Oregon, 1999.
Foi exatamente aqui, há cerca de dois anos, onde vivenciei os piores acontecimentos de minha vida, penso nisso todos os dias e até sonho. Foi assim:
Dan e eu estávamos prontos para andar por aí sem rumo definido.
- Está levando tudo que vai precisar, Noah?
- Sim, está tudo aqui.
Ok, então entra aí, que já vamos partir.
Ele tinha mania de sempre colocar "Heat of a Moment - Asia" quando ele andava de carro, eu nunca contei para ele, mas essa é música é uma droga de tão viciante, mas provavelmente ele me esmurraria se eu falasse.
Passaram-se 8 horas desde que saímos, já era madrugada e eu estava cochilando enquanto Dan já estava desmaiando de sono. De repente, tudo começou a ficar muito claro, eu acordei rapidamente e vi que um caminhão vermelho estava vindo em nossa direção, e então eu desesperadamente virei o volante e acabei batendo o carro em uma árvore.
- Ou você tá bem?
- Hum.. Ai, o que houve?
- Um caminhão quase acabou com nós.
- Caramba, seu braço atravessou a janela.
- Ah, relaxa, eu vou ficar bem.
- Nada disso, vem cá que eu vou cuidar disso.
Dan logo pegou dois panos no porta-malas, molhou um deles e limpou o sangramento do meu braço e usou o outro como torniquete.
-E aí, melhor agora?
-Sim, mas o que vamos fazer?
Eu vi que tem uma pequena cidade há alguns metros daqui, vamos pegar nossas coisas e ir para lá, você consegue aguentar até lá?
Sim, eu consigo.
Nós seguimos pela estrada sem o carro e pelo amanhecer, chegamos na cidade e fomos até a casa de uma bondosa senhora. A gente se cumprimentou, e ela nos deixou descansar e comer um pouco em sua casa.
- Muito obrigado pela hospitalidade Senhora Walters.
- Eu que agradeço rapazes.
- Sabe se tem algum hotel por aqui?
- Ah sim, virando a esquerda no fim dessa rua tem um.
- Muito obrigado, até logo.
Chegando no hotel que Walters tinha falado, Eu pedi um quarto para nós dois e ficamos por lá.
- Aí Dan, eu estava pesquisando aqui nos jornais, e vi que tem tido muitos relatos de crianças desaparecidas.
- O que acha de nós averiguarmos esse caso?
- Estou dentro.
Decidimos ir até o departamento de investigação e oferecer nossa ajuda, porém os oficiais não a aceitaram, Dan ficou bastante irritado depois que saímos de lá. De repente veio uma garota até nós, nos confundiu com dois detetives e pediu nossa ajuda para achar seu irmão mais novo desaparecido, e assim resolvemos ajudá-la. Fomos até sua vizinhança, que por coincidência já estávamos antes.
- Ele estava brincando no quintal de casa enquanto eu estava no banho, eu ouvi um grito e quando desci, só estava um pedaço da camisa dele em cima da cerca.
Tem alguma ideia de quem possa ter feito isso?
Não, eu não faço ideia.
Eu vou verificar um pouco essa área.
Enquanto eu estava procurando mais pistas, Dan estava tentando extrair mais informações de Tina, até que eu achei um batom usado no meio do quintal.
- Aí, você ou sua mãe usam isso?
- Não, nunca vi isso aqui, só no mercado.
- Por favor nos diga onde é esse mercado.
- Claro.
Quando chegamos no mercado, descobrimos que ele tinha acabado de ser roubado. Um moço que trabalha ali, nos deixou ver as câmeras de segurança, o que logo mostrou que uma mulher de roupa preta e chapéu tinha roubado diversas coisas, incluindo o batom do mesmo tipo do outro que foi achado no quintal. Dan logo se lembrou que quando estávamos na casa da Senhora Walters, tinha um mesmo chapéu sobre a cômoda de seu quarto, juntamos essas informações e tiramos foto das provas, desse modo fomos até a casa dela novamente, com um plano em mente.
- O plano é o seguinte, você vai conversar com ela enquanto eu vou tentar achar onde as crianças estão.
- Claro, vai lá.
- Olá novamente!
- Oh Noah, que surpresa agradável. Onde está seu amigo?
- Ele está no hotel. Eu posso entrar?
- Claro, sinta-se à vontade.
Eu estava enrolando o máximo que eu pude, até que Dan encontrou um galpão onde tinha cerca de 12 crianças. O que logo gerou um barulho alto quando ele o abriu, ela descobriu o que estávamos planejando, e havia colocado um sonífero em meu café. Letícia Walter estava com um revólver na mão e foi até seu quintal.
- Olha se não é Dan Macleod.
- Se acalme, tá tudo bem... não precisa fazer isso.
- Quem o senhor pensa que é, para invadir minha propriedade?
- E você? Para ter sequestrado essas crianças?
Eu estranhamente consegui acordar e corri rapidamente e tentei tirar a arma da mão dela, enquanto Dan fazia as crianças correrem...
Porém, sem sucesso, ela pegou a arma de volta, mas logo os policiais chegaram e usaram sua arma de choque.
Algumas horas depois...
O Delegado Ryan se desculpou e reconheceu nosso valor como investigadores autônomos
- Eu não sei o que seria dessas crianças se não fosse vocês. Muito obrigado.
- De nada.
- O que acham de trabalharem assim mais vezes?
- Nós aceitamos.
Depois disso, Letícia Walter queria falar comigo. Eu não tinha entendido direito o porquê, mas eu fui até sua cela.
Noah... Tem algo que você precisa saber.
O que seria isso?
- Eu não posso te contar, mas você e seu amigo correm um perigo terrível.
-Mas, por quê?
-Estamos todos sendo vigiados...
- O quê!?
- NOAH! Amigão, vamos comemorar nosso primeiro caso!!!
- Vá, por favor, vá embora daqui! - Gritou ela.
Eu e Dan saímos de lá, mas eu sentia que não iria tirar aquilo da cabeça tão cedo. Como assim "estamos sendo vigiados"?
Tudo bem aí? - Disse Dan com a mão em meu ombro.
Tava viajando nos pensamentos de novo? - Perguntou Ele
Claro meu nobre - Disse eu.
Normalmente eu odeio falar sobre qualquer coisa que eu pense ou sinta para outra pessoa. Por isso eu jurei pra mim mesmo nunca fazer isso. Afinal, pela primeira vez eu quero tentar descobrir o que tá acontecendo...
Continua...
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Uma cidade, vários segredos - Parte 1
FanfictionNoah Hoffmann e seu amigo Dan Macleod, após escaparem por pouco de um acidente com um caminhão, decidem explorar uma cidade afastada, desvendando segredos enquanto investigam casos intrigantes.