cabelos de loiro, um loiro quase platinado mas não chegava a ser platinado. Wanda ajudou ela nesse processo, ou pelo menos, ficou sentada ao lado da pia do banheiro enquanto via Natasha descolorir o vermelho tão lindo de seus cabelos.
Eram bons momentos... e agora tinham mais momentos.
Natasha olhou para o lado e viu o corpo relaxado de Wanda ao seu lado. Apenas lençol que dividiam cobria seus corpos, mas o de Wanda era coberto pelo suéter cinza que Natasha havia comprado para ela em um dos encontro que tiveram na pequena cidade vizinha e afastada da casa de Melina.
Se virando na cama, Natasha olho para o corpo encolhido de Wanda. O suéter que ela ajudara a menor a colocar no meio da noite para que Wanda não passasse frio estava embolado. Foi uma ótima noite.
Wanda provou confiar cem porcento em Natasha o suficiente para deixar uma coisa dessas. E Natasha deixou que a Maximoff visse cada detalhe de si, cada cicatriz, cada pequeno detalhe que ela mesma considerava uma imperfeição.
Mas a forma como Wanda a olhou ontem, a forma como mostrou se importar... tocar... Como se Natasha fosse a única coisa que ela quisesse ver. A olhou de uma forma que ninguém nunca havia a olhado antes. Com amor...
- Eu amo você, Nat.
As palavras de Wanda circulavam na cabeça de Natasha. E a forma verdadeira que Wanda sussurrou as palavras no ouvido de Natasha pouco antes de a forma mais intensa de demonstração afetiva chegasse ao fim.
- Não precisa dizer de volta... - foi o que ela disse pouco antes de cair nos braços de Natasha e adormecer profundamente.
E agora ela estava ali. Natasha esticou o braço e fez pequenos desenhos nas costas de Wanda, vendo a luz do sol refletindo nos cabelos castanhos de Wanda e o suéter começas a embolar mais ainda.
Em poucos movimentos, lentos e suaves, Wanda se virara para Natasha. Observando com olhos cansados e entreabertos por causa da luminosidade a figura loira a sua frente.
- Bom dia, linda. - Natasha falou, se movendo um pouco mais para perto de Wanda e puxando a mesma para seus braços.
- Nat... - ela sorriu. - Não queria acordar, estou tão cansada... Aliás, obrigada por ontem - se aproximou o suficiente para depositar um suave beijo nos lábios de Natasha antes de se levantar e ir para o banheiro.
Natasha ficou parada associando todos os acontecimentos da noite passadas. Wanda a amava, mas não exigiu de Natasha nenhum tipo de resposta de volta. Ela entendia a dificuldade que Romanoff tinha em relação a sentimentos.
Ela nem ao menos falava essa palavra. "Sentimentos" só de pensar a deixava enjoada, tanto que ela até se referia a isso como "coisas", mas com Wanda era diferente. Ela não se sentiu pressionada a nada, mas algo dentro dela gritava.
As palavras de Wanda gritavam dentro de sua cabeça, aquelas palavras não a deixaram intimidadas ou muito menos com vontade de se afastar. Ela queria estar com Wanda no mesmo nível que Wanda estava com ela.
Por mais difícil que a vida de Wanda tenha sido ela não tinha se excluído totalmente de se permitir sentir. A diferença é que Natasha tinha sido ensinada a não sentir, mas Wanda derrubou essa barreira e a deixou com vontade de... de amar.
Então quando viu Wanda sair do banheiro com a roupa de frio, não quis mais esperar nem um segundo. Também se levantou, o que atraiu o olhar de Wanda, lembrando Natasha de puxar o lençol e se enrolar nele antes de ir até Wanda.
- Achei que já estaria pronta, Melina disse que iremos sair em meia hora, e você é a senhora apressadinha, afinal. - Wanda riu quando Natasha parou em sua frente coberta pelo lençol branco.
- Wanda, eu...
- É verdade, Nat. Você dormiria de roupas se pudesse, sempre acorda antes de todo mundo. Você é apressadinha. - ela estava de frente para o guarda roupas, e aproveitou para pegar uma muda de roupa da Natasha - Aqui, pode ir no banheiro se trocar.
- Wanda...
- Eu tô falando sério, Melina disse que não era para gente se atrasar, e como já levantamos tarde... - fez uma pausa olhando para os olhos verdes de Natasha - Mais uma vez, obrigada por ontem, nunca tinha me sentido como ontem, foi maravilho, Nat.
Quando fez menção de sair do quarto, Natasha segurou seu pulso e apertou mais o lençol com a outra mão para impedir que ele caísse.
- Nat, eu falei sé-
- Eu amo você. - ela sussurrou tão baixo que Wanda não conseguiu ouvir.
- O quê? - ela perguntou chegando mais perto.
- Eu amo você, Wanda... - a morena olhou para ela surpresa, seus olhos se abrindo mais que o normal.
- Não está falando isso porque eu falei ontem, não é ?
- Eu amo você. Não tem nada haver com o que você disse, mas aquilo só me ajudou a perceber que eu sinto a mesma coisa por você. E eu sei que não me expresso bem, mas sentia que precisava te dizer porq-
Natasha foi interrompida por Wanda se jogado em seus braços e agarrando seu pescoço, em uma abraço tão apertado que quase a deixou sem respirar. Aquilo era perfeito, Wanda era perfeita e foi a decisão certa a se fazer.
Há meses atrás Natasha não achava que Wanda seria capaz de olhar para ela da mesma forma, e achava que nunca teria a chance de conhecer os sentimentos que Clint falava quando mencionava Laura em suas conversas.
Agora ela estava ali, dizendo três palavras que nunca achou que sairiam de sua boca.
- Eu também amo você, Nat. Muito mesmo.
- Que bom que te arrastei até o fim do mundo comigo.
- Você não me tornou procurada pelo governo, mas junto com você eu virei uma fugitiva. E eu não podia ser mais grata por isso. - beijou a bochecha de Natasha - Com você eu encontrei felicidade e o mais importante, amor. E eu vou te mostrar todo dia que você merece essas coisas, que você merece ser amada.
- Eu descobri essas cois- quero dizer, esses sentimentos. E eu gosto deles, principalmente porque eles são com você.
- Fico feliz que seja comigo, só comigo... - sorriu - mas agora é sério, precisa se trocar antes que Melina vá embora sem a gente.
- Tudo bem... - elas se afastaram e antes que Wanda fosse embora, Natasha a puxou uma última vez para colar seus lábios e como da primeira vez, e de todas as vezes, o sentimento de beijar Wanda era indescritível de tão bom que era. E era melhor saber que poderia fazer isso a todo momento.
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Fugitivas
FanfictionApós os eventos em Guerra Civil, da briga entre Rogers e Stark. Natasha foge para a Noruega para escapar da equipe do secretário Ross atrás dela. Mas decidiu levar Wanda Maximoff consigo. Não era capaz de deixar Wanda presa na cadeia, então resolveu...