Eternamente Tua

Capítulo 17 - Um Regresso Inesperado

Era por volta das nove da manhã e, apesar de o verão ainda não ter terminado, a temperatura tinha caído significativamente nos últimos dias. O sol escondia-se por detrás das nuvens cinzentas que preenchiam o céu, anunciando a chuva que estava por vir. 

Eu adoro usar vestidos, ir à praia e sentir o aroma das ondas do mar misturado com o cheiro de protetor solar enquanto como um gelado. Mas o inverno sempre foi a minha estação do ano preferida. Ficar em casa com uma roupa quente e confortável, um ou dois tamanhos acima do meu, umas meias grandes até meio da canela, o cabelo preso num coque despenteado ou um rabo de cavalo, um copo de café ou latte na mão enquanto leio um livro romântico ou vejo um filme enrolada numa manta no sofá, é das coisas que mais me deixa feliz.

Com os fones nos ouvidos, uma sweatshirt bege vestida e umas leggings pretas para acompanhar o tempo frio, cantava alto e dançava ao som de Kings & Queens de Ava Max enquanto limpava a casa e usava o aspirador como microfone.

Só depois de a música acabar e ter guardado o aspirador na despensa, voltei à sala com um balde cheio de materiais de limpeza e um pano ao ombro. Foi então que reparei que a porta da entrada de casa estava aberta deixando entrar a brisa fresca. Levantei a cabeça e dei um pulo para trás, deixando cair o balde ao chão quando vi o Luke inclinado sobre a mesma enquanto olhava para mim com um sorriso no rosto. 

"Mas será que podes parar de me assustar?" Eu perguntei chateada depois de tirar os fones dos ouvidos, enquanto apanhava os detergentes do chão. "Há quanto tempo estás aí?"

O Luke continuava inclinado contra a moldura da porta, com umas calças de ganga clara rasgadas, uma sweatshirt branca e um casaco também ele de ganga. De mãos atrás das costas, o sorriso que antes tinha no seu rosto, transformara-se numa gargalhada abafada.

"Praticamente desde o inicio da música. Bela performance!" Ele retorquiu abanando a cabeça e tornando a gargalhada mais alta. "Eu bati à porta e toquei à campainha, mas como não vieste abrir, usei a chave."

Pousei o balde no chão juntamente com o pano que tinha ao ombro e em pequenos passos, dirigi-me a ele. Pondo-me em bicos de pés, aproximei os meus lábios dos seus e depositei um leve beijo nos mesmos. O sorriso no seu rosto voltou a aparecer, e pude ver o brilho a formar-se nos seus olhos, iluminando o meu rosto e enchendo o meu coração de alegria.

Ele entrou, fechando a porta atrás de si e agarrou-me pela cintura com a mão direita enquanto mantinha a esquerda atrás das costas. Com um sorriso maroto, ele inclinou a cabeça para a frente e aproximou novamente os nossos lábios, depositando um beijo mais longo e intenso que o anterior. Quando nos separamos para respirar, o Luke deixou pequenos beijos nos meus lábios e então soltou-me, permitindo-me ver que tinha algo escondido atrás das costas. 

"És linda." Ele dizia com um sorriso no rosto enquanto me beijava suavemente mais uma vez.

"Eu estou com as roupas mais aleatórias que tenho." Dizia enquanto revirava os olhos à sua afirmação e apontava para o meu cabelo juntando-o à equação. 

"E mesmo assim continuas linda." Os seus lábios roçaram os meus novamente e um sorriso formou-se no meu rosto, acompanhando o seu enquanto as minhas bochechas mudavam de cor para um interessante tom de rosa.

 "O que é que tens aí?" Perguntei mudando de assunto enquanto tentava espreitar e ele se desviava, continuando a esconder o que quer que fosse que tinha na mão.

Mas antes que pudesse ver o que era, a campainha tocou, deixando o som alto ecoar pela sala.

Quem será? O Nick acabou de sair e não estou à espera de nenhuma encomenda.

Inclinei a cabeça para o lado e ergui uma sobrancelha, como fazem os cães quando estão confusos. Só me faltava esticar uma orelha se fosse possível. Ouvi as grossas gotas de chuva caírem na rua e sobre o telhado de casa, fazendo com que a chuva parecesse ainda mais forte, e apressei-me a abrir a porta.