01 - orfanato

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15 anos atrás

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15 anos atrás...

John: Já terminou de lavar esses pratos S/n? - grita do corredor

- Tô quase lá tio. - passo o braço sobre minha testa, limpando o suor que havia ali.

Término de lavar os pratos e vou até a sua sala para que ele saiba que eu já terminei.

- Terminei tio. Posso ir descansar agora? Meus braços estão doendo.

John: Vamos ver se você fez o serviço direito. - ele se levanta e vai até a cozinha.

Vejo-o pegando um dos pratos e passando o dedo para checar se estava limpo.

John: Olha isso. - aumenta o tom de voz. - Este prato está só a gordura! Será que nem um prato você sabe lavar direito? - grita jogando o prato no chão.

- Me desculpe senhor. É que...- falo com a voz trêmula.

John: É que nada sua inútil! - ele vem em minha direção dando passos fortes e tirando o cinto de sua calça.

Não...

De novo não...

- Desculpa tio, foi sem querer. - começo a chorar e a andar para trás.

John: Vem aqui menina. - ele joga o cinto em algum canto, abaixa as calças junto de sua cueca e quando eu tento correr, ele me segura pelo braço. - Fica quietinha em. - ele agarra minha mandíbula com força e aproxima seu rosto do meu, me dando um beijo na boca.

Que nojo que eu sinto dele.

Sua língua adentra em minha boca, e é nesse momento que eu a mordo com toda a minha força, tentando afastá-lo de mim.

John: Desgraçada. - ele me dá um tapa forte no rosto que me faz cair no chão.

Sinto o seu peso em cima de mim.

- P-por favor...- choro cada vez mais.

Em questão de segundos ele enfia a sua parte íntima dentro de mim. E que dor que eu senti, é como se eu estivesse sendo rasgada por dentro.

Começo a gritar, a tentar bater nele...

Mas ele é mais forte que eu.

~~~

00:30 am

Término de arrumar minha mochila e saio do quarto, tentando fazer o mínimo de barulho possível para não acordar às outras meninas.

Ando devagar pelos corredores, o que estava fazendo um pouco de barulho por causa do piso de madeira.

Chego até a saída, mas obviamente a porta tinha que estar trancada.

Me lembro onde que eu tinha visto a tia s limpeza guardar as chaves e as peguei. Abri a porta da cozinha com muito cuidado e fui até o quintal. Pisando em alguns galhos secos no caminho.

Olho para trás e vejo que as luzes do orfanato se acenderam.

"Droga"

Começo a correr, até chegar no muro. O mesmo era baixo, mas tinha cacos de vidro para "proteger" caso algum ladrão quisesse entrar aqui. Mas eu me esqueci completamente disso, e já fui colocando minhas mãos de uma vez, fazendo com que elas se cortassem.

John: EI VOCÊ! - vejo ele vindo em minha direção com uma lanterna apontada para mim, mas estava um pouco longe, afinal o pátio era grande.

Me apresso é pulo o muro, mesmo sentindo muita dor pelos cortes.

Corro o mais rápido que eu consigo até chegar em uma praça onde estava tendo algum tipo de festa.

Paro para descansar em um banco.

Começo a chorar ao parar para sentir a dor que estava mais intensa e o sangue que não parava de escorrer estava me deixando enjoada.

Lucas: Oi oi.- ouço uma voz e logo me assusto.

- O-oi. - digo me afastando para o lado, pronta para correr se ele tentasse fazer alguma coisa.

Lucas: Qual seu nome? - ele fala de forma educada.

- S...S/n.

Lucas: O que aconteceu com as suas mãos? Por que você está chorando?

- Não é nada.

Lucas: Onde estão seus pais? Quer que eu ajude você a procurá-los?

- Não, eu não tenho pais. Por favor não conte pra ninguém sobre mim...eu morava em um orfanato, mas eles me maltratam muito lá e eu decidi fugir hoje.

Lucas: Ah...Entendi. Mas é perigoso você ficar aqui sozinha. Eu moro aqui pertinho, você não quer ir lá em casa comer alguma coisa? Aí você aproveita, toma um banho e lava esses seus machucados aí. -fala em um tom calmo e simpático.

Penso alguns minutos se deveria ou não aceitar o convite do menino.

Até que vejo que seria melhor ir e me esconder na casa dele, se eu ficar nas ruas, uma hora ou outra eles me acham.

~~~~

Dias atuais...

03:30 am

- Não...de novo não. NÃO! - acordo suada e ofegante, batendo no interruptor que fez a luz acender.

Ótimo... Que hora boa pra ter mais uma crise S/n...

Pego minhas cartelas de remédio e tiro várias cápsulas do frasco e as coloco na boca de uma vez. Sem água, as engulo e sinto um gosto amargo, fazendo com que eu corra para o banheiro e vomite tudo.

Eu não aguento mais isso.

Pego meu celular e digito o número do Neymar.

📞📲

Neymar: Fala mini Paquetá.

- Ney... - falo soluçando de tanto chorar.

Neymar: Ei S/n, que foi? O que aconteceu? - diz em tom de preocupação.

- E-eu sonhei com o orfanato de novo. - digo tentando regular a minha respiração, o que seria impossível se eu continuar chorando.

Neymar: O meu bebê...Passou tá? Ele não vai encostar em você nunca mais.

- *soluço*

Neymar: Respira fundo. - faço o que ele mandou. Me escuta, nada de ruim vai acontecer com você, tá legal? - diz tentando me acalmar. - Entendeu o que eu disse?

- S-sim. - digo ficando mais calma.

Neymar: Não gosto de saber que está assim S/n. Meu coração aperta tanto...

- Desculpa te ligar essa hora...eu só sei atrapalhar a vida dos outros...- meu coração se aperta novamente.

Neymar: Ei, parou. Nada disso, você não atrapalha a vida de ninguém. Eu estou cuidando de você mesmo de longe. Eu e o seu irmão. Não vamos deixar nada acontecer com você.

- Obrigado ney...Já estou melhor.

Neymar: Certeza?

- Certeza.

Neymar: Então tá. Deita e dorme, fica com Deus anjinho. Eu te amo tá?

- Também te amo.

Desligo o celular e me deito novamente.

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