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6 ANOS ATRÁS - NYC


EMMA

Estou atrasada.

Estou mais do que atrasada, e não que seja um problema das pessoas que insistem em ficar em meu caminho, mas preciso muito chegar a tempo de pegar aquele ônibus, preciso chegar em casa.

Correr não é o meu forte, e correr em meio a tanta gente então, só piora tudo. Correr em NYC então, é o mesmo do que correr na lua, você pode tentar, mas não sai do lugar.

- Ei! - esbarrei alguém e cai feio.

- Você está bem? - uma grave voz me pergunta.

Por um segundo juro que perdi o comando de todo meu corpo, principalmente na fala.

O ser humano que está em minha frente, me olhando com uma certa preocupação e um pouquinho de quê?

Raiva? Não sei identificar ao certo, mas posso dizer, contente que não é.

Ainda estou estarrecida no chão, o admirando. Ele é tão bonito, que acredito que deva ser um modelo, ator, algo que com toda certeza usufrua de tanta beleza.

- Desculpa. Estou atrasada e não vi você.

Depois de um tempo constrangedor onde cai de bunda no chão na frente de possivelmente a pessoa mais bonita que já vi em vida, obtenho minha reação de voltar em sã consciencia e tento me erguer.

- Espere, irei ajudar você. - ele diz me dando sua mão para me ajudar.

- Obrigada. - digo envergonhada.

Ao tocar em sua mão, posso jurar sentir um choque, uma eletricidade.
Que porra é essa?

Eu muito provavelmente jamais o verei novamente, e sinto meu coração um pouco mais apertado por isso.

Juro à mim mesma a parar de ler tanto romance, está mexendo demais com minha cabeça.

Ele deve ter seus 1,90 de altura, não sei ao certo. Pela sua camisa preta, consigo reparar que seu porte fisico é malhado, mas nada chama mais minha atenção do que seus olhos azuis. Me lembrando do oceano.

E ele continua me olhando como esperasse algo.
O quê?

- Tanta pressa para que? - ele me questiona se divertindo.

- Vamos cara, vamos se atrasar. - há um rapaz atrás dele, nos olhando.

- Ja vou! - ele responde sem olhar o amigo.

- Desculpe novamente e obrigada. Você pode ir, preciso correr para não perder meu onibus. -Digo já andandando.

Ainda preciso correr para não perder o bendito ônibus.

- Espere! - ele chama.

Olho para trás e lá continua ele, parado ainda no mesmo lugar, me olhando com aqueles olhos, azuis como o oceano.

- Sim?

- Você deixou cair. - ele diz erguendo uma de minhas pulseras, que muito provavelmente arrebentou na minha queda.

- Pode ficar, guarde de recordação da maluca que quase lhe derrubou em plena Times Square. - digo rindo e virando as costas. Volto à correr com o coração na boca.

Você pode me perguntar o que deu em mim, pois nem mesmo eu sei.

Sinto meu rosto queimar de vergonha, pois muito seja provavel, que o rapaz, o "ocean" deve estar rindo do meu tombo até agora, ou me achando louca.

Quem dá a corrente para um estranho?

Volto a correr por entre as pessoas até chegar na parada, e por pouco não perdi o onibus.

Ao sentar no assento, posso respirar novamente.

Coloco meus fones sem fio, e me escoro com a cabeça no vidro do trem.

Coloco minha playlist favorita, e volto a sorrir ao lembrar dele. E por um momento, ele fez eu esquecer o medo que eu estava sentindo, em pensar que minha mãe poderia estar doente.

Acho que sempre lembrarei do ''ocean'' e é como OCEAN, que sempre o chamarei.

Nunca mais o verei, certo?

Muito improvavel que isso ocorra novamente.

CERTO?

True love or love?Onde histórias criam vida. Descubra agora