ᰔ capítulo 5 ;

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Park Jongseong

Faz uma semana e meia que eu e Jungwon estamos nessa história de ficar nos encontrando nos intervalos e desfrutando da companhia um do outro.

Chegamos em um ponto em que sabemos todos os nossos hobbies, gostos para música, vontades, sonhos e enfim. Parecíamos melhores amigos.

Mas Jungwon ainda não falou comigo sobre sua família.

Continuo com a mesma postura de respeitar seu espaço, embora eu sempre tente tocar no assunto, um pouco preocupado e curioso.

Dentro desses dias, teve um que ele comentou sentir falta de Sunoo, que o garoto era seu melhor amigo e se sentia péssimo em não poder falar com ele.

Ele me disse que estava proibido de conversar com o amigo, eu fiquei o escutando enquanto fazia carinho em seus fios.

Hoje nós iríamos apenas repetir o nosso costume, se não fosse por uma situação nos corredores que chamaria a minha atenção.

- Você foi pego no flagra! - Jungwon gritava em plenos pulmões.

- Won... - me aproximei dele por trás, segurando de leve seus ombros, sentindo eles tensos. - O que houve?

- Eu vi ele mexendo na minha prova! - ele desviou os olhos para mim e pude ver o brilho das lágrimas. - Vamos, Hyeong Jun! Fale para todo mundo!

- O que está acontecendo aqui? - o coordenador Jung veio até nós, e óbvio, a primeira pessoa que ele achou que estava envolvida era eu. - Por que está gritando, Yang?

- Esse cretino roubou a minha prova! - a voz de Jungwon falhava em desespero.

- Eu não roubei nada, não tenho culpa que tirei uma nota maior que a sua! - o garoto gritou de volta. Eu senti meu sangue ferver com essas palavras.

Acho que o coordenador estava cogitando acreditar no outro menino ao invés de Jungwon, fazendo com que minhas veias saltassem de raiva.

- Senhor Jung - a voz de uma garota se fez presente. - Jungwon está dizendo a verdade, vi o momento em que Hyeong Jun trocou as provas. - se tratava de Bahiyyih, outra estrangeira da escola.

- Tem provas disso, senhorita Huening? - ele dirigiu seu olhar a ela.

- Minha palavra e a palavra de Jungwon não basta? - ela disse incrédula, afinal, eram eles dois contra o tal garoto.

- Precisamos de provas antes de qualquer coisa, ou de mais testemunhas. - afirmou. Isso só pode ser piada.

Aposto que se fosse uma coreana sem descendência de outro país, esse merda de coordenador teria acreditado.

- Mas senhor, - outra menina apareceu atrás de Bahiyyih, segurando a mão da mesma. - muitos da sala viram, ele foi pego.

Essa menina tinha traços coreanos, então fiquei aliviado de que talvez, Jungwon se livrasse desse desespero.

O coordenador soltou um suspiro e encarou o garoto, tirando a prova das mãos dele. Encarou a nota que pela sua face satisfeita, deveria ser um grande dez.

- Vejo você nas olimpíadas de matemática, Yang - entregou a prova a ele.

Senti Jungwon amolecer e suas pernas, pensei que ele fosse cair e eu estava certo. Levei meus braços para debaixo de suas axilas, o segurando para ele não cair.

Era como se ele tivesse se livrado de um enorme peso, eu sentia o alívio e suas lágrimas indicavam que parecia que sua vida estava salva.

Logo me lembrei de quando ficamos juntos na detenção. Lembrei dele me contando que para seus pais, nove e meio era uma péssima nota. A lembrança de seu pai o jogando para dentro do carro enfurecido.

Aquele risco vermelho meio arroxeado em sua bochecha um dia depois.

As peças do quebra-cabeça se montaram sozinhas em minha cabeça e eu não pude acreditar no resultado que estava se formando.

- Wonnie... - acariciei seu rosto e ele me olhou.

Eu iria dizer para irmos ao banheiro para que ele pudesse lavar seu rostinho molhado, mas ele me abraçou antes que eu pudesse continuar a falar.

Apenas o aconcheguei em meus braços e fiquei acariciando seus fios. Senti o suor em sua nuca, ele estava realmente nervoso com tamanha situação.

- Está tudo bem - beijei o topo de sua de sua testa. - Vamos ao banheiro para você se acalmar, hm?

O ajudei a levantar e fui o levando para o banheiro. Também o ajudei a limpar seu rosto.

Assim que ele tirou uns papéis toalha para enxugar o rosto, seu corpo se virou para mim e seus olhos encaravam os meus, fazendo com que fosse impossível de desviar eles.

Seus olhos de jabuticabas brilhavam um brilho único, eu podia jurar nunca ter visto um brilho como aquele.

Suas bochechas tomaram uma cor rosada, logo imaginei que eu também estivesse daquele jeito, mas não me importei, porquê agora, meus olhos foram parar em sua boca.

Aqueles lábios finos estavam me atraindo, mas ainda não era a hora de colar eles com os meus, eu não podia me aproveitar de sua situação fragilizada. Aquele era um momento de alívio para ele, e eu não queria estragar isso.

Senti uma de suas mãos subirem para meu ombro, aquilo parecia uma resposta de afirmação para que eu o beijasse.

Eu confesso que queria que fosse algo mais romântico do que um banheiro úmido, aparentemente sujo e público da escola, mas se era algo que eu queria e ele também, não vejo porquê enrolar.

A porta se abriu bruscamente e logo a conversa paralela dos corredores que antes era abafada pelas paredes, se tornou mais alta. A figura de Sunoo apareceu .

Eles estavam sozinhos, sem câmeras, sem funcionários da escola por perto.

Sunoo o abraçou, e Jungwon não tardou em retribuir, não pude deixar de sorrir com o reencontro, parecia que estavam a anos sem se falarem.

Para os assegurar, fiquei na porta do banheiro, verificando se nenhum funcionário iria lá naquele horário.

Eles conversaram por um tempo, Sunoo saiu primeiro, me agradecendo por cuidar de Jungwon. Entrei no banheiro novamente e o Yang estava com um sorriso grande no rosto.

- Eu prefiro ver o seu sorriso. - falei para ele e o mesmo se virou para mim, me abraçando em um abraço apertado.

Ele Morreu | JaywonOnde histórias criam vida. Descubra agora