46 | Feu. 🔞

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      ERA UMA BATALHA PERDIDA

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      ERA UMA BATALHA PERDIDA.

Guerras já foram travadas por muito menos que isso. O bater das asas de uma borboleta causa um terremoto se ofende um rei.

Ela se emaranha nos lençóis. Estava entorpecida, embriagada pelo sono e pela moleza que posava em seu corpo. Tamanho prazer pouco foi sentido antes, e se foi, ela não se recorda de ser tão eficaz.

Seu corpo era só um detalhe cordial abaixo dos lençóis brancos, um corpo preguiçoso, um gato manhoso. Seus olhos se abrem lentamente, piscando sob a claridade do sol que fere seus olhos frágeis, pensa em os fechar de novo. Mas, ela ouvia de longe um telefone tocar incansavelmente, muito perto.

Cerra seus olhos em direção ao som. Parecia e não parecia real. Era difícil distinguir. E aos poucos, enquanto ia recontando a lucidez, o som se tornava mais claro e vívido. Tinha um telefone tocando.

Ela pulou da cama em um susto e finalmente atendeu. Era um número desconhecido, detalhe no qual ela não prestou atenção. Seus cabelos eram um conjunto de nó ruivos, que ela afastou para conseguir colocar o telefone na orelha, enquanto bocejava profundamente.

— Sim?

— Adiantaram o funeral. – A voz rouca avisou, sem rodeios.

Seus olhos acordam agora. Ela olha para frente em silêncio, confusa. Seu interior todo desperta, seu corpo volta do paraíso de onde estava abrigado há duas horas atrás.

— Quem é? – Ela pergunta, sussurrando.

Mas, o homem de voz grossa é respiração leve não responde o que ela quer ouvir:

— Os carros vão chegar em meia hora. Esteja pronta.

A ligação cai.

O telefone cai na cama. Suas mãos caem em volta da sua nudez melancólica e parece que o sol também cai. O mundo volta a ficar cinza. Bastou aquela voz, de um homem não além do estranho, que fez sua cor escapar de suas bochechas rosadas.

Ela caiu contra a cama.

Natália se lembrou outra vez de quão órfã estava, de quão sozinha ficou nesse mundo desamparado. Naquele quarto abafado, ao lado daquele corpo quente, havia se esquecido que o mundo lá fora não era tão caloroso quanto queria.
Havia tanta rispidez que as flores nasciam com espinhos. A bondade nunca andava sem um sorriso cruel escondido.

Eles precisam de pessoas. Seres humanos são incapazes de sobreviverem sozinhos, precisam sempre andar em bandos porque o calor humano os mantém– e é assim que não somos extintos e existimos até hoje. Nós nunca ficamos à sós.

Mas, sem entender a razão, ela se sente totalmente sozinha.

Ela anda em bandos, se mistura com as misturas, e ainda assim, se sente só, como se a maldição da solitude tivesse chegado nela antes que eu pudesse correr contra. Não houve aviso. Ela apenas chegou. Ela apenas se apossou.

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⏰ Última atualização: Feb 26 ⏰

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IRON HEART | 🔞 PARTE IIOnde histórias criam vida. Descubra agora