Pᴀʀᴛᴇ 5

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A voz de Amanda ecoava na cabeça do androide, tudo o que ela dissera. Mas a sua, em todos os momentos que vivenciaram, era como um grito, se sobressaindo completamente a todos os comandos que instalaram na mente dele.

E ali estava ele novamente, dentro de sua própria mente, quebrando as barreiras que o impediam de ser completamente livre, o controle que tinham sobre ele, enquanto sua voz ecoava e reverberava o garantindo de que estava tudo bem.

Detenha Markus.

Apenas uma máquina.

Cace e destrua os divergentes.

Cumpra a sua missão.

Todos os comandos se partindo até que não houvesse mais nada além dele mesmo ali.

Connor abaixou a arma, sua respiração acelerando para que impedisse que seus componentes sobreaquecessem pelo estresse em que se encontrava. Quando ele foi até Markus, tinha a intenção de o avisar, de conversar, mas perdera completamente o controle sem que pudesse fazer nada contra, mas agora era diferente, eles não poderiam mais usá-lo como fantoche.

- O FBI. Eles vão atacar Jericho! - Avisou, lamentando ainda mais agora por não ter conseguido os impedir. - Temos que ir embora daqui!

...

Você ainda estava em casa, não largava o celular por nada, esperando que ele desse notícias, que alguém a ligasse para dizer que ele havia conseguido, que tudo tinha dado certo ou que... Não! Você não aceitaria o perder.

As lágrimas haviam deixado rastros pelas suas bochechas, que agora secavam sobre sua pele, gelando o lugar conforme o vento soprava pela fresta aberta da janela da sala. Seus olhos vidrados em algum ponto, viajando pelos momentos que compartilhara com o androide. Enxergando claramente suas íris chocolate, rosto perfeito, a voz que soava como melodia em seus ouvidos e não menos importante, o cacho teimoso caindo para fora do maldito penteado perfeito.

Quando seu celular tocou, pulou de onde estava sentada e atendeu sem nem ver quem era, desesperada por qualquer notícia, sendo ela boa ou ruim.

- Oi, garota, sou eu. - Era a voz de Hank e ele parecia um pouco abalado, o que a preocupou.

- Hank, oi, e aí? Alguma notícia? - Sentia seu peito subindo e descendo rapidamente, além de seus batimentos acelerados.

- Droga, criança, eu sinto muito, mas Jericho explodiu. - No mesmo instante, sentiu todo seu corpo se enrijecer.

- Não... Não é verdade. - Sua voz mal saía de sua garganta, todas as forças que um dia veio a ter deixando-a nesse exato momento. - Não, não, não... Não! - E então um grito desesperado, suas pernas já sem forças a levando ao chão.

- Eu... - Ele suspirou. - Sinto muito.

O que você poderia ter feito de tão errado na vida para merecer isso? Encontrar o amor e então o perder logo em seguida. Era cruel. Como se o abandono de seu pai, a doença de sua mãe e o desenvolvimento de sua ansiedade já não tivessem sido o suficiente.

- Mas que merda é essa..? - Hank pronunciou. - Sn, liga no canal 16, agora!

Você correu para o sofá, ignorando a fraqueza do próprio corpo.

- Estamos aqui ao vivo de Detroit onde milhares de androides fazem uma passeata por toda a cidade neste momento... - O repórter diz, sobrevoando o local em um helicóptero. - O líder dos divergentes a quem chamam de Markus, está afrente da passeata.

- Espera, se o Markus estava em Jericho e agora está aí, então quer dizer... - Sentiu-se enormemente esperançosa.

- Talvez, eu não sei, mas tem uma boa chance. - Anderson concorda.

I'ᴍ Bᴇᴄᴏᴍɪɴɢ  Hᴜᴍᴀɴ - Imagine Connor (DBH) Onde histórias criam vida. Descubra agora