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A PALAVA ORGASMO em francês, de uma forma descritiva e analítica, se dizia petit-mort– pequena morte. Uma expressão literária que poucos desfrutam e abusam, uma forma formal e romântica de dizer que a morte pode ser romântica e avassaladora.
Não usavam essa palavra no cotidiano, ou melhor, ninguém usava essa palavra. Talvez o romantismo e a melancolia fossem vergonhosos o bastante para se dizer em voz alta, ou, como eu prefiro tratar, é uma daquelas coisas bonitas que você guarda em pensamento e torna só seu, sem praticar em voz alta.
Era disso que eu precisava.
O primeiro beijo sempre era o mais desajeitado. Você tentava encaixar seu lábio, sua língua, seu ritmo com o de outra pessoa. O beijo desesperado era um tanto arriscado comigo – podia ser muito ruim, muito bruto, como também poderia ser a única coisa que eu precisava alguns dias –, o 'certo' era aproveitar cada segundo como se fosse o último.
Para que a pressa? A pressa é a inimiga da perfeição, como diz o ditado.
— Dona, é por quilo ou por lote?!
Mas, pouco importa se temos "todo o tempo do mundo" se moramos no nosso trabalho. O que mais recebemos é interrupção, então sim, eu estou desesperada.
Sim, tenho pressa!
Solto-me de Christopher e seguro em seu ombro, sentada em seu colo.
— Ah, qual é... – Christopher já havia desistido. Ele deixa as mãos caírem ao lado do seu corpo, em frustração.
— Quilo, Jair! – Eu grito, irritada.
Eu tento voltar a beijar Christopher quando fica um espaço grande de silêncio e eu acredito que ele tenha ido embora, mas mal enfio minha língua na boca dele antes que Jair esmurre a porta outra vez com sua mão pesada.
Meus olhos viram pra cima e eu desgrudo meus lábios de Christopher.
— Mas aqui está falando que é por lote, patroa!
— Então vende por lote! Por que você me chamou se já sabia?!
Ele fica em silêncio, sem saber como responder. Logo, escuto seus passos cada vez mais distantes e respiro muito mais aliviada. Mesmo com a porta trancada e cortinas fechadas, me sinto constantemente vigiada o tempo todo.
Christopher volta a sorrir e me puxa para mais um beijo.
Sinto suas mãos quentes tocam minha pele por debaixo da minha regata. Elas passeiam pela minha barriga, fazem círculos invisíveis enquanto minha língua brinca com a sua. Sua boca conhece a minha como nenhuma outra conhece, mas ele sempre tenta descobrir mais e mais, até o fôlego faltar. Minhas mãos se perdem em seus cabelos compridos e eu passo meu dedo pela sua orelha, até minhas unhas correrem de volta para o seu pescoço.