Caminhos Traçados

Capítulo- 4

- Uma Semana Depois. -

               - Pov. Any Gabrielly. -

Nos últimos dias Joalin anda cumprindo fielmente nosso cronograma de saídas, já fomos a bares, as famosas baladas de Angeles, queimamos a bunda na praia já não sei quantas vezes e principalmente, ficamos com vários caras.

Sóbria, acho que já foram uns quinze, em apenas uma semana.

O que posso dizer? Essa cidade me traz a velha Any Gabrielly, e mesmo consumida pela culpa toda vez que volto para casa e olho para meu filho, simplesmente não consigo mais evitar.

Me sinto viva quando conheço gente nova, me relaciono com pessoas diferentes, me divirto com Jojo e pessoas aleatórias que encontro por aí, Los Angeles é o melhor lugar do mundo, e saber que em apenas uma semana eu já estarei enfurnada naquele maldito apartamento em Londres, me bate uma tristeza absurda.

Cada centímetro daquele lugar me lembra Harry Styles, e eu não consigo mais ficar morrendo por dentro da forma que estive por meses.

Mas ao mesmo tempo eu me sinto uma verdadeira mãe de merda, eu devia estar todo o tempo com Ed, meu único raio de felicidade, e nem isso eu consigo fazer direito, apenas sair por aí e beber sem parar, ficando com caras que eu nem me lembro no dia seguinte.

Joalin, assim como eu, sempre adorou a vida que tínhamos aqui, nós vivíamos de uma forma divertida, não pensávamos no que podia acontecer amanhã, dançávamos até o dia seguinte e bebíamos feito idiotas, Sina sempre foi a mais comportada das três, típica boa samaritana, minha mãe só me deixava passar as noites fora se ela estivesse junto com a gente, e digamos que até hoje, ela continua sendo a mais pura do trio.

E a propósito, estou vendo ela com quinhentas malas e correndo feito uma pata em nossa direção nesse exato momento.

- Acho melhor seus pais investirem num hotel, porque tem hospede naquela casa toda semana, puta merda. - Joalin comentou rindo, a acompanhei.

- Realmente, se os meninos inventarem de passar férias por aqui, os dois velhotes vão surtar!

Rimos mais ainda e fizemos um típico abraço em trio junto com Sina, que vestia seus típicos vestidinhos floridos e cara de menina de família, agora estava com os cabelos na altura do ombro e mais uma tatuagem no braço, uma delicada coruja.

- Dessa eu não lembrava! Fez quando? - Perguntei apontando para a tattoo.

- Semana passada, em homenagem a minha mãe...

A mãe de Sina havia descoberto seu câncer a pouco tempo, e Sina só nos contou isso anteontem por Face Time, ficamos completamente arrasadas.

Carmella é uma versão mais velha e ainda mais bondosa que Sina.

- Sentimos muito amiga. - Joalin a abraçou com carinho. - Estamos aqui para o que precisar, para sempre.

- Eu sei. - Ela sorriu simples. - E estou aqui por ela, mamãe está aproveitando seus dias em um cruzeiro pela Austrália com Peter, e disse que eu preciso aproveitar minha vida ao máximo assim como ela aproveitou a dela.

- Carmella sempre foi uma mulher muito sábia. - Comentei, arrancando um sorriso de Sina. - Siga os conselhos dela, ela sempre sabe o que diz.

- Já chega de tristeza, não é? Porque ela com certeza deve estar dando para aquele quarentão gostoso nesse mesmo momento! - Sina sorriu calma, apenas rimos. - E você Any, como está? - Ela acariciou meu rosto, feito uma mãe preocupada.

- Tudo bem na medida do possível. - Respondi simples. - Vamos para casa, odeio aeroportos lotados!

Demos os braços feito retardadas e pegamos as malas de Sina, soava tão perfeito ter as duas perto de mim nem que fosse por pouco tempo, elas me trazem uma alegria maravilhosa.