Quando amamos alguém, cometemos atrocidades inimagináveis.
Eu sei bem disso, porque eu cometi erros que me tornam quase um monstro.
E tudo isso, por causa do amor.
O amor é como uma droga viciante, e por ela, fazemos de tudo, cometemos crimes, roubamos, matamos e nos matamos. Não dá pra fugir do amor, tudo é movido pela paixão, apenas podemos tentar evitar ao máximo nos apaixonar e termos nossos corações partidos em mil pedaços.
Mas não dá para o evitar para sempre.
O amor sempre vai te pegar.
Como ele me pegou uma vez.
Foi há anos atrás quando conheci uma moça muito quieta, feliz e ousada. Ela me encantou numa cafeteria, e desde esse dia, eu fiquei obcecado por ela. Ela tinha cabelos ruivos, olhos na cor mais brilhante da esmeralda e lábios espertos. Não deu para correr dela, não deu para correr do amor quando eu a conheci.
Essa mulher era Natália, a única mulher que mexeu com meu coração.
O amor que eu senti por ela eu queria sentir para sempre. Eu quis morar nela, no conforto que ela me passava. Eu não queria mais fugir do amor, eu quis o agarrar e tê-lo para mim.
Eu tive que pegá-la e tê-la, porque só assim eu seria totalmente completo.
O que eu não imaginava, era que anos mais tarde, eu a perderia e meu coração ficaria vazio, com uma parte faltando. Nunca mais houve aquela felicidade que tinha quando ela estava por perto.
É isso que o amor faz, ele te quebra e te destrói na mesma intensidade que te cura.
E agora, eu não sou só um homem apaixonado, mas também, um homem obcecado pela ideia de ter minha mulher de volta.
Observo seu corpo congelado na cápsula. Está nua, ligada a fios e a tubos. Consigo ver suas veias, de tão pálida que está. A única fonte de cor que vem de seu corpo é de seu cabelo ruivo.
Sem batimentos. Sem respiração. Morta, sempre morta.
Sinto sua falta, princesa.
Conforme me sento na cadeira giratória do laboratório, sinto o ar gelado do ar bater contra meu rosto. Eu fecho meus olhos e não demora para a porta se abrir e uma voz soar:
- O senhor precisa ver isso! - Era Afonso, um senhor de idade que era meu braço direito aqui no setor. Era um dos poucos que eu confio.
Ele é corcunda, tem poucos fios brancos na cabeça e passa mais tempo tossindo do que falando. Quando eu construí esse setor, eu tinha que trazer ele comigo da antiga empresa.
Ele odeia o que eu faço. Não gosta que eu mantenha o corpo da minha mulher congelado.
Ele não me entende, ninguém entende, e eu também não espero que entenda. Pelo menos, ele é mais discreto do que os outros funcionários e não faz perguntas estúpidas.
- O que tem para mim, Afonso? - Viro minha cadeira e estranho quando ele continua parado na porta, ofegante e com um brilho nos olhos. - O que deu em você, velhinho?
- O coração PIW666... Ele... - Ele tosse roucamente e eu já me levanto, preocupado.
- O que aconteceu com o coração, Afonso? Fala para fora! – Praticamente grito, com meu coração quase correndo no peito.
- Ele está pronto! Deu certo! - Ele abre um grande sorriso, com brilhos em seus olhos.
Eu paro de respirar por um bom tempo. Eu o encaro e espero ele me dizer que é apena Duma brincadeira.

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IRON HEART | 🔞 PARTE II
FanfictionNem a morte foi capaz de separar os dois. Eles se conheciam de 𝑜𝑢𝑡𝑟𝑎 vida.