Capítulo 3 - Novos amigos

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Faltavam cinco minutos para as onze.

Esta manhã, o Nick tinha-me deixado no Centro de Resgate e Tratamento de Animais Marinhos, e tinha ficado combinado de que o Luke me iria buscar.

Pensei de demorar cerca de uma hora na entrevista, mas há vinte minutos que estava à espera de ver a carrinha do Luke chegar ao parque de estacionamento.

Olhei novamente para o ecrã do meu telemóvel na esperança de que os poucos segundos que tinham passado se tivessem transformado em minutos quando vi uma notificação aparecer na tela.

"Estou a chegar, teacup."

Não olhei para o nome, mas soube imediatamente que a mensagem era do Luke, pois só ele me chamava teacup.

De repente, uma corrente de nervosismo percorreu todo o meu corpo deixando um sorriso rasgado no meu rosto.

Quando tirei os olhos do ecrã do meu telemóvel reparei na carrinha pick-up preta a entrar no parque. Conhecia a carrinha do Luke, era a mesma que usava antes de ter ido para a universidade.

Apressei-me a chegar até lá.

"Olá Skye, como foi a entrevista?" Perguntou dirigindo-se ao lugar do pendura para me abrir a porta.

"Não tenho a certeza." Respondi enquanto tentava subir para a carrinha com alguma dificuldade.

Reparando na luta que eu estava a ter para conseguir entrar, o Luke agarrou-me pela cintura com a sua mão esquerda enquanto a outra segurava a porta para se apoiar.

Fechei os olhos e respirei fundo tentando controlar a respiração. A sua mão grande à volta da minha cintura provocou-me um arrepio desde os meus dedos dos pés até à ponta do cabelo.

Com a sua ajuda, sentei-me no banco do pendura e o Luke fechou a porta dirigindo-se novamente ao seu lugar.

"Como assim?" Ele perguntou enquanto punha o carro a trabalhar.

"Bem, pensei que a entrevista fosse demorar mais tempo, mas na verdade foi muito rápida."

"Tenho a certeza que te vão chamar."

Durante o caminho, nem eu nem o Luke falámos muito. Quanto mais tempo passava dentro daquele carro com ele, mais dificuldade tinha em respirar e raciocinar.

Felizmente, a viagem até minha casa não é muito longa e num abrir e fechar de olhos já tínhamos chegado.

Ao estacionar, o Luke desligou o motor e saiu do carro. Levei a mão à porta para a abrir, mas estava trancada.

"Agora ficas aí dentro." Disse ele em tom de brincadeira.

Sorri envergonhada e esperei que me abrisse a porta enquanto tirava o cinto de segurança.

Da mesma maneira que foi difícil para mim, subir para a carrinha, foi igualmente difícil descer.

Sem dizer nada, o Luke agarrou-me com as duas mãos pela cintura e pôs-me no chão com tamanha facilidade que parecia que estava a transportar uma caixa de papelão vazia.

As minhas bochechas ficaram quentes e um calor estranho espalhou-se por todo o meu corpo.

"Tenho de comprar um banco e deixá-lo no carro para conseguires entrar e sair." Disse novamente em tom de brincadeira com um sorriso no rosto.

"Não planeio andar muitas vezes no teu carro." Retorqui tentando pensar com clareza.

O sorriso brincalhão que iluminava o seu rosto apenas há segundos atrás começou a desvanecer.

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