7. "Judas"

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História não recomendada para menores de 18 anos: violência explícita e erotismo.

Se passaram três anos, muitas coisas ocorreram. Batalhas, mortes, vitórias e algumas derrotas, mas no fim o sangue derramado apenas fortaleceu o Titã Louco junto de sua lenda. O povo de Eternia começou a temê-lo a medida em que o tempo passava, da mesma forma que ocorreu com Morgana anos atrás. Dione se tornava o soldado perfeito e o fortalecimento de seu exército era nítido. O desespero dos seus inimigos se expande e sua ascensão alcançava os seus de tão grande que era, mas não era só disso o protagonista vivia. Longe da mansão de sua amada, agora tendo uma barba em seu rosto pálido, Dione estava em uma planície pintando uma paisagem. Era um de seus passatempos favoritos e que lhe ajudava a manter com eficácia a sua sanidade. Tanto a pintura quanto o espaço esboçam uma beleza estonteante, sendo típicos de uma obra-prima. Já longe dali, vemos Eros no seu quarto. Através de suas costas era visível que o princípe estava mais magro e seus olhos fundos revelam sua insônia constante, como se ele temesse dormir. Brevemente em sua cabeça uma lembrança de três anos atrás retorna para atormentá-lo. Leves cenas do rapaz da realeza cheio de sangue e chorando comendo um coração retornam para assustá-lo. A sua respiração fica ofegante, seu coração acelera e ele suava bem frio. Até que finalmente aquelas lembranças sombrias param e o princípe relaxa os ombros junto do restante de seu corpo. Diferente de certas narrativas, aqui as coisas tem consequências e as vezes feridas que não se cicatrizam. O príncipe se ergue de sua cama e veste uma camisa se olhando diretamente no espelho. Dentro de nossa perspectiva, aí Eros seria apenas um reflexo de si mesmo, porém no ponto de vista dele, o princípe via um monstro, uma criatura movida á ambição. Será que valeu a pena? Nem ele mesmo sabe. Seu irmão se tornaria rei daqui a alguns dias e ele estava com seu físico e psicológico se degradando pela "culpa" interna que ele sente. A questão é: por que eu botei as aspas? Simples, a culpa de Eros é mais relacionada ao fato de seu objetivo não ter ocorrido ainda e ao invés de benefícios, ele está tendo bem mais malefícios. Seus sentimentos nesse contexto são mais ligados do que o fato dele ter matado uma inocente, que óbvio, há remorso disso, mas não é o principal motivo. A mente humana é uma ilusão, as vezes parecemos que estamos maus por algo, porém no fundo, nossas motivações para tais sentimentos costumam ser mais sombrias. Dione ascende a luz, tendo como prova o reflexo do por do sol em sua face e sendo a inspiração para seu quadro, já Eros, cai nas trevas e vive constantemente desde aqueles eventos brutais em isolamento, apenas indo para suas missões no exército real e falando com Dione ou com a sua família. Após se trajar, os olhos do príncipe entram em colapso assim que o tal se vê novamente no espelho. Como consequência disso, após anoitecer, Eros em ira no meio da floresta, andando com passos fortes e olhando para cima.

Eros:
- Onde está você?! - Perguntou ele com uma raiva bem clara. - Você me abandonou, seu desgraçado! - Ele soca uma árvore próxima fraturando sua mão. - Seu miserável! Você me enganou! - Ainda exclamando, Eros estava tão quebrado que nem mesmo liga para as dores em sua mão. - Cadê o que você me prometeu, seu canalha?! Onde está meu trono?! Eu fiz o que você pediu e isso me custou tudo que eu tinha de valor! TUDO QUE EU TINHA! - Eros após gritar e espantar alguns pássaros, cai de joelhos em prantos soltando algumas lágrimas. - Por favor... Me dê o que eu tanto quero... Eu só quero meu trono, não aguento mais essa angústia maldita.

A Criatura:
- Eu não lhe abandonei, Eros. - Sob as sombras da floresta, aparece a Criatura com seus fortes olhos vermelhos olhando para o princípe. - Eu apenas estava esperando.

Eros:
- O que você estava esperando? O meu sofrimento se estender? - Eros se ergue e se vira para a Criatura com uma clara fragilidade em seus olhos fundos.

Thanos - Parte 1Onde histórias criam vida. Descubra agora