Rosa

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Álvaro não conseguia dormir e nem mesmo se concentrar em nada.

Algo estava nascendo entre ele e Esmeralda.

Algo profundo, algo necessário.

Na penumbra do seu quarto, Álvaro poderia imaginar Esmeralda sobre seu corpo.  Aquele sentimento parecia envolve- lo por completo.

E ele queria muito aquela doce e tentadora mulher por perto....

Seu rosto... Marcado por um passado doloroso o fazia temer mais as pessoas que a si próprio.

Será que Esmeralda o entenderia?

Quando já quase amanhecia Álvaro adormece.

Esmeralda desperta em um pulo, tinha que vender suas flores.

Enquanto prepara o café sua mente vagou até o castelo onde aquele homem cheio de mistérios vivia.

Esmeralda poderia sentir o quanto Álvaro precisava de ajuda.

Vivendo naquele castelo tão frio e escuro sobre uma capa de cobria seu rosto.

Durante seu dia, Esmeralda pensou muito em Álvaro e o mesmo não conseguia pensar em mais nada a não ser naquele olhar cheio de ternura que o fitava.

Álvaro estava sentado de frente a suas rosas.

Daria a Esmeralda aquelas rosas.

__ Álvaro.

A voz suave dela entrou por seus ouvidos e ele virou-se

__ feliz em rever-la.

__ preciso dizer que não quero mais suas flores.

Ela iria se retirar, porém Álvaro a impediu.

__ espera. 

Esmeralda não o encarava.

__ já entendi.

__ o que entendeu?

__ deve pensar que sou um monstro.

__ não é sobre isso e você não é um monstro.

__ então? Porque não quer mais as flores?

__ porque... Porque elas representam muito para você.

__ sim, por isso permito que as venda.

__ não pretendo te dar nenhum tipo de trabalho... Eu...

Ela calou-se quando sentiu uma das mãos de Álvaro sobre seu rosto.

Ele tocou seu rosto suavemente.

__ me deixe ajudá-la.  Eu desejo isso.

__ porque não posso ver seu rosto? Me diga o que te aconteceu.

Álvaro se reprimiu e virou-se de costas para ela.

__ acho prematuro.

__ acho que quero conhecer o homem que quer me ajudar.

Ela insiste.

__ estou fazendo isso.

__ está com medo.

__ sim.

__ porque?

Ele virou-se para ela que tentava ver seu rosto parcialmente coberto

__ porque eu a quero.

De repente um silêncio e Esmeralda não poderia entender, todas as sensações que percorria seu corpo.

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