ᰔ prólogo parte 2 ;

84 11 1
                                    

Yang Jungwon

Sorri ao ver o dez na minha prova, era costume, mas eu sempre considerei cada nota como aquela uma grande conquista.

- Gente! - Bahiyyih gritou entusiasmada.

- O que foi, garota? - Youngeun perguntou à ela, segurando em sua mão.

- Saiu o ranking do concurso de contos!

Após ela dizer isso, todos levantaram como animais, saindo da sala até o corredor, onde provavelmente o papel estaria exposto.

Meu corpo tremeu. Esse concurso era importante para mim, só eu sei as consequências que ocorreriam se eu não entrasse pelo menos no top 3.

Recolhi meu material da mesa e os ajeitei em meus braços, respirei fundo e saí da sala, sendo reparando com os olhos gigantes dos meus colegas de classe.

- Primeiro lugar de novo, Garden. - o braço de Sunoo me abraçou de lado.

Joguei a cabeça para trás, dando graças a Deus mentalmente. Soltei um suspiro aliviado, como se eu tivesse tirado um peso gigante das costas.

- 'Pra que tanto? - ele riu. - Você sempre fica em primeiro, saeng.

- Eu me esforço muito para isso Sun... - olhei para ele com um sorriso triste nos lábios.

- Ainda acho que você devia fugir para minha casa. - ele falou, soltando uma risada sincera que me fez rir também.

- Meus pais me decapitariam uma hora depois - brinquei, mas talvez não seja tão brincadeira assim.

Fui em direção ao meu armário, guardando meus materiais. Acabo ouvindo algumas vozes vindas da sala do terceiro ano e vejo o professor de química encarando o aluno estrangeiro.

Parece ser algo envolvendo alguma prova, por causa do papel um pouco amassado em sua mão. É melhor eu não interferir nisso.

Ouvi o sinal da saída e fui ao encontro de Sunoo no portão. Fomos para casa juntos como de costume, já que morávamos no mesmo condomínio. Nos despedimos e entrei na minha casa, ou melhor, mansão.

- Cheguei em casa! - alertei e fui recebido por dois pares de olhos curiosos, ou melhor, intimidadores.

- Em que posição ficou no concurso de contos de romance? - minha mãe foi direta.

- Soubemos que o resultado saiu hoje! - meu pai a acompanhou.

Sinto falta de ser criança e ao invés de ouvir isso, ouvir "Oi, meu amor! Como foi seu dia?". Suspirei.

- Primeiro lugar - falo no meio de um suspiro e tento me esforçar para sorrir e mostrar que estou bem com o resultado.

- Esse é meu filho! - meu pai comemorou, socando o ar.

- Fez o que devia ter feito, Jungwon - minha mãe sorriu e eu apenas assenti.

Fui indo em direção ao meu quarto, fechei a porta e joguei a mochila em algum canto, deixei meu corpo cair sobre a cama fofa embaixo de mim e enterrar meu rosto no travesseiro de penas.

Ouvi o barulho da porta abrir e solto um resmungo baixo, tirando meu rosto do travesseiro, encarando a mesma, esqueci de deixar aberta.

- Quantas eu já lhe disse para não deixar a porta fechada? - meu pai dita enquanto me encara.

- Perdão, pai. - falo baixo.

- Vim deixar seu celular. - ele vem até mim e deixa meu celular ao meu lado.

- Carregou ele ontem? - pergunto.

- Carreguei. - ele se retira, deixando a porta aberta, me fazendo bufar.

Fiquei deitado por cinco minutos, até minha mãe me chamar para o almoço, desci as escadas e fui até a mesa, vendo meus pais já servidos e com a comida posta para mim.

- Acho que colocaram muita comida para mim... - falo após analisar meu prato.

- Tem que comer para ficar saudável - minha mãe argumenta. - Este prato está cheio de fibras, e o senhor anda com a imunidade muito baixa.

- Certo... - falo suspirando, me sentando a mesa.

- Nada de suspirar desse jeito para a sua mãe! - meu pai fala seco.

- Desculpe, mãe - peço.

Me alimento daquele jeito, fico brincando com a comida e os talheres, raspando a faca no prato e pegando e derrubando o arroz com o garfo.

Minha barriga implora para mim parar de comer, implora para que eu saia da mesa para que ele possa indigerir o alimento.

Percebendo minha enrolação, meu pai me fuzila com os olhos, me fazendo comer mais automaticamente.

- Sabe muito bem que não queremos desperdício de comida nessa casa. - ele fala sério.

- Perdão, pai - falo baixo.

Quando finalmente acabei de comer, respiro fundo para tentar descer a comida que ficou presa na garganta. Após isso, me levantei deixei o prato na pia.

Meus calcanhares giraram para o lado oposto e fui indo para meu quarto, deixando a porta aberta dessa vez. Pego minha mochila do chão e a levo para perto de minha escrivaninha,e sento na cadeira e começo a ver as tarefas para o dia seguinte e estudar para aquilo que não sabia.

E eu tinha que cumprir essa rotina, todos os dias...

Ele Morreu | JaywonOnde histórias criam vida. Descubra agora