It's Hard To Find a Light in The Dark

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      Abrindo os olhos para o mundo, Yeon-seon acordou de uma noite incrivelmente tranquila e sem sonhos, o que foi perfeito para se livrar do cansaço do dia anterior.
Ao se sentar, ela percebeu que seu cabelo, que antes estava preso em um coque delicado atrás da cabeça, estava solto e completamente livre de amarras.
Será que ela se mexera muito durante a noite? Talvez, não é como se ela conhecesse os próprios hábitos noturnos. Enquanto olhava para a parede do outro lado do cômodo, tentando se livrar da dormência que ainda ameaçava dominar sua mente, ela finalmente conseguiu se levantar.
    Ao fazer isso, algo caiu de sua roupa, no chão. Abaixando-se para identificar o que era, percebeu que era a bolsinha com os biscoitos amanteigados de Ji-hye e da senhorita Shin Bo-ra, então sorriu amorosa, já sentindo falta de suas novas amizades. Abrindo-a, pôde encontrar os biscoitos intactos e aparentemente deliciosos. Nesse momento, sua barriga doeu, como se só agora percebesse que estava vazia.
   Ela estava prestes a comer um deles, quando se lembrou de seus planos para o dia. Ir em busca de emprego é o mais importante, por hora, já que só após conseguir estabilidade na cidade ela poderia começar sua investigação e busca por respostas.
    Ela iria atrás daquele homem, o homem mais poderoso de Daeho, não só porque queria agradecê-lo por salvar sua vida, mas também porque...
Yeon-seon não sabia bem o porquê, mas alguma coisa lhe dizia para ir vê-lo, e sua curiosidade quanto a isso ameaçava dominar sua pequena e confusa cabeça desmemoriada. E se ela já o tivesse conhecido? Mas ele não pareceu tê-la reconhecido ontem, então... talvez seja só sua boa fé falando mais alto, e ela realmente queira agradecê-lo por tudo. Sim, é isso, afinal de contas, desde que acordou, Yeon-seon se mostrou uma pessoa muito educada e simpática com todos. Um fio de orgulho próprio parecia parabenizá-la, e foi com um sorriso que ela abriu a porta e saiu do quarto.

    Ao descer as escadas, ela encontrou Joo-wo conversando com uma funcionária, e começou a se dirigir até ela para informar sua partida e pagar por sua estadia.
Vendo-a se aproximar, a jovem empreendedora a cumprimentou com um sorriso, o qual foi prontamente respondido.
- Bom dia, senhorita!- saúda educadamente, e logo acrescenta- Vai sair tão cedo?
- Bom dia!- retribui contente, e então responde- Sim, na verdade, eu estava exatamente indo procurá-la, quero pagar minha hospedagem.
Assentindo satisfeita, a cortesã se aproxima, e então a chama para segui-la.
- Vamos, assim posso organizar sua conta- informa atenciosamente.
No fim das contas, o preço parecia un pouco mais salgado do que deveria, mas ela resolveu deixar para lá, não é como se ela pudesse comparar preços, já que não se lembra de nada.

