•Capítulo 05•

863 95 94
                                    


[Pesadelos | Parte dois]

(O seu pensamento)

Ao entrar na casa de Wally a porta atrás de mim se fecha. Eu olho para trás pelo susto da porta se fechando rapidamente e depois olho para frente. Estava tudo escuro e eu mirava a lanterna no local onde eu queria que fosse iluminado. Eu estava andando bem devagar como quase que me arrastando, minhas mãos estavam suando porque eu estava com muito medo.

Ao mirar a luz da lanterna no chão eu vi um enorme rastro de sangue passando pelo piso e indo direto até uma porta. A lanterna em minha mão estava quase escorregando dela por causa do suor que saia de minha mão, eu estava nervoso, completamente apavorado, o que estava acontecendo, eu não tinha ideia do que fazer.

Meu olhar para em frente a porta de madeira. Ela era diferente das outras portas, ela estava mais desgastada e parecia bem antiga, já que as outras eram mais novas e estavam envernizadas. Com a mão livre eu agarro a maçaneta coberta de poeira e aos poucos eu a a giro, a porta soltou um ranger e eu a movi na minha direção oposta. Atrás da porta pude ver alguns degraus de madeira que levavam ao que poderia ser o porão da casa.

Pude ver uma luz vermelha um pouco fraca vindo de onde devia ser o final dessas escadas. Eu nunca vi um porão tão fundo assim, eu respiro fundo e desço a escada, degrau por degrau. Eu cheguei ao chão finalmente, o a superfície do chão estava coberta por brinquedos velhos e quebrados, eu achei isso muito estranho, fui caminhando tentando não pisar em nada.

Parecia que eu estava andando por horas naquele lugar. A casa de Wally não era uma casa gigante, então não sei como um porão podia ser tão grande. O chão começou a tremer, ouço um barulho de ranger e os sons de gotas de água pararam de cair. De repente tudo ficou em silêncio, eu estava congelado no lugar, uma sensação de estar sendo observado subiu pelo meu pescoço, eu engulo minha própria saliva enquanto mirava a lanterna procurando seja lá o que for que esteja me dando esse desconforto.

Não havia nada. Uma luz se acendeu há alguns metros de mim, iluminando o que parecia ser um palco, parecia o palco de Sally que eu vi na casa dela. A luz da minha lanterna começou a ficar fraca e aos poucos se apagou. Eu estava entrando em pânico.

Pude ouvir sons de sapateados vindos do palco. A baixa iluminação daquele holofote iluminava muito pouco do palco enorme, mas foi o suficiente para clarear um par de sapatos pretos e brancos, e uma calça arco-íris. A figura andou um passo a frente, revelando ser Wally. Ele tinha um olhar estranho no rosto enquanto olhava para o chão de madeira rachado, eu pude ver que tinha outra figura maior logo atrás de Wally, que quando deu um outro passo para frente pude ver parte da figura.

Era Barnaby, e eu só pude ver o seu corpo, mas não pude ver seu rosto. Wally deu um último passo a frente, e Barnaby fez o mesmo, mas minha respiração parecia ter parado, ao ver que ele estava sem cabeça. Meus olhos se arregalaram ao olhar para o chão logo atrás dele e ver que sua cabeça decepada estava jogada ali.

O olhar de Wally se levanta e ele nota minha presença e ele se anima, dando um largo sorriso, sim, aquele maldito sorriso diabólico. Eu estava horrorizado, ele tinha feito tudo isso? Colocou fogo nas casas, sequestrou os moradores, tirou a cabeça do próprio amigo, me trouxe a esse lugar.

- Olá _____! Gostou de sua festa? - Ele me perguntou com uma voz calma, mas ela parecia mais áspera que o normal. Não parecia a voz dele.

- Wally, o que está acontecendo? O que aconteceu lá fora, e o que aconteceu com o Barnaby?

- Oh, Barnaby não estava se sentindo bem, ele estava se sentindo meio maluco, e acabou perdendo a cabeça, mas quem nunca perdeu a cabeça não é mesmo ____? -ele me diz de forma meio irônica.

Wally estava fazendo movimentos bizarros, como se estivesse dançando, o corpo sem cabeça de Barnaby o seguia, repetindo os mesmos movimentos que ele fazia.

- Porquê você incendiou a vila? - eu grito para ele.

- Aquelas casas eram muito cafonas e coloridas. Com um fósforo e um pouco de querosene eu dei uma repaginada nelas hehe! - ele diz.

Eu estava em choque. Wally destruiu toda a vila, e disse isso com maior tranquilidade, como se aquilo fosse nada para ele.

- Porque fez isso? Quero saber porque fez isso! - eu grito para ele. Ele não diz nada é apenas me encara.

- Onde estão os moradores da vila? O que você fez com eles? - eu grito novamente, sentindo as lágrimas surgirem nos meus olhos e logo escorrerem por minha bochecha.

- Olhe para cima! - ele apontou para cima, o corpo sem cabeça de Barnaby fez o mesmo.

Uma luz surge acima de mim e olho para cima. Meus olhos se arregalam com a visão, eu levo uma mão a boca, enquanto eu chorava. Todos os moradores estavam lá pendurados pelas mãos por ganchos, que perfuravam sua pele, deixando sair parte da espuma sintética. Eu olho para Wally que tinha um sorriso no rosto.

- Ele quis isso ____! Não podia negar o seu pedido! - Wally diz com uma voz mais sombria.

Eu não podia acreditar naquilo. Minha lanterna voltou a funcionar, então decidi fugir dali. Eu iria correr até sair daquele lugar e voltar a minha casa, fora desse mundo. O porão começou a desmoronar, eu voltei o mais rápido possível.

- Não pode fugir para sempre _____! Ele vai sempre te achar! Ela vai pegar você! HAHAHAHAHAH! - Wally gritou enquanto eu corria.

Ele estava maluco. O que deu em mim para querer ficar nesse lugar. Eu sabia que ele era estranho, mas isso? Era demais para mim. Eu subi o mais rápido possível todos os degraus até chegar a casa de Wally. Quando cheguei eu sai o mais rápido possível lá de dentro.

Eu cai na grama frente a casa tentando recuperar todo o meu fôlego, as casas ainda estavam queimando. Enquanto eu respirava profundamente eu escutei Ruídos vindos atrás de mim. E olho para trás e vejo a casa tremendo e rachando por completa. Ela estava se movendo, e se tornando outra coisa. A casa de Wally virou um monstro vivo. Eu estava congelado, eu dei um grito de medo por causa daquela coisa. A casa veio em minha direção como se fosse me atacar e tudo ficou escuro.

Tudo fica claro de repente. Não havia casa, não havia fogo, nem nada, eu estava deitado em minha cama, completamente suado e vermelho, enquanto minha respiração estava ofegante e meu coração quase saindo do peito.

- Tudo isso foi um... Pesadelo? - digo a mim mesmo.

Bem Vindo Ao Lar | Você em Welcome HomeOnde histórias criam vida. Descubra agora