Pᴀʀᴛᴇ 4

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O dia seguinte fora um completo inferno. "Ele não sente o mesmo" em um looping agonizante em sua mente. Como ele poderia, afinal? Até porque, ele nunca de fato disse, você desenvolveu esses sentimentos e então automaticamente pensou que ele sentiria o mesmo. Ele era uma máquina, apenas uma maldita máquina, não podia ter esperado que seria diferente.

E então, só ladeira abaixo. Não se alimentava direito, não bebia nem café ou fumava um cigarro, porque querendo ou não até essas coisas a faziam pensar nele.

Na investigação da emissora junto de Hank, que foi colocado de volta no caso depois que você saiu, Connor conseguiu acessar as memórias de um dos divergentes pouco antes dele se matar. Isso mexeu muito com o androide, que sentiu como se ele próprio tivesse morrido. Ele hiperventilou ao encarar o corpo do androide sem vida no chão, tudo que ele queria nesse momento era você ao lado dele, o confortando.

- Connor, você tá bem? Tá ferido? - Hank perguntou com preocupação, surpreso consigo mesmo por o fazer.

- Okay. - Foi tudo o que disse.

- Puta merda, eu disse pra não se mexer!

- Eu estava conectado à memória... - Disse com dificuldade. - Quando atirou, eu senti ele morrer... - Continuou com uma voz chorosa. - Como se fosse eu... Eu senti medo. - Admitiu, embora essa não fosse a primeira vez que tinha noção de sentir alguma coisa, ainda o assustava.

Hank deveria estar em choque, mas depois do que presenciou entre você e Connor, não se surpreenderia se o androide fosse divergente.

- Eu vi uma coisa. - Continuou. - Na memória... Escrita... Pintada num pedaço de metal... Jericho! - Terminou, ainda com a voz abalada.

O próximo passo da investigação era falar com o criador dos androides, Elijah Kamski. Então ele e Anderson foram logo no dia seguinte, enquanto você ignorava todas as atualizações que Connor enviava à você, as lia, apenas não respondia.

O androide estava dentro do carro enquanto Hank conversava com alguém no telefone, estava nevando e ele não conseguia escutar.

- Sabe, você devia parar com isso e vir pra cá, quero dizer... - Hank suspirou enquanto lhe deixava uma mensagem na caixa postal. - Ajudar seu parceiro... Sei que não é fácil pra você, mas você devia ver o quão assustado ele ficou... Nem acredito que tô falando essa merda. - Riu de si mesmo. - Mas aquele androide precisa de você. - Limpou a garganta. - De qualquer forma, estamos na mansão do Kamski agora, só pra saber. É isso, pirralha, tchau.

Connor enfim deixou o carro, andando calmamente até Hank.

- Com quem estava falando, Tenente? - Perguntou esperançoso, mesmo que não admitisse.

- Hmm... - Ele ponderou sobre. - Ninguém. - Anderson não era o melhor dos mentirosos.

- Sn?

- É... Foi mal garoto, ela não responde. - Connor suspirou, tentando se manter neutro. - Vamos logo acabar com essa merda então. - Eles caminharam em direção a mansão. - Aliás, Chris foi atacado por divergentes em uma patrulha, disse que esse tal de Markus o salvou.

- E como ele está?

- Bem, em choque, mas bem.

Markus, Jericho, RA9... Tudo se misturava na mente de Connor e fazia uma completa bagunça, além do fato de você estar o ignorando completamente, ele só queria respostas logo e tinha esperanças em descobrir algo útil com Kamski.

Eles entraram quando Chloe abriu a porta e aguardaram na recepção, Connor como sempre analisou o espaço, descobriu que Amanda conhecia Elijah e que já era falecida, o que fora bastante esclarecedor pois não sabia de fato sua origem.

I'ᴍ Bᴇᴄᴏᴍɪɴɢ  Hᴜᴍᴀɴ - Imagine Connor (DBH) Onde histórias criam vida. Descubra agora