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10 graus. 

Era a temperatura que fazia em Hawkins no exato momento em que Steve e Eddie se beijaram, ou seja, estava frio.

Bom, a sensação térmica depois do beijo fazia parecer que passava dos 30 graus.

As bochechas de Steve estavam rosadas, sua respiração aos poucos se estabilizava e seu coração lentamente voltava a bater de um modo normal. Ele tinha os dedos enroscados no passador de cinto da calça de Eddie, tentando se segurar em alguma coisa.

Munson começou a rir, com o rosto ainda no ombro de Steve. O mais alto não pôde deixar de franzir o cenho, estranhando aquilo.

— Você tá rindo? — questionou, recuando o rosto para tentar observar o rapaz.

Eddie fez o mesmo para poder fitar seus olhos, mas Steve desviou o rosto assim que seus olhares se encontraram. Ele parecia envergonhado, não de um jeito ruim como se estivesse arrependido, mas apenas tímido.

Recusava-se a encarar Eddie de volta, temendo ver a expressão em seu rosto de quem estava se divertindo com aquilo. Era inacreditável que ele pudesse rir em um momento daqueles, quando tudo o que Steve queria fazer era enfiar a cabeça em um buraco ou... beijá-lo novamente, porquê... ah, merda! Foi maravilhoso.

— Puta que pariu, Steve — Eddie suspirou, após terminar de rir. Ele encarou os lábios avermelhados do outro. — Isso aconteceu mesmo... a gente se beijou pra caralho, cara.

Steve conseguiu controlar um sorriso que ameaçou aparecer involuntariamente em seu rosto. Talvez aquele tivesse sido o momento mais constrangedor de sua vida, pois nunca tinha sentido tanta vergonha, ainda mais por Eddie não conseguir parar de encará-lo e piorar as coisas.

Por outro lado, com certeza tinha sido o melhor beijo de todos os que já havia dado. Bem, recebido.

— Acredita em mim agora? — Eddie questionou, apertando levemente a cintura do rapaz.

— O que... — Steve balbuciou, confuso.

Ele finalmente olhou para Eddie, encontrando a mesma expressão que imaginava encontrar. Ele sorria, quase rindo. Os olhos angelicais estavam pequenos e lotados de brilho, e suas covinhas se alastravam pelas bochechas.

Steve não ousou desviar o olhar, admirado.

— Quando eu digo que a Chrissy é só é minha melhor amiga? — relembrou.

Steve demorou alguns segundos para retomar consciência. Ele soltou Eddie, a fim de passar a mão no topete como reflexo de seu nervosismo. Ou apenas para colocá-lo em seu lugar, pois conseguia sentir quando seu cabelo estava um caos.

Eddie percebeu, e começou a ajeitar os fios castanhos do outro, concentrado em arrumar a bagunça que havia feito. Steve abaixou a mão e fitou o rosto dele enquanto deixava aquilo acontecer.

— É, acho que você deixou isso bem claro — riu fraco.

Um carro adentrou o estacionamento e a luz dos faróis imediatamente iluminaram o local em que eles estavam. Steve cobriu os olhos com o braço, e os dois se afastaram de modo repentino, atentos à proximidade em que se encontravam no momento.

Foi então que o mesmo pensamento pareceu passar pela cabeça deles. Os dois se entreolharam, com certo medo. Estavam em um local totalmente aberto aquele tempo inteiro, rodeado de outros trailers e de pessoas dentro deles, que poderiam muito bem ter visto a cena toda.

— A gente devia entrar — Eddie sugeriu, preocupado.

Por um momento, ele quase retirou o que havia dito. Talvez Steve simplesmente quisesse ir embora e...

angeleyes | steddieOnde histórias criam vida. Descubra agora