Capítulo 3

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Presente

Como sinto fome, decido sair do meu quarto para comer algo. No caminho, paro no meu banheiro e me olho no espelho. Meus olhos estão inchados e meu rosto, vermelho.

Passo pela porta, tentando ignorar quem quer que esteja sentado no sofá. Por sorte, é Gab, então ele entende e me deixa só.

Preparo uma porção de batatinhas e sorvete, já que minha mãe tinha dito que eu podia pegar os dois quando eu quisesse.

Volto para meu quarto e fico tentada a abrir meu Instagram. Num ímpeto, clico no ícone e começo a ver os stories dos meus amigos. Todos estão felizes e se divertindo. Mal sabem eles como eu estou me sentindo no momento.

-

Passado

Alguns dias atrás, eu fui na casa da Isa. E, conversando com ela, e pensando em como minha situação com o Matt andava, nós decidimos que na próxima festa que houvesse, ou seja, a da Maria, eu tentaria ficar com Matt.

Agora, estou me encarando no espelho, com meu vestido vermelho curto, e meu cabelo solto nas costas, com algumas mechas castanhas na frente, cacheado devido à umidade do banho que acabei de tomar.

Começo a duvidar da minha escolha de vestido, mas Isa me diz:

- Você tá linda, não se preocupa porque ele vai amar sua roupa - ela fala. - Mas não mais do que ele já te ama.

A encaro por um segundo, então jogo uma almofada na sua cara.

- Retire o que você disse!

- Mas porquê? Não é a verdade?

Reviro os olhos e volto a pensar na festa.

É bem raro eu aparecer em festas do pessoal da escola. Mesmo estando no 1º do médio, rola festa todo final de semana, mesmo durante as provas. Óbvio que sempre tem fofoca depois desses eventos, e esperava que minhas ações de hoje não ficassem rodando no dia seguinte pelos corredores e salas de aula.

Pegamos um táxi para ir para a casa da Maria. Ela mora em Higienópolis, então não é longe de casa. Fico vendo as residências e lojas passarem pela janela, repassando meu plano de ação na minha cabeça.

Vou chegar na festa, dar uma olhada no local, conversar com algumas pessoas. Depois, vou procurar Matt. Aí vou atacar (não literalmente, claro).

Quando entramos na casa dela, a música é ensurdecedora. Luzes vermelhas, roxas e verdes estão por todas as paredes. Pessoas se pegando, conversando, dançando.

Tenho quase certeza que não vou achar Matt no meio de todas aquelas pessoas, mas enxergo sua cabeleira preta por cima da multidão. Ele é um dos mais altos do ano, então não é difícil de encontrá-lo. Mesmo assim, foco no plano.

Começo a rodar pelo lugar, conversando com colegas de classe. Isa já encontrou um grupo de amigos e começou a conversar com eles.

Finalmente decido por o plano em ação. Fico rondando o Matt - calma, não sou maluca, só quero saber que momento devo me aproximar.

É quando ele se separa dos atletas e das garotas coladas neles e ele vai para a mesa de salgadinhos e bebidas. Vou encurtando a distância entre nós, e chego nele:

Diário de um coração partidoOnde histórias criam vida. Descubra agora