|Seventeen.

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"Aprenda como se você fosse viver para sempre. Viva como se você fosse morrer amanhã."
Santo Isidoro de Sevilha

EMMA

Estamos nos beijando. E eu quero mais, eu quero me fundir ao corpo de Cannon, para não perder essa sensação, nunca mais quero sair desse momento, desse sentimento.
Cannon está descendo seus beijos por meu pescoço, e esse sempre foi meu ponto fraco. Estou arrepiada, descontrolada e desconhecendo meu próprio corpo. A sensação é única, nunca vivida.

Até não estar mais, e a vida me dar um belo tapa para acordar.
Sempre você sua vaca.

Que porra você está fazendo sua vadia? - eu posso sentir a vida me dizer isso nesse momento, quando ainda grudados escutamos passos no corredor. Cannon dá um salto de distância e instantaneamente meu corpo gela sentindo a sua falta. O sangue que corre por minhas veias se tornam venenos. Eu sou minha pior inimiga.
E não posso mais voltar atrás, não posso negar o inegável de que gostei.
Estou paralisada, e tentando ouvir para onde os passos se foram, mas logo percebemos que seja quem for, desceu as escadas.

Estamos salvos. Ou não. A culpa que eu sinto, me faz perceber que a paz, a calmaria que senti e permiti viver há minutos atrás, era a antecipação para a desgraça.
Sinto nojo de mim mesma.
Liam. Louise. Sua família. Como pude?

Como pude ser tão egoísta? - grito mentalmente.
Foi por isso que você me tirou tudo? O senhor já sabia a pessoa que eu era? Eu espero que o senhor possa me perdoar e continuar a me amar. Por favor não me abandone também. - Suplico à Deus, e espero que Ele continue a me ouvir, à estar comigo, pois nesse momento eu sei que eu ficarei só. Como poderei enfrentar Liam e permanecer nessa mentira?

Descendo do apoio, minhas pernas amolecem e quase me desequilibro. Cannon que estava de costas pra mim, vem correndo para tentar me segurar, mas eu o paro erguendo minha mão, antes mesmo dele chegar perto de mim novamente.
- Eu estou bem. - digo sem olha lo e ele volta para sua posição anterior. Com suas mãos puxando seus cabelos como se dependesse disso, como se estivesse desesperado.
Ele também me odeia agora?

Decido que o melhor que eu possa fazer, é me retirar e ir dormir.
Nada que possa ser feito ou desfeito. Nada para ser dito.

Somente quando eu chego na porta de vidro que separa a sacada da sala, é que Cannon me "mata" um pouco mais quando ele fala: - Eu não tirei a pulseira. Ela arrebentou e tive que mandar conserta la. - ele está com a voz rouca, baixa. - Eu só queria que você soubesse disso. Eu jamais a tirei, nenhuma vez sequer, desde que você a deixou comigo. - ele suspira.
Eu viro para olha lo antes de finalmente abrir a porta, mas ele continua do mesmo jeito, estóico olhando em direção ao mar.
Eu o deixo lá, e fujo para o meu quarto.

Antes de me deitar, tomo dois comprimidos de melatonina. Eu preciso dormir, e somente o medicamento pode me "apagar" agora. Tenho adrenalina demais correndo por minhas veias.
Me deito no canto da cama, já que Liam está quase ocupando todo o espaço, e ao fechar meus olhos, escuto a chuva que voltou a cair.
Talvez até ela está chorando por mim.

NO OUTRO DIA.

Assim que acordo, percebo que dormi demais. Os remédios literalmente me apagaram. Mas é um alívio, sinto que descansei o que eu precisava descansar.
Liam já não está mais na cama, e pela temperatura do lado em que ele dormiu, já se levantou a muito tempo.

True love or love?Onde histórias criam vida. Descubra agora