    As ruas do Forte estavam bastante movimentadas, cheias de vendedores divulgando seus produtos e transeuntes interessados os rodeando, mas havia uma barraca que se destacava de todas aquelas, pois não  se podia ver nada além da multidão que a cercava. Yeon-seon não pôde se impedir de se aproximar para descobrir no que todos estavam tão interessados.
    Abrindo espaço pelo muro de pessoas, ela pôde finalmente ver que, na verdade, não se tratava de uma venda. Um homem de aparência jovem estava no centro da multidão, entretendo a todos com o que quer que estivesse dizendo.
- Estou lhes dizendo, era ela!- afirmava fervorosamente, os olhos indo de um lado ao outro de seu público.
- Tinha os olhos mais assustadores que já vi, e matou todos os homens no barco, eu fui o único a escapar!- continuava expressivo.
O que raios era aquilo?
    Decidindo perguntar a um outro telespectador, Yeon-seon cutucou um homem ao seu lado.
- Com licença, senhor, do que ele está falando?
    Dividindo sua atenção entre o alvoroço a sua frente e sua pergunta, ele respondeu apressado.
- Naksu atacou um barco de pescadores na noite passada e matou todos eles.
    Sobrancelhas erguidas em surpresa, ela voltou a olhar para o rapaz que contava a história.
  O sujeito tinha estatura baixa e era esguio, não aparentando níveis altos de força física, além de que, sua energia era, como a de todos os outros à sua volta, bastante comum, e nem se comparava à energia dos magos que ela conheceu. Sendo assim, como esse rapaz poderia ser o único sobrevivente de um ataque tão brutal?
    Bufando em uma risada de desdenho, ela estava prestes a seguir seu caminho quando viu ao longe algo que chamou sua atenção.
   Aproximando-se de o que parecia ser um painel de anúncios improvisado em um muro, havia dentre todos aqueles panfletos um folheto informativo, o qual parecia ter o objetivo de divulgar uma seleção de candidatos para trabalhar como criados em uma residência de uma família importante, a julgar pelo comunicado.
     Enquanto lia os requisitos, ouviu uma conversa passageira à sua direita.
- Já estão procurando novos criados para a residência Jang? Quem seria louco o suficiente para trabalhar lá? Não é de se admirar que estejam sem pessoal- comentou maldosamente um senhor idoso, provavelmente comerciante.
    Jang...
    Jang...
Subitamente, algo clicou em sua mente.
Jang, como o jovem mestre Jang, o homem mais poderoso de Daeho!
Que coincidência encontrar justamente esse folhetim quando ela está em busca de trabalho.
    Ponderando a possibilidade, ela continua prostrada em frente ao muro quando é tirada de seus pensamentos por uma voz desconhecida.
- Senhorita, vejo que está considerando o comunicado de vagas- começa com delicadeza- Mas antes, deve saber que não é uma boa proposta- conclui prestativamente o mesmo homem que antes estava se referindo com desdém quanto à residência Jang.
    Decidindo ignorar essa descortesia, ela se vira totalmente para esse senhor, e exclama- Não faz mal, não tenho interesse em um emprego tão complexo.
O homem pareceu contrariado, mas não disse mais nada, então Yeon-seon acrescentou.
- À propósito, onde posso me apresentar para a vaga?- questiona curiosa, ouvidos bem atentos.
- Bem, você só precisa ir até lá  e entrar em contato com a Senhorita Kim, ela é a criada chefe da Casa Jang- explica de boa vontade, apesar de não entender seu interesse nisso.
    Sorrindo com sua gentileza, ela decide que é seguro importunar um pouco mais essa alma caridosa.
- Entendo, muito obrigada, senhor!- agradece sorrindo- Mas você sabe onde fica a Residência Jang?- indaga intrometida.
     Coçando a barca, o homem a dá uma explicação detalhada sobre como chegar ao seu destino desejado, afirmando que não é tao longe de onde eles estavam.
- Há algo mais que precisa saber antes de ir, senhorita- informa-a cuidadoso.
     Com o cenho franzido, ela pede que ele a esclareça.
    Com o rosto inquieto, o vendedor continua- Muitos criados têm passado por lá, e nenhum deles consegue ficar por mais de poucos dias- começa prestativo.
- Dizem que é possível sentir a energia negativa que envolve o lugar, e tudo por onde ele passa, o jovem mestre Jang.
    Intrigada quanto a isso, ela assente, imaginando que faz sentindo, pois até  ela se sentiu admirada por aquela energia, mais forte que a de todos que ela já viu, quase se assemelhando à do lago Gyeongchangdaeho. É compreensível que tal poder atraia energia negativa em sua direção.
   Qualquer pessoa sã decidiria, a partir desse ponto, nunca mais cruzar com o caminho daquele homem tão perigoso, com um passado mais obscuro do que ela poderia imaginar. Entretanto, é claro, Yeon-seon não se considera uma pessoa comum, e também, havia aquele sentimento confuso, uma sensação enervante e quente, sempre que ela se lembrava de tê-lo visto em Chwiseonru. Ela ainda sentia aquela familiaridade intrigante, mesmo que, ao que tudo indica, eles nunca tenham se visto antes.
    Após o agradecer por sua gentileza, ela seguiu pelo caminho indicado, rumo à Residência Jang.
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Notas da autora: Vocês não sabem o prazer que é estar de volta!! * entrada triunfal*
Sinto muito pelo sumiço, mas espero que esse capítulo compense sua espera ♡
   
  
   

Shining so Bright, I Knew It Had To Be You, My LightOnde histórias criam vida. Descubra agora