15 anos atrás...
John: Já terminou de lavar esses pratos S/n? - grita do corredor
- Tô quase lá tio. - passo o braço sobre minha testa, limpando o suor que havia ali.
Término de lavar os pratos e vou até a sua sala para que ele saiba que eu já terminei.
- Terminei tio. Posso ir descansar agora? Meus braços estão doendo.
John: Vamos ver se você fez o serviço direito. - ele se levanta e vai até a cozinha.
Vejo-o pegando um dos pratos e passando o dedo para checar se estava limpo.
John: Olha isso. - aumenta o tom de voz. - Este prato está só a gordura! Será que nem um prato você sabe lavar direito? - grita jogando o prato no chão.
- Me desculpe senhor. É que...- falo com a voz trêmula.
John: É que nada sua inútil! - ele vem em minha direção dando passos fortes e tirando o cinto de sua calça.
Não...
De novo não...
- Desculpa tio, foi sem querer. - começo a chorar e a andar para trás.
John: Vem aqui menina. - ele joga o cinto em algum canto, abaixa as calças junto de sua cueca e quando eu tento correr, ele me segura pelo braço. - Fica quietinha em. - ele agarra minha mandíbula com força e aproxima seu rosto do meu, me dando um beijo na boca.
Que nojo que eu sinto dele.
Sua língua adentra em minha boca, e é nesse momento que eu a mordo com toda a minha força, tentando afastá-lo de mim.
John: Desgraçada. - ele me dá um tapa forte no rosto que me faz cair no chão.
Sinto o seu peso em cima de mim.
- P-por favor...- choro cada vez mais.
Em questão de segundos ele enfia a sua parte íntima dentro de mim. E que dor que eu senti, é como se eu estivesse sendo rasgada por dentro.
Começo a gritar, a tentar bater nele...
Mas ele é mais forte que eu.~~~
00:30 am
Término de arrumar minha mochila e saio do quarto, tentando fazer o mínimo de barulho possível para não acordar às outras meninas.
Ando devagar pelos corredores, o que estava fazendo um pouco de barulho por causa do piso de madeira.
Chego até a saída, mas obviamente a porta tinha que estar trancada.
Me lembro onde que eu tinha visto a tia s limpeza guardar as chaves e as peguei. Abri a porta da cozinha com muito cuidado e fui até o quintal. Pisando em alguns galhos secos no caminho.
Olho para trás e vejo que as luzes do orfanato se acenderam.
"Droga"
Começo a correr, até chegar no muro. O mesmo era baixo, mas tinha cacos de vidro para "proteger" caso algum ladrão quisesse entrar aqui. Mas eu me esqueci completamente disso, e já fui colocando minhas mãos de uma vez, fazendo com que elas se cortassem.
John: EI VOCÊ! - vejo ele vindo em minha direção com uma lanterna apontada para mim, mas estava um pouco longe, afinal o pátio era grande.
Me apresso é pulo o muro, mesmo sentindo muita dor pelos cortes.
Corro o mais rápido que eu consigo até chegar em uma praça onde estava tendo algum tipo de festa.
Paro para descansar em um banco.
Começo a chorar ao parar para sentir a dor que estava mais intensa e o sangue que não parava de escorrer estava me deixando enjoada.
Lucas: Oi oi.- ouço uma voz e logo me assusto.
- O-oi. - digo me afastando para o lado, pronta para correr se ele tentasse fazer alguma coisa.
Lucas: Qual seu nome? - ele fala de forma educada.
- S...S/n.
Lucas: O que aconteceu com as suas mãos? Por que você está chorando?
- Não é nada.
Lucas: Onde estão seus pais? Quer que eu ajude você a procurá-los?
- Não, eu não tenho pais. Por favor não conte pra ninguém sobre mim...eu morava em um orfanato, mas eles me maltratam muito lá e eu decidi fugir hoje.
Lucas: Ah...Entendi. Mas é perigoso você ficar aqui sozinha. Eu moro aqui pertinho, você não quer ir lá em casa comer alguma coisa? Aí você aproveita, toma um banho e lava esses seus machucados aí. -fala em um tom calmo e simpático.
Penso alguns minutos se deveria ou não aceitar o convite do menino.
Até que vejo que seria melhor ir e me esconder na casa dele, se eu ficar nas ruas, uma hora ou outra eles me acham.
~~~~
Dias atuais...
03:30 am
- Não...de novo não. NÃO! - acordo suada e ofegante, batendo no interruptor que fez a luz acender.
Ótimo... Que hora boa pra ter mais uma crise S/n...
Pego minhas cartelas de remédio e tiro várias cápsulas do frasco e as coloco na boca de uma vez. Sem água, as engulo e sinto um gosto amargo, fazendo com que eu corra para o banheiro e vomite tudo.
Eu não aguento mais isso.
Pego meu celular e digito o número do Neymar.
📞📲
Neymar: Fala mini Paquetá.
- Ney... - falo soluçando de tanto chorar.
Neymar: Ei S/n, que foi? O que aconteceu? - diz em tom de preocupação.
- E-eu sonhei com o orfanato de novo. - digo tentando regular a minha respiração, o que seria impossível se eu continuar chorando.
Neymar: O meu bebê...Passou tá? Ele não vai encostar em você nunca mais.
- *soluço*
Neymar: Respira fundo. - faço o que ele mandou. Me escuta, nada de ruim vai acontecer com você, tá legal? - diz tentando me acalmar. - Entendeu o que eu disse?
- S-sim. - digo ficando mais calma.
Neymar: Não gosto de saber que está assim S/n. Meu coração aperta tanto...
- Desculpa te ligar essa hora...eu só sei atrapalhar a vida dos outros...- meu coração se aperta novamente.
Neymar: Ei, parou. Nada disso, você não atrapalha a vida de ninguém. Eu estou cuidando de você mesmo de longe. Eu e o seu irmão. Não vamos deixar nada acontecer com você.
- Obrigado ney...Já estou melhor.
Neymar: Certeza?
- Certeza.
Neymar: Então tá. Deita e dorme, fica com Deus anjinho. Eu te amo tá?
- Também te amo.
Desligo o celular e me deito novamente.
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Fanfiction"O que Deus uniu, o homem não separa" Pensando em uma sinopse... Mas já pode ler a história aí, garanto que não vai se arrepender, caso contrário, te devo um açaí